'Isso não me enfraquece', afirma Dilma após vaias na abertura da Copa
Presidente Dilma Rousseff, durante jogo de abertura da Copa do Mundo entre Brasil e Croácia, o qual a Seleção brasileira venceu por 3 a 1 na Arena Corinthians em SP. Foto: AE. |
Tânia Monteiro, Lilian Venturini e Daiene Cardoso - O Estado
de S. Paulo
BRASÍLIA - A presidente Dilma Rousseff
afirmou nesta sexta-feira, 13, que as vaias e xingamentos não vão
enfraquecê-la. "Podem contar que isso não me enfraquece",
disse a presidente após ser alvo de protestos durante a cerimônia de
abertura da Copa do Mundo, nessa quinta-feira, 12, em São Paulo.
"Não vou me deixar perturbar por
agressões verbais. Não vou me deixar, portanto, atemorizar por xingamentos que
não podem ser sequer escutados pelas crianças e pelas famílias", afirmou
Dilma sob aplausos, na inauguração do trecho sul do Expresso DF, uma das obras
do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Mobilidade Grandes Cidades no
Distrito Federal.
Por três vezes, durante a cerimônia de
abertura e o jogo da selação brasileira, parte dos torcedores um coro ofensivo
à presidente. A primeira após ela chegar ao estádio, a segunda depois da
execução do hino nacional e a terceira no finalzinho do jogo.
"Não vou me deixar perturbar por
agressões verbais", reiterou a presidente, que chegou ao evento
desta sexta acompanhada do governador Agnelo Queiroz, do ministro-chefe da
Casa Civil, Aloizio Mercadante, e do ministro das Cidades, Gilberto Occhi.
Dilma foi recebida na inauguração do BRT por uma plateia formada por operários
da obra, além de militantes petistas e peemedebistas.
Ao falar sobre o ocorrido, Dilma fez
menção ao seu passado de militante política e o período em que ficou presa
durante a ditadura militar. "Suportei agressões físicas que, quero dizer
pra vocês, foram quase insuportáveis." E complementou: "Nada me
tirou dos meus compromissos nem do caminho que tracei para mim mesma".
No encerramento do discurso, a presidente
afirmou que não vai se deixar "intimidar" pelos xingamentos. "Eu
não me abaterei por isso. Não me abato e não me abaterei." "Eu sei
uma verdade. Eu tenho consciência dela, porque conheço o caráter do povo
brasileiro e o povo brasileiro não age assim, não pensa assim. O povo
brasileiro é um povo civilizado, generoso e educado", finalizou.
Após a partida da seleção brasileira,
assessores da presidente em Brasília afirmaram que a hostilidade contra ela no
estádio já era esperada mas que a agressividade surpreendeu. Na noite dessa
quinta, em entrevista a um programa de TV, o ministro-chefe da
Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, que a
reação era dirigida a "qualquer autoridade" e não especificamente
contra a presidente.
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