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sábado, 23 de abril de 2016

Imprensa internacional denuncia que ‘grande mídia brasileira’ “é conservadora, ligada a pequenos grupos de famílias”, e ‘vendeu uma narrativa atraente’ para ‘destituir um governo eleito pelo voto popular’

A razão real que os inimigos de Dilma Rousseff querem seu impeachment

 Por David Miranda/The Guardian
Presidente Dilma Rousseff (PT), que teve seu processo de impeachment admitido pela Câmara dos Deputados no último domingo (17/4). Foto: : Fernando Bizerra/EPA
LONDRES (UK) - A história da crise política no Brasil, e a mudança rápida da perspectiva global em torno dela, começa pela sua mídia nacional. A imprensa e as emissoras de TV dominantes no país estão nas mãos de um pequeno grupo de famílias, entre as mais ricas do Brasil, e são claramente conservadoras. Por décadas, esses meios de comunicação têm sido usados em favor dos ricos brasileiros, assegurando que a grande desigualdade social (e a irregularidade política que a causa) permanecesse a mesma.

Aliás, a maioria dos grandes grupos de mídia atuais – que aparentam ser respeitáveis para quem é de fora – apoiaram o golpe militar de 1964 que trouxe duas décadas de uma ditadura de direita e enriqueceu ainda mais as oligarquias do país. Esse evento histórico chave ainda joga uma sombra sobre a identidade e política do país. Essas corporações – lideradas pelos múltiplos braços midiáticos das Organizações Globo – anunciaram o golpe como um ataque nobre à corrupção de um governo progressista democraticamente eleito. Soa familiar?

Por um ano, esses mesmos grupos midiáticos têm vendido uma narrativa atraente: uma população insatisfeita, impulsionada pela fúria contra um governo corrupto, se organiza e demanda a derrubada da primeira presidente mulher do Brasil, Dilma Rousseff, e do Partido dos Trabalhadores (PT). O mundo viu inúmeras imagens de grandes multidões protestando nas ruas, uma visão sempre inspiradora.

Mas o que muitos fora do Brasil não viram foi que a mídia plutocrática do país gastou meses incitando esses protestos (enquanto pretendia apenas “cobri-los”). Os manifestantes não representavam nem de longe a população do Brasil. Ao contrário, eles eram desproporcionalmente brancos e ricos: as mesmas pessoas que se opuseram ao PT e seus programas de combate à pobreza por duas décadas.

Aos poucos, o resto do mundo começou a ver além da caricatura simples e bidimensional criada pela imprensa local, e a reconhecer quem obterá o poder uma vez que Rousseff seja derrubada. Agora tornou-se claro que a corrupção não é a razão de todo o esforço para retirar do cargo a presidente reeleita do Brasil; na verdade, a corrupção é apenas o pretexto.
O partido de Dilma, de centro-esquerda, conseguiu a presidência pela primeira vez em 2002, quando seu antecessor, Lula da Silva, obteve uma vitória espetacular. Graças a sua popularidade e carisma, e reforçada pela grande expansão econômica do Brasil durante seu mandato na presidência, o PT ganhou quatro eleições presidenciais seguidas – incluindo a vitória de Dilma em 2010 e, apenas 18 meses atrás, sua reeleição com 54 milhões de votos.

quarta-feira, 20 de abril de 2016

PÓS-GRADUAÇÃO BRASIL E REINO UNIDO

Acordo entre Brasil e Reino Unido vai agilizar reconhecimento de diplomas de mestrado e doutorado
O acordo de cooperação foi assinado pelo ministro Mercadante, o presidente da Capes, Carlos Nobre, o representante do governo europeu, Sir Mark Walport, e o embaixador do Reino Unido, Alexander Ellis (Foto: Isabelle Araújo/MEC)
BRASÍLIA (DF) - O Ministério da Educação (MEC) e o governo do Reino Unido criaram na última quarta-feira, 13, uma comissão técnica bilateral para discutir os processos de diplomação de mestrado e doutorado dos dois países e estudar formas de ampliar o reconhecimento mútuo de diplomas de pós-graduação. O acordo é inédito para o Brasil.

O protocolo de intenções foi firmado entre o ministro Aloizio Mercadante e o embaixador do Reino Unido no Brasil, Alexander Ellis. O documento também foi assinado pelo assessor sênior governamental para assuntos científicos do Governo Britânico, Sir Mark Walport, e o presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Carlos Nobre.

“Considerando que a Capes tem um sistema que avalia a qualidade de todos os programas de pós-graduação no Brasil e o Reino Unido tem um sistema equivalente, o diploma será automaticamente aceito”, afirma o presidente da Capes. No caso do Brasil, esta é uma das tarefas da Capes, que avalia 4,3 mil programas de pós-graduação “O Reino Unido reconhece a qualidade desse sistema e é isso que vai possibilitar todos os títulos brasileiros serem reconhecidos e vice-versa”, diz.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Operação Máscara da Sanidade II prende Ruy Muniz em Brasília (DF)

Prefeito de Montes Claros é preso  pela Polícia Federal e foi levado na noite de 4a feira (18) para o Presídio da cidade
Ruy Muniz, prefeito de Montes Claros (MG), é preso pela PF em Brasília (DF). Foto: Divulgação.
Com Luiz Ribeiro Portal UAI/Jornal EM BH; G1 Grande Minas e Adaptações FN Café NEWS
Ruy Muniz é conduzido até a sede da PF em M. Claros.  Reprodução Inter TV.
BRASÍLIA (DF)/MONTES CLAROS (MG) - A Polícia Federal (PF) prendeu na manhã desta segunda-feira (18/4), em Brasília, o prefeito de Montes Claros, Ruy Muniz (PSB). Ele foi preso preventivamente (sem tempo determinado) em função das investigações da Operação Máscara da Sanidade II - Sabotadores da Saúde'. Além de Muniz, a PF cumpre quatro mandados de busca e apreensão na Prefeitura de Montes Claros e na casa dos envolvidos nas investigações. Dentre eles, a Justiça Federal expediu mandado de prisão contra a atual Secretária de Saúde do município, Ana Paula Nascimento.

O prefeito Ruy Muniz foi levado na noite desta quarta-feira (18) para o Presídio Regional em Montes Claros. Muniz chegou ao presídio por volta das 19h30 em uma viatura que seguia em um comboio do sistema prisional. A unidade não possui uma cela especial para abrigar o gestor municipal, mas a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) afirmou que ele está recebendo o mesmo tratamento de outros presos com curso superior. Segundo a nota, ele está em uma cela que não está cheia, mas que possui outros presos.