Dilma deve sancionar nesta quarta (25) o PNE
Com Agência Brasil
Presidente Dilma deve sancionar o Plano Nacional de Educação. Foto: AE. |
Destinar
10% do Produto Interno Bruto (PIB) para educação será o maior desafio do Plano
Nacional de Educação (PNE), segundo o presidente da Associação Nacional de
Pesquisadores em Financiamento da Educação (Fineduca) e professor da
Universidade de São Paulo (USP), José Marcelino de Rezende Pinto. O PNE tem até
a próxima quarta-feira (25) para ser sancionado pela presidente Dilma Rousseff,
e de acordo com a assessoria de imprensa da Presidência da República, isso deve
ser feito na data-limite.
O
PNE estabelece metas para a educação para serem cumpridas nos próximos dez
anos. Depois de quase quatro ano de tramitação no Congresso Nacional, o plano
chega à fase de sanção presidencial, e o professor diz que vincular uma
porcentagem do PIB para o setor é uma medida a ser comemorada. O próximo passo,
acrescenta, é torná-la realidade, e para isso deverá ser feito um esforço da
União, com estados, Distrito Federal e municípios.
"O
desafio do PNE será o mesmo de todos os planos, a implementação. O desafio será
equacionar um pacto entre os entes federativos para atingir os 10% do
PIB", diz Marcelino. Pelo plano aprovado, a fatia que cabe à União deverá
aumentar. De acordo com o Fineduca, atualmente a União contribui com 1% do PIB,
enquanto os estados contribuem com 2,2% e os municípios com 2,3%, tomando por
base os valores de 2012.
Somente
com o Custo Aluno Qualidade Inicial (CAQi), o complemento da União aos demais
entes federativos para educação básica deverá passar do equivalente a 0,2% para
1% do PIB. O CAQi também é considerado conquista no PNE. Trata-se de uma valor
nacional mínimo para garantir a qualidade do ensino a cada etapa da educação
básica.
Estão
incluídos na conta recursos para infraestrutura e salários. "O gasto
principal é o salário. Para ganhar o que ganha um profissional de nível
equivalente, o salário do professor terá que subir uns 60% ou 70%. Mas esse
recurso ao entrar na economia cria consumo e gera carga tributária", diz o
professor.
O
PNE estabelece meta mínima de investimento em educação de 7% no quinto ano de
vigência e de 10% no décimo ano. Atualmente, segundo o Ministério da Educação (MEC),
são investidos 6,4%. Marcelino explica que o governo conseguiu reduzir a
porcentagem do que será investido em educação pública incluindo na conta
parcerias com o setor privado como o Programa Universidade para Todos (ProUni)
e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
O
ProUni, primeiro, trata-se de isenção, e não de investimento. “Aquelas
jogadinhas de querer ser esperto. Quando se viu que já havia quase um consenso
da sociedade sobre os 10%, tentou-se diminuir o investimento. Fies, por
exemplo, é emprestimo, já se está admitindo que é um fundo perdido. Se é
perdido, por que não se amplia a rede pública?”, questiona.
O
ministro da Educação, Henrique Paim, em coletiva de imprensa, disse que o PNE
estabeleceu, “de forma bastante correta, o que está previsto na Constituição,
que é o investimento público em educação, que pode ser na educação pública ou
também na educação envolvendo as parcerias que o governo faz com o setor
privado”.
A
inclusão das parcerias também facilita o cumprimento da meta. O governo
trabalha com o investimento total em educação. Com isso, não considera mais o
direto em educação pública, que estava, em 2011, em 5,3%.
Sobre
o cumprimento do PNE, Paim diz que a pasta já tem ações em curso para o
cumprimento das metas, e o fato de serem 20 [ações] facilita também o controle
da sociedade.
Em
relação à fonte para o cumprimento dos 10%, ele diz ser importante a
colaboração dos estados e municípios, e acredita nos recursos do petróleo como
a principal fonte. No ano passado, o então ministro da Educação, Aloizio
Mercadante, disse que a Lei dos Royalties não resolve o financiamento dos
próximos dez anos. Paim não confirma se o governo estuda outras fontes de
financiamento.
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