Trabalho escravo chinês na Bahia. Isso é socialismo?
Foto: Alojamento em que foram resgatados trabalhadores chineses da obra da BYD na Bahia. Crédito: Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM) da Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (SIT). |
O Ministério Público do Trabalho
resgatou 163 trabalhadores em condições análogas à escravidão, na obra de
construção da fábrica da BYD em Camaçari, na Bahia.
A BYD é chinesa. A empreiteira,
Jinjiang, é chinesa. Os trabalhadores submetidos às condições de escravidão
também são chineses.
Nota do Ministério Público do
Trabalho, sobre a obra da BYD em Camaçari: “As condições encontradas nos
alojamentos revelaram um quadro alarmante de precariedade e degradância. No
primeiro alojamento da Rua Colorado, os trabalhadores dormiam em camas sem
colchões, não possuíam armários para seus pertences pessoais, que ficavam
misturados com materiais de alimentação. A situação sanitária era especialmente
crítica, com apenas um banheiro para cada 31 trabalhadores, forçando-os a
acordar às 4h para formar fila e conseguir se preparar para sair ao trabalho às
5h30”.
Os operários eram descritos como
“consultores”, uma vez que dificilmente o Brasil concede vistos para
trabalhadores não especializados.
Fico pensando qual a taxa de
exploração a que eles estavam sendo submetidos, para que, para as empresas,
valesse a pena importar tantos trabalhadores da China.
Segundos todas as informações
disponíveis (de relatos jornalísticos a pesquisas de sociólogos e economistas),
as condições de trabalho na China são espantosas.
Direitos que por aqui são assegurados há décadas, como descanso remunerado, ainda não vigoram. Trabalhadores “ilegais” - devidos às regras de migração interna - são submetidos a condições ainda piores.