segunda-feira, 18 de abril de 2016

Operação Máscara da Sanidade II prende Ruy Muniz em Brasília (DF)

Prefeito de Montes Claros é preso  pela Polícia Federal e foi levado na noite de 4a feira (18) para o Presídio da cidade
Ruy Muniz, prefeito de Montes Claros (MG), é preso pela PF em Brasília (DF). Foto: Divulgação.
Com Luiz Ribeiro Portal UAI/Jornal EM BH; G1 Grande Minas e Adaptações FN Café NEWS
Ruy Muniz é conduzido até a sede da PF em M. Claros.  Reprodução Inter TV.
BRASÍLIA (DF)/MONTES CLAROS (MG) - A Polícia Federal (PF) prendeu na manhã desta segunda-feira (18/4), em Brasília, o prefeito de Montes Claros, Ruy Muniz (PSB). Ele foi preso preventivamente (sem tempo determinado) em função das investigações da Operação Máscara da Sanidade II - Sabotadores da Saúde'. Além de Muniz, a PF cumpre quatro mandados de busca e apreensão na Prefeitura de Montes Claros e na casa dos envolvidos nas investigações. Dentre eles, a Justiça Federal expediu mandado de prisão contra a atual Secretária de Saúde do município, Ana Paula Nascimento.

O prefeito Ruy Muniz foi levado na noite desta quarta-feira (18) para o Presídio Regional em Montes Claros. Muniz chegou ao presídio por volta das 19h30 em uma viatura que seguia em um comboio do sistema prisional. A unidade não possui uma cela especial para abrigar o gestor municipal, mas a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) afirmou que ele está recebendo o mesmo tratamento de outros presos com curso superior. Segundo a nota, ele está em uma cela que não está cheia, mas que possui outros presos.
PF cumpre, na manhã desta segunda (18/4) quatro mandados de busca e apreensão na Prefeitura de Montes Claros (MG). Foto: Mauro Miranda Filho.
A operação consiste no cumprimento simultâneo de 08 mandados judiciais: 04 Mandados de Busca e Apreensão (residência dos acusados, prefeitura e secretaria de saúde), dois Mandados de Busca Pessoal, a fim de apreender celulares e smartphones (prefeito e secretária de saúde), além de dois Mandados de Prisão Preventiva (prefeito e secretária de saúde), expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília.

As investigações demonstraram que os acusados, direta e indiretamente, valendo-se de meios fraudulentos, intentaram destruir e/ou inviabilizar a existência e o funcionamento dos hospitais público (Hospital Universitário Clemente Faria) e filantrópicos (Santa Casa de Misericórdia, Fundação Aroldo Tourinho e Fundação Dilson Godinho) de Montes Claros/MG, que atendem pelo SUS uma população de aproximadamente 1.600.000 pessoas, distribuídas nos 86 municípios situados no Norte de Minas Gerais. À guisa de exemplo, em outubro de 2015, os presos promoveram a retirada de cerca de 26 mil consultas especializadas e 11 mil exames dos hospitais, deixando de prestar os correspondentes serviços pela rede municipal, causando graves prejuízos à população de quem os serviços foram suprimidos.

Com isso, os acusados pretendiam favorecer ao hospital privado (não filantrópico) Hospital das Clínicas Mario Ribeiro da Silveira (ou Âmbar Saúde), pertencente e gerido, de fato, pelo prefeito municipal, seus familiares e respectivo grupo econômico.

De julho de 2015 até o presente momento, o prefeito de Montes Claros, utilizando-se indevidamente de verbas públicas para dar vazão ao seu projeto criminoso, valendo-se do cargo público ocupado, tem divulgado nos principais veículos de comunicação uma ampla e intensa campanha difamatória contra os hospitais público e filantrópico “concorrentes”, inclusive lançando mão de dados e informações falsas.

Os presos, já denunciados junto ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região, responderão, na medida de suas participações, pelos crimes de falsidade ideológica majorada (art. 299 do Código Penal), dispensa indevida de licitação pública (art. 89 da Lei 8.666/93), estelionato majorado (art. 171, § 3º), prevaricação (art. 319 do Código Penal) e peculato (art. 1º, II, do Decreto-Lei 201/67). Se condenados, as penas máximas aplicadas aos crimes ultrapassam 30 anos.

De acordo com a Polícia Federal, O prefeito e a secretária de saúde devem responder pelos crimes de estelionato majorado, prevaricação, peculato, falsidade ideológica majorada e dispensa indevida de licitação pública. Os suspeitos usaram de meios fraudulentos para tentar inviabilizar o funcionamento de hospitais de Montes Claros, no Norte de Minas, para favorecer o Hospital das Clínicas Mario Ribeiro da Silveira, que, segundo a PF, pertence ao prefeito e o grupo econômico-financeiro  controlado pela sua família.


Deputada Raquel Muniz Votou a favor do impeachment de Dilma, Marido Homenageado é Preso
A prisão de Ruy Muniz (prefeito) ocorreu um dia após ele ser elogiado pela esposa, a deputada federal Raquel Muniz, (PSD), na sessão de votação do impeachment da presidente Dilma Rouseff (PT). Na ocasião a deputada Raquel votou a favor do processo e afirmou que "meu voto é em homenagem às vítimas da BR-251. É para dizer que o Brasil tem jeito, e o prefeito de Montes Claros mostra isso para todos nós com sua gestão".

Será concedida entrevista coletiva às 14hh na Delegacia da Polícia Federal em Montes Claros.

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