PIB tem alta de 0,4% no segundo trimestre do ano em relação ao primeiro
Ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou medidas no início deste ano para alavancar a economia brasileira e o crescimento do PIB |
Pedro Soares*/DO RIO
Diante das medidas de estímulo do
governo, o PIB (Produto Interno Bruto) esboçou uma leve reação e cresceu 0,4%
no segundo trimestre na comparação livre de influências sazonais com o primeiro
trimestre.
Nos primeiros seis meses do ano, a
economia se expandiu 0,6% ante o mesmo período de 2011. Em valores, o PIB somou
R$ 1,1 trilhão no segundo trimestre. Os dados foram divulgados pelo IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira.
O crescimento da economia do primeiro
para o segundo trimestre, ainda que não tenha sido expressivo, é o mais
vigoroso desde o segundo trimestre de 2011, quando a expansão havia sido de
0,6%.
Já a taxa semestral registrou seu menor
patamar desde o primeiro semestre de 2009. Naquele período, o PIB caiu 2,6%,
também sob efeito da crise detonada no final de 2008.
O resultado entre abril e junho ficou
próximo ao previsto pelo mercado, cujas expectativas apontavam para uma
expansão de cerca de 0,5%. No primeiro trimestre do ano, a expansão foi de 0,1%
(dado revisado hoje pelo IBGE) ante o período anterior.
SETORES
A indústria caiu 2,5% de abril a junho
ante o primeiro trimestre, já o setor de serviços, o de maior peso, avançou
0,7% na mesma base de comparação. A agropecuária registrou expansão de 4,9% do
primeiro para o segundo trimestre.
Sob a ótica da demanda, o consumo das
famílias, item mais importante nessa leitura, subiu 0,6% na comparação com o
primeiro trimestre. O investimento, por seu turno, caiu 0,7%. O consumo do
governo avançou 1,1%.
Já as exportações caíram 3,9%, enquanto
as importações (que são descontadas do cálculo do PIB, por refletiram uma
produção realizada fora do país) cresceram 1,9%.
MESMO PERÍODO DE 2011
Em relação ao segundo trimestre de 2011,
o PIB cresceu 0,5%, num ritmo menos intenso em razão da crise externa e do seu
contágio na economia do país. Na mesma base de comparação, o primeiro trimestre
havia registrado expansão de 0,8%.
Foi a menor marca desde o terceiro
trimestre de 2009, quando a economia do país havia se retraído 1,5% ainda no
embalo da crise inciada no fim de 2008.
O resultado reflete a queda de 2,4% da
indústria, a expansão de 1,5% dos serviços e da alta de 1,7% da agropecuária.
No que tange aos dados da demanda, o consumo das famílias teve alta de 2,4%. Já
o investimento caiu 3,7%.
Já no indicador acumulado nos últimos 12
meses (quatro trimestres), os dados do IBGE mostram um crescimento de 1,2% da
economia brasileira. O indicador mostra o quanto o PIB teria crescido se o ano
se encerrasse em junho.
Crescimento do consumo das famílias evita resultado negativo do PIB
Mais uma vez, o consumo das famílias
evitou que o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro registrasse uma queda no
segundo trimestre deste ano, com alta de 0,6% na comparação com o primeiro
trimestre.
O resultado, porém, sofreu uma
desaceleração frente aos três primeiros meses do ano, quando o indicador havia
crescido 0,9%.
Principal componente do cálculo do PIB
sob a ótica da demanda (segmentos e tipos de consumo que absorvem os itens
produzidos por serviços, indústria e agropecuária), o consumo das famílias
completou 35 trimestres consecutivos (desde o último de 2003) de crescimento em
relação ao mesmo período do ano anterior. Nessa base de comparação, houve
expansão de 2,4% no segundo trimestre, segundo o IBGE.
Apesar da freada, a inflação em níveis
controlados, o crédito ao consumo ainda farto em alguns segmentos e o estímulo
de redução do IPI para artigos como eletrodomésticos da linha branca animaram
as famílias às compras. Por sua vez, o freio que fez os gastos das famílias
perderem ritmo do primeiro para o segundo trimestres veio da inadimplência e do
endividamento maiores.
Se o ano se encerrasse em junho
(indicador de quatro trimestres acumulados até o segundo trimestre), o consumo
das famílias teria crescido 2,5%, mais do que o dobro da da taxa do PIB nesse
período (1,2%).
O consumo das famílias tem peso de 60% do
PIB e mais do que compensou o fraco desempenho dos investimentos.
SERVIÇOS E AGROPECUÁRIA
Se do lado da demanda o que segurou o PIB
foi o consumo das famílias, o destaque ficou com o setor de serviços na leitura
dos componentes da produção, com crescimento de 0,7% na comparação com os três
primeiros meses do ano e de 1,5% ante o segundo trimestre de 2011.
Entre os subsetores, as altas mais
expressivas na comparação com o segundo trimestre do ano passado ficaram com
administração, saúde e educação públicas (3,3%), serviços de informação (2,6%)
e intermediação financeira (1,8%).
Mesmo com peso menor, a agropecuária
também ajudou a anular a queda da indústria. Com expansão das safras de milho,
café a algodão, o setor cresceu 4,9% em relação aos três primeiros meses do ano
e 1,7% ante o segundo trimestre de 2011. Essas lavouras compensaram as perdas
registradas pelas de soja e arroz.
O setor de serviços participa com 67% do
PIB. Já o peso da agropecuária é de 5,5%.
RESULTADO
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística) divulgou nesta sexta-feira que a economia brasileira cresceu
0,4% no segundo trimestre na comparação com o primeiro trimestre.
Nos primeiros seis meses do ano, a
economia se expandiu 0,6% ante o mesmo período de 2011. Em valores, o PIB somou
R$ 1,1 trilhão no segundo trimestre.
O crescimento da economia do primeiro
para o segundo trimestre, ainda que não tenha sido expressivo, é o mais
vigoroso desde o segundo trimestre de 2011, quando a expansão havia sido de
0,6%.
Já a taxa semestral registrou seu menor
patamar desde o primeiro semestre de 2009. Naquele período, o PIB caiu 2,6%,
também sob efeito da crise detonada no final de 2008.
O resultado entre abril e junho ficou
próximo ao previsto pelo mercado, cujas expectativas apontavam para uma
expansão de cerca de 0,5%. No primeiro trimestre do ano, a expansão tinha sido
de 0,2% ante o período anterior, número que foi revisado pelo IBGE para 0,1%.
Entenda o que é PIB e como é feito seu cálculo
DE SÃO PAULO*
O PIB (Produto Interno Bruto) é um dos
principais indicadores de uma economia. Ele revela o valor de toda a riqueza
gerada no país. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)
divulgou nesta sexta-feira que a economia brasileira cresceu 0,4% no segundo
trimestre na comparação com o primeiro trimestre.
O cálculo do PIB, no entanto, não é tão
simples. Imagine que o IBGE queira calcular a riqueza gerada por um artesão.
Ele cobra, por uma escultura, de madeira, R$ 30. No entanto, não é esta a
contribuição dele para o PIB.
Para fazer a escultura, ele usou madeira
e tinta. Não é o artesão, no entanto, que produz esses produtos --ele teve que
adquiri-los da indústria. O preço de R$ 30 traz embutido os custos para
adquirir as matérias-primas para seu trabalho.
Assim, se a madeira e a tinta custaram R$
20, a contribuição do artesão para o PIB foi de R$ 10, não de R$ 30. Os R$ 10
foram a riqueza gerada por ele ao transformar um pedaço de madeira e um pouco
de tinta em uma escultura.
O IBGE precisa fazer esses cálculos para
toda a cadeia produtiva brasileira. Ou seja, ele precisa excluir da produção
total de cada setor as matérias-primas que ele adquiriu de outros setores.
Depois de fazer esses cálculos, o
instituto soma a riqueza gerada por cada setor, chegando à contribuição de cada
um para a geração de riqueza e, portanto, para o crescimento econômico.
*Folha de S. Paulo: 31/08/2012 - 11h31
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