Hidrovia do São Francisco está contemplada em plano estratégico do
governo federal, afirma MT
Vapor Benjamim Guimarães: Patrimônio Histórico-Cultural do Rio São Francisco. Foto: França Neto/jan 2011. |
Com informações da Ascom Codesvasf
O governo federal trabalha na elaboração de um
plano hidroviário estratégico para o país, que contemplará intervenções na hidrovia
do São Francisco. A informação é do coordenador-geral de planejamento da
Secretaria de Política Nacional de Transportes, do Ministério dos
Transportes (SPNT/MT), Luiz Carlos Rodrigues Ribeiro, um dos palestrantes no
seminário sobre o projeto de Corredor Multimodal do rio São Francisco, que
aconteceu no Catussaba Resort Hotel, em Salvador (BA), no meio desta semana. O evento teve início na tarde da última
quinta-feira (30/1) e encerrou na sexta-feira (1º/fev.).
"Nesse plano estamos inserindo aquelas medidas
de grande porte que são necessárias para efetivamente ampliar a participação do
modal hidroviário na matriz de transporte brasileira. São medidas técnicas,
econômicas, ambientais, institucionais. Quanto vai custar, de onde virá o
dinheiro, quem vai implantar, são algumas das questões colocadas",
afirmou.
Ele acrescentou ainda que "o transporte
hidroviário tem características muito positivas do ponto de vista operacional, do
ponto de vista de energia e sobretudo em termos ambientais”. Dados apresentados
por Ribeiro indicam que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) investiu
até agora R$ 146,4 milhões em intervenções na hidrovia do São Francisco.
De acordo com Ribeiro, o transporte hidroviário
responde por 5% do fluxo de cargas no Brasil. O governo federal trabalhava com
a meta de fazer subir para 29% a participação de hidrovias e da navegação de
cabotagem no país. O plano hidroviário estratégico, que está em fase de
elaboração, no entanto, pode provocar uma revisão nessa meta, informou ele.
O seminário é promovido pelo Banco Mundial e pela
Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba
(Codevasf), com o apoio de Ministério dos Transportes, Ministério da Integração
Nacional, Agência Nacional de Transportes Aquaviários, Departamento Nacional de
Infraestrutura de Transportes e Governo do Estado da Bahia. O objetivo do
projeto do Corredor Multimodal de Transporte do rio São Francisco é ampliar,
integrar e articular as estruturas hidroviária, rodoviária, ferroviária e
portuária da bacia hidrográfica do São Francisco.
Dados do Banco Mundial
Técnicos do Banco Mundial apresentaram nesta
quinta-feira (31) aos participantes do seminário sobre o projeto de Corredor
Multimodal do rio São Francisco dados sobre a estrutura de transporte e o fluxo
de produtos na região de influência do Corredor. De acordo com análises do
Banco Mundial, 38% do preço do milho para o produtor no Oeste da Bahia, por
exemplo, referem-se a custos logísticos; para o caroço de algodão, o percentual
é de 35%. Foi considerado, nas análises, o mercado nordestino como destino
desses produtos. Nos Estados Unidos, o custo logístico médio é de 8,2%.
De acordo com dados da Escola Superior de
Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), o mercado
de soja, farelo de soja, óleo, milho, pluma e caroço de algodão, gipsita e
calcário deve crescer em média 3% ao ano até 2035 em regiões de influência do
Corredor, o que dobrará o fluxo de cargas em relação às quantidades atuais e
exigirá mudanças estruturais na estrutura de transporte.
Especificamente sobre o modal rodoviário, o Banco
avalia que há na região do Corredor Multimodal 1.974 km de vias que apresentam
incompatibilidade técnica e gerencial com o tráfego de caminhões pesados e que
precisam de ajustes. São vias não pavimentadas, com problemas de drenagem ou
que têm a superfície deteriorada nos períodos de chuva. Seriam ainda
necessários 1.545 km de novas rodovias pavimentadas e trabalhos de
revitalização, e aumento de capacidade de outros 1.331 km.
O Benjamim singra pelas águas do 'Velho Chico'. Foto: França Neto jan 2011. |
O Rio São Francisco (‘Velho Chico’, popularmente
batizado pelos 10 milhões de ribeirinhos) possui 2.800 km de extensão e drena
uma área de aproximadamente 641.000 km2.
O Velho Chico nasce em Minas Gerais, na Serra da
Canastra, e desemboca no Oceano Atlântico entre Sergipe e Alagoas. Apresenta dois
estirões navegáveis, o médio, com cerca de 1.371km, entre Pirapora (MG) e
Petrolina (PE)/Juazeiro (BA) e o baixo com 208km entre Piranhas (AL) e a foz
no Atlântico.
CODEVASF
A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São
Francisco e do Parnaíba (Codevasf) é uma empresa pública, vinculada ao
Ministério da Integração Nacional, que promove o desenvolvimento e a
revitalização das bacias dos rios São Francisco e Parnaíba com a utilização
sustentável dos recursos naturais e estruturação de atividades produtivas para
a inclusão econômica e social. Com a Lei Nº 12.196, sancionada em 14
de janeiro de 2010, passa a atuar também nos vales dos rios Itapecuru e
Mearim, no estado do Maranhão.
A Empresa mobiliza investimentos públicos para a
construção de obras de infraestrutura, particularmente para a implantação de
projetos de irrigação e de aproveitamento racional dos recursos hídricos. É
reconhecida principalmente pela implantação de polos de irrigação, a exemplo do
Polo Petrolina–Juazeiro.
Investe também na aplicação de novas tecnologias,
diversificação de culturas, recuperação de áreas ecologicamente degradadas,
capacitação e treinamento de produtores rurais, além da realização de pesquisas
e estudos socioeconômicos e ambientais, entre outras ações. Um trabalho que
gera emprego e renda para a população residente em sua área de atuação.
Por meio das PPPs (Parcerias Público-Privadas), a
Companhia tem buscado parceiros para viabilizar importantes projetos de
irrigação em andamento.
A Codevasf participa do Programa de Aceleração
do Crescimento (PAC), do governo federal, implantando obras em diversos
municípios, no âmbito do Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do rio
São Francisco.
Uma ação de destaque na área de responsabilidade
social é o Projeto Amanhã, através do qual a Empresa promove a capacitação profissional
de jovens rurais em atividades agrícolas e não agrícolas relacionadas com as
necessidades do mercado regional.
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