'DIÁLOGO DE BRAÚNA' com o Norte de Minas..: “não pode entender/ quem nunca matou a fome/ com raiz de macaxera..."

Morre Ildeu Braúna, idealizador do grupo Agreste em Montes Claros

O compositor Ildeu Braúna. Foto: Connect.com.

MONTES CLAROS (MG) – Um dos idealizadores do grupo musical Agreste, Ildeu Braúna, morreu na madrugada deste sábado (30) em Montes Claros. Braúna faleceu em decorrência de um quadro grave de pneumonia. Ele foi Secretário Municipal de Cultura de Montes Claros, de 2009 a 2012, quando incentivou e valorizou trabalhos e ações de artistas da região. O corpo do ex-secretário está sendo velado na Sala Geraldo Freire e será sepultado às 17h deste sábado.

Braúna fez algumas composições que marcaram época, final de 1970 e 1980, na canção regional do Norte de Minas e em Montes Claros, como: 'Rasante' e 'Ponte Cigano'. Além disso, ele compôs a bela canção entoada por Pedro Boi: "A Lenda do Arco íris", que é uma homenagem ao povo barranqueiro do Rio São Francisco.  

Ver Vídeo: Grupo Agreste - Ponte Cigana

LETRAS DE ILDEU BRAÚNA

A Lenda do Arco íris

“veja morena que belo arco íris/ bebendo água no meio do rio/ chuva estiada festival de cores/ beleza igual aqui nunca se viu... ôi canoeiro não saia pra pesca/ não enfrente o rio/ conta a lenda que virou mulher/ todo pescador que ele engoliu... o são Francisco é sua morada/ caboclo d’água foi quem descobriu/ quando eu morrer/ me enterre numa cova rasa/ bem no meio dessa mata/ lá na curva desse rio”

Rasante

“Voar rasante/ sobre a cidade/ como andorinha voei/ de asas cansadas/ no fim do dia/ como andorinha te procurei/ nos labirintos das ruas desertas/ criança levada eu te encontrei/ mas que bons ventos te trazem aqui/ qual pirilampo/ tão serelepe a festejar”

Ponte Cigano

“não pode entender/ quem nunca sentiu o cheiro/ da terra molhada/ quando a chuvarada molha as terras do gerais/ não pode me entender/ quem nunca matou a fome/ com raiz de macaxera/ e a fruta do ananás/ e a minha terra/ fica na ponta dessa estrada/ uma picada vara o verde e leva lá/ não chega a ser um pontinho preto no mapa/ mas quando a gente se afasta/ coração pede pra voltar...”