Estado assegura pagamento do piso nacional aos servidores da
Educação
Entidades representativas reconheceram os avanços obtidos com a negociação. Foto: Gil Leonardi/Imprensa MG. |
BELO HORIZONTE (MG) – Em reunião
realizada nesta sexta-feira (8/5), na Cidade Administrativa de Minas Gerais,
entre representantes do Governo do Estado e entidades representativas dos
servidores da educação, foi fechada uma proposta para a implantação do piso
salarial e reestruturação da carreira dos trabalhadores. Participaram da
reunião o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais
(Sind-UTE/MG) e a Associação de Diretores de Escolas Oficiais de Minas Gerais
(Adeomg). A proposta apresenta importantes avanços e a expectativa é de um
retorno positivo dos trabalhadores da educação.
Os principais pontos dessa proposta são a
garantia do pagamento do piso salarial nacional até 2018, com um reajuste de
31,78%, em três parcelas (13,06% em 2015, 8,21% em 2016 e 7,72% em 2017) na
forma de abonos que serão incorporados ao vencimento básico, além da garantia
de atualização do piso salarial estadual nos mesmos índices de correção do piso
nacional do magistério; a isonomia para os aposentados; a extensão dos
reajustes para as demais carreiras da Educação Básica. Outro ponto importante é
a garantia da nomeação de 60 mil servidores concursados até 2018, na razão de
15 mil por ano. Já foram nomeados até o momento 3 mil aprovados em concurso.
As entidades representativas reconheceram
os avanços obtidos com a negociação. “Nosso esforço foi para recuperar direitos
que perdermos na última década. Reconquistamos a reorganização da carreira.
Tivemos avanços significativos e corrigimos distorções importantes”, enfatiza a
coordenadora geral do Sind-UTE, Beatriz Cerqueira. Sobre a polêmica do
pagamento do piso, uma reivindicação histórica da categoria, ela foi enfática:
“Está acabando”.
Com o acordo, o governo estadual garante,
a partir de 2017, o pagamento do piso salarial nacional para uma jornada de 24
horas semanais. “Nenhum professor vai receber abaixo do piso nacional. O
Governo reafirmou o compromisso de pagar o piso nacional e se comprometeu
também em reajustar futuros aumentos. À medida que esses valores foram
corrigidos, vamos fazer as alterações necessárias”, esclarece o subsecretário
de Gestão de Recursos da Secretaria de Educação, Antônio David de Sousa Junior.
“Agora, o salário se torna o vencimento
básico e, com isso, podemos avançar na discussão de benefícios e direitos. Se
os reajustes do piso nacional se mantiverem na mesma proporção, estamos falando
de mais de 70% de modificação dos vencimentos básicos”, diz Beatriz Cerqueira.
“Essa proposta inaugura uma nova relação
entre o Governo de Minas Gerais e os trabalhadores da Educação. É fruto de uma
interlocução entre lideranças que souberam entender as condições do Estado e do
Governo que dialogou e avançou para dar respostas que as entidades buscavam.
Isso reflete nossa disposição em valorizar os profissionais da Educação e em
cumprir o compromisso assumido pelo governador Fernando Pimentel de pagar o
piso da Educação e reestruturar as carreiras dos professores, corrigindo uma
situação histórica”, afirma o secretário-adjunto de Planejamento e Gestão de
Minas Gerais, Wieland Silberschneider.
O Governo tem a expectativa de que o
acordo seja aprovado amplamente pelos trabalhadores da Educação para que
um projeto de lei seja encaminhado à Assembleia Legislativa de Minas Gerais
(ALMG), em regime de urgência. O acordo só passará a valer após a aprovação do
projeto na Assembleia.
Reajuste para aposentados
Os servidores aposentados nas carreiras
da Educação Básica terão os mesmos aumentos (13,06%, 8,21% e 7,72%) previstos para
os servidores em atividade, a partir das mesmas datas. Isso resultará no mesmo
percentual de reajuste concedido a o professor, correspondente a 31,78%, além
dos reajustes anuais do piso nacional. O benefício também vai ser estendido às
demais carreiras do Grupo de Atividades de Educação Básica (Auxiliar de
Educação Básica, Assistente de Educação, Assistente Técnico Educacional,
Assistente Técnico de Educação Básica, Analista de Educação Básica e Analista
Educacional).
“O piso nacional refere-se somente às
carreiras do magistério. O que acertamos é que as propostas para as carreiras
de magistério serão igualmente estendidas às demais carreiras da Educação para
que, no conjunto, todos sejam contemplados igualmente. Estamos pactuando um
entendimento histórico”, explica Antônio David de Sousa Junior.
Promoções
Em relação às promoções por escolaridade,
que foram congeladas pela gestão anterior, a proposta do Governo é antecipar em
quatro meses o benefício. Pelas regras atuais, as promoções só voltariam a ser
concedidas a partir de janeiro de 2016, mas a proposta garante que os
servidores da Educação tenham direito à promoção a partir de setembro de 2015.
A proposta também prevê a antecipação das promoções subseqüentes.
“Isso evidencia o compromisso do
governador Fernando Pimentel, neste contexto difícil e complexo, de fazer um
imenso esforço para repactuar as relações com a educação pública do Estado de
uma maneira serena, respeitosa e construtiva”, conclui o subsecretário Antônio
David de Sousa Junior.
Diretores atendidos
As negociações também garantiram avanços
importantes para os diretores. Entre eles, um reajuste de 10,25% na tabela
remuneratória e um aumento de 30% para 50% da parcela da remuneração do cargo
de diretor. “Foi positivo porque o governo manteve um diálogo conosco.
Trouxemos nossas propostas e realmente tivemos um ganho, uma evolução. Nossa
confiança nesse governo está toda em cima disso”, comenta a diretora da Adeomg,
Ana Maria Belo de Abreu.
Ainda foi garantido ao servidor que ocupa
cargo efetivo com carga horária de 24 horas semanais a opção por receber o
dobro da remuneração desse cargo mais 50% da remuneração do cargo de diretor de
escola.
Outros avanços
A proposta também assegura acesso à
merenda escolar para todos os trabalhadores nas escolas, por meio de
complementação financeira-orçamentária, e a nomeação de 15 mil servidores
aprovados em concurso por ano, até 2018, para fortalecimento da carreira com
aumento do quadro efetivo. Já foram publicadas, até abril deste ano, três mil
nomeações de professores da rede estadual. Destaca-se ainda o fim do passivo de
aposentadoria, a anistia dos períodos de greve de 2011 a 2014 e a melhoria na
gestão do Ipsemg.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sinta-se à vontade para postar seu comentário.
Espaço aberto à participação [opinião] e sujeito à moderação em eventuais comentários despretensiosos de um espírito de civilidade e de democracia.
Obrigado pela sua participação.
FN Café NEWS