domingo, 6 de março de 2011

Abalo sísmico de baixa intensidade atinge Montes Claros (MG)


Mapa da sismicidade natural brasileira. Fonte:Observatório Sismológico UnB
MONTES CLAROS (MG) I – Um abalo sísmico de baixa intensidade aconteceu por volta das 20h30 da noite deste sábado (5/3) na cidade de Montes Claros, que fica no Norte de Minas Gerais, situada a 418 km de Belo Horizonte. Segundo o Corpo de Bombeiros, o tremor de terra foi sentido por alguns moradores dos bairros Maracanã, Canelas, Cidade Nova, Sumaré, Jardim Liberdade e o Centro da cidade, mas, sem nenhum registro de ocorrência com vítimas.

O Observatório Sismológico do Instituto de Geociências, da Universidade de Brasília (UnB), que faz os registros da sismicidade no Brasil, não havia divulgado, até à noite de sábado, nenhuma notícia, em seu site na internet, sobre o tremor em Montes Claros.

“Foi tudo muito rápido. Parecia um estrondo de dinamites em morro de pedreiras. Algumas pessoas começaram a sair de suas casas e os cachorros latiam, em grande alvoroço”, comentou o aposentado José Lino Diamantino, presidente da Associação de Moradores do Bairro Jardim Liberdade, na cidade.

Em 2010, Montes Claros registrou, em 29 de outubro, segundo o Observatório Sismológico da UnB, dois tremores consecutivos que variaram respectivamente 2.7 e 2.3 na escala de magnitude local [escala Richter]. Esses registros sísmicos aconteceram, à época, por volta de 13h55 e 14h35. Além disso, a cidade sofreu, em 15 janeiro de 2009, um abalo sísmico que registrou uma magnitude 2.2 na escala Richter.

De acordo com o Observatório Sismológico da UnB, a região do Norte de Minas fica situada numa falha geológica, e, por isso, são comuns pequenos tremores. No entanto, o distrito de Caraíbas, localizado no município de Itacarambí (MG), situado a 675 km de BH, sofreu, em 08/12/2007, um abalo sísmico, com magnitude 4.9 na escala de Richter. O tremor foi responsável, na época, pela destruição de várias casas no distrito e vitimou fatalmente uma criança, sendo considerada a primeira morte, no Brasil, causada por terremoto.

Sismicidade Brasileira
Por que os sismos acontecem? Esta é uma pergunta feita muito freqüentemente. A parte mais externa da Terra, a litosfera, de aproximadamente 100 km de espessura, é rígida e dividida em diversas partes ou placas tectônicas, as quais movimentam umas em relação às outras. Nas zonas de contato entre essas placas ocorrem os maiores e mais freqüentes terremotos. A causa desse movimento é a existência de forças geológicas no interior da Terra, cuja origem não é ainda bem conhecida e determinada (Assumpção, 1983).
Entretanto, sabe-se que o estado das tensões na litosfera pode ser devido a uma variedade de forças: de origem local, causadas por heterogeneidades estruturais, carregamento e descarregamento da crosta e anomalias térmicas na astenosfera; e de origem regional, relacionadas com a movimentação de placas tectônicas, tais como empurrão da dorsal oceânica, devido à sua maior elevação (comprimindo o interior da placa), força de empuxos, por exemplo, exercida pela Placa de Nazca, que mergulha por baixo da Placa Sul-Americana e forças de carregamento viscoso devido às correntes de convecção que podem estar carregando a Placa Sul-americana (Mendiguren & Richter, 1978; Assumpção & Suarez, 1988).
O Brasil, por estar situado no interior da placa tectônica da América do Sul, uma região continental estável, apresenta uma sismicidade bem inferior àquela observada nas bordas de placas, como é o caso da zona de contato entre as placas de Nazca e a Placa Sul-americana, onde os sismos são mais freqüentes e de maiores magnitudes. Além disso, a sismicidade observada no Brasil é menor do que em outras regiões intraplacas semelhantes, como são os casos do leste da América do Norte, Índia, África e Austrália, onde já foram observados grandes terremotos, como, por exemplo, os de Nova Madri (EUA), em 1811 e 1812, com magnitudes 8,2 e 8,0, respectivamente (Johnston, 1989).
 Fonte: Observatório Sismológico do Instituto de Geociências, da Universidade de Brasília (UnB)

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