Desde o fim do regime militar, o Brasil vai hoje (3/9) às urnas escolher um presidente pela sexta vez consecutiva. Das 8h às 17h, 135.804.433 brasileiros vão às urnas na maior eleição da história do país. Os eleitores vão escolher um presidente, 27 governadores, 54 senadores, 513 deputados federais, 1.059 deputados estaduais e 24 deputados distritais.
De acordo com os números do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), são nove os postulantes a presidente da República, 171 a governador, 276 a senador, 6.057 a deputado federal, 14.418 a deputado estadual e 882 a deputado distrital.
Cada eleitor deve demorar em média um minuto e meio para votar. A expectativa é que já se conheçam os novos presidente e governadores na madrugada segunda-feira. Serão contabilizados os votos de 420 mil seções eleitorais, onde trabalham 2,2 milhões de mesários.
Gasto da Eleição em 2010
O TSE estima um gasto de R$ 480 milhões para o pleito. O valor corresponde a R$ 3,56 por eleitor, considerando o total de 135.804.433 votantes. O custo é inferior ao das eleições de 2006 e 2002, que apontaram uma média de R$ 3,58 e R$ 4,31, respectivamente.
Por enquanto, o gasto está abaixo do previsto, que é de R$ 549 milhões. Nas últimas eleições gerais, as despesas totalizaram R$ 450 milhões. Em 2002, R$ 495 milhões.
Voto em Outros Países
Segundo a Justiça Eleitoral, 200.392 brasileiros estão aptos a votar em um total de 154 cidades no exterior. O país com o maior número de eleitores brasileiros são os Estados Unidos, com mais de 66 mil pessoas aptas a participar do pleito deste domingo.
Nos EUA, ficam a cidade com o maior número de eleitores brasileiros: Nova York, com 21.076. Na segunda colocação da lista vem Lisboa, em Portugal, com 12.360.
“Ficha Limpa” X “Ficha Suja”
Por decisão do TSE, candidatos com os registros barrados com base na Lei da Ficha Limpa estão impedidos de concorrer às eleições deste ano. Mas em razão da demora da Justiça em julgar os casos muitos deles aparecerão nas urnas.
O voto no chamado “ficha-suja” não é proibido, desde que ainda caiba recurso ao candidato contra o indeferimento de sua candidatura. O nome aparecerá na urna normalmente, porém os votos não serão contabilizados no resultado final das eleições até que o aspirante ao cargo eletivo esteja completamente liberado na Justiça.
A Campanha Eleitoral de 2010
Por 12 semanas, os eleitores assistiram - ou não - a uma campanha morna, sem programas e sem emoção, marcada em muitos casos pela ausência de disputa, tal a vantagem do primeiro colocado nas pesquisas.
Esse cenário mudou nos últimos dois dias. Na mais crucial das escolhas, a de quem sucederá os oito anos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o clima de "quase certeza" da vitória de Dilma Rousseff (PT) deu lugar a tensão após a divulgação, ontem à noite, da pesquisa Ibope/Estado/TV Globo. Nos novos números, Dilma teria 51% dos votos válidos, contra 49% dos demais. Só no fim da noite de hoje se saberá, enfim, se as margens de erro lhe garantem evitar o segundo turno.
A campanha deixa, na memória, alguns pontos marcantes. Um deles é que nunca antes um chefe da Nação se envolveu tão ferrenhamente na defesa de seu nome preferido. Outro, que as mulheres são o principal colégio eleitoral, com 70,3 milhões de votos, 5 milhões a mais que os homens. Terceiro, uma discussão rasa dos problemas nacionais, marcada pela despolitização. O que levou o historiador Boris Fausto a constatar: "Acho que o que há é um desencanto mesmo."
Por fim, as eleições revelam um País que avança e se moderniza, mas continua injusto e desigual. Em 61 cidades vai valer um inédito sistema de identificação biométrica dos eleitores. Mas, entre estes, nas 420 mil seções eleitorais, 64 milhões - quase metade - são analfabetos ou têm o 1.º grau incompleto.
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