CRISTO REI - Catedral moderna com 100 metros de altura e o traço de Niemeyer vem sendo erguida na região norte da Capital Mineira

Igreja Católica de MG constrói sua Arquidiocese, em BH, com custo previsto de R$ 100 milhões e canteiro de obras que deve ter 600 operários

Catedral Cristo Rei, em Belo Horizonte, terá 100 metros de altura. O templo católico tem o traço de  Oscar Niemeyer (*1907 / +2012), arquiteto brasileiro expoente da arquitetura moderna mundial. Foto Arquidiocese de BH/MG nov. 2013.

Com informações do jornal Estado de Minas/Belo Horizonte MG

BH (MG) - Máquinas deram ontem a arrancada para a construção da Catedral Cristo Rei, sede da Arquidiocese da Igreja Católica em Belo Horizonte, referência de fé e cultura e sonho de milhões de católicos mineiros há nove décadas. Começaram pela manhã os serviços de terraplenagem e contenção de terra na área de 24 mil metros quadrados no Bairro Juliana, Região Norte da capital, onde será erguido o templo projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer (1907–2012) e previsto para ser inaugurado em 2017. Eram 7h30 quando o operador de retroescavadeira Arenildo Cardoso, de 28 anos, ligou a máquina para trabalhar no trecho próximo à cruz branca de 20 metros de altura que marca a obra e pode ser vista por quem passa na Avenida Cristiano Machado, em frente à Estação Vilarinho.

Segundo o gerente de projetos da arquidiocese, arquiteto Leonardo de Araújo Pereira, a fase de terraplenagem e contenção, licenciada pela prefeitura, vai durar cinco meses. No total, serão removidos 20 mil metros cúbicos de terra, ou 3 mil caminhões, aproveitados no próprio local. Para esta etapa, a Cúria Metropolitana tem recursos que correspondem, entre dinheiro, material de construção e prestação de serviços oferecidos por empresas, a 20% do investimento de R$ 100 milhões necessário para erguer a catedral. No entanto, para iniciar a obra física ainda não há quantia disponível em caixa. “A construção do templo dependerá das campanhas e colaboração da comunidade”, disse Leonardo.

Até chegar aos serviços iniciados ontem, técnicos e operários fizeram nos últimos meses levantamento topográfico, sondagem do terreno e estudo do solo, o que é fundamental para planejar as fundações. Em seguida, a área passou por processo de limpeza, com poda e retirada de vegetação, além de plantio de outras árvores. O terreno foi cercado com tapumes, medida de segurança para as etapas seguintes. Leonardo explicou que as futuras intervenções ainda dependem da definição, pela prefeitura, da operação urbana consorciada, pois somente com ela será possível obter o licenciamento do projeto da catedral com 42 mil metros quadrados de área construída. Segundo a Secretaria Municipal de Desenvolvimento já informou ao Estado de Minas, o terreno da catedral está incluído na Operação Urbana Nova BH, que permitirá a edificação.

Há duas semanas, Leonardo de Araújo Pereira esteve no Rio de Janeiro para encontro com os responsáveis pelo escritório de Oscar Niemeyer, e em Porto Alegre (RS), onde acompanhou, no laboratório da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o teste do túnel de vento, fundamental para a segurança do templo de 100 metros de altura. “Foi uma experiência impressionante, pois eles criaram todo o ambiente existente aqui”, disse. Em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, ele se encontrou com um especialista alemão, residente em Santa Catarina, para contatos sobre a construção do órgão musical da catedral.

Também na manhã de ontem, executivos e engenheiros da construtora Mendes Júnior, encarregada da obra, estiveram no local acompanhando as intervenções, que vão se complementar com a montagem do canteiro de obras, instalação de vestiários, banheiros e outros equipamentos. No auge da obra deverão estar no terreno em torno de 600 trabalhadores. O projeto sob gestão da arquidiocese tem a participação de três escritórios técnicos, responsáveis por estrutura, instalações e arquitetura. O templo terá capacidade para 5 mil pessoas sentadas na parte interna, podendo, em grandes eventos, receber até 20 mil fiéis.

CONSTRUINDO A HISTÓRIA

Tranquilo, Arenildo Cardoso, contratado pela construtora, vivia um momento histórico ao rasgar o solo onde será erguida a catedral. Católico praticante, ele integra a comunidade da Santíssima Trindade, na Paróquia de São Cristóvão, em Betim, na Grande BH, onde mora, e se declarou emocionado ao participar da empreitada. De volta à direção, depois de poucos minutos de conversa, Arenildo, profissional da área há oito anos, contou que já atuou em obras importantes, como a modernização do estádio do Mineirão, reinaugurado em fevereiro, e no BRT, batizado de Move.

Enquanto as obras no terreno avançam, arquitetos e engenheiros trabalham no planejamento das divisões internas da Catedral Cristo Rei, que terá uma praça na altura da Avenida Cristiano Machado, destacou a arquiteta da arquidiocese, Daniela Duarte, ao lado da também arquiteta da instituição, Sheila Mendes. O novo espaço, informaram, será uma importante infraestrutura para prestação de serviço à sociedade, oferecendo cursos e atendimento aos necessitados. As pastorais sociais, que anualmente beneficiam 153 mil pessoas, terão espaço garantido, assim como os projetos sociais desenvolvidos pela Igreja, que todos os anos ajudam cerca de 70 mil pessoas.

ENQUANTO ISSO...

...CAMPANHA ARRECADA RECURSOS

Para levar adiante o projeto sem interrupções, como pretende o arcebispo metropolitano dom Walmor Oliveira de Azevedo, a arquidiocese mantém a campanha “Faço Parte” e arrecada doações equivalentes ao valor de sacos de cimento para a primeira fase, na qual se inclui a construção de muros de arrimo. Dos 90 mil sacos necessários, já foi obtido o correspondente a 8 mil. As ofertas, no valor da unidade (R$ 22), podem ser entregues nas paróquias, na Cúria Metropolitana (Av. Brasil, 2.079, Praça da Liberdade, na Região Centro-Sul de BH), na Rede Catedral de Comunicação Católica (Avenida Itaú, 515, Bairro Dom Cabral, na Região Noroeste), na Fumarc (Avenida Francisco Sales, 540, Bairro Floresta), na Capela de Nossa Senhora do Rosário (Rua São Paulo, 759, no Centro) e no terminal rodoviário, no Centro de BH, ou por depósito no Banco Santander (033), agência 3476, conta-corrente 13004275-2, nominal à Mitra Arquidiocesana de Belo Horizonte. Mais informações: (31) 3269-3100. As 272 paróquias também vão recolher o material.