Girleno
Alencar*
MONTES CLAROS/MG - A cidade de Montes Claros, na
Região Norte de Minas, apresentou, até a tarde desse sábado, três tremores de
terra, sendo o de maior escala registrado às 10h47min, que provocou pânico e
correria entre os moradores. Não é a primeira vez que a cidade mineira treme.
Desde 2008, Montes Claros já registrou 25 abalos sísmicos. Neste sábado, o
primeiro tremor veio com um forte estrondo, tanto que os shoppings Popular e
Ibituruna chegaram a ser evacuados pelo Corpo de Bombeiros. Na região de Grande
Santos Reis, formado por vários bairros próximas a pedreiras, algumas casas
sofreram rachaduras e quatro delas foram interditadas pela Comissão Municipal
de Defesa Civil. Apesar do susto, ninguém se feriu.
MOC: correria e pânico de seus moradores no centro da cidade. |
De acordo com o Observatório Sismológico da Universidade
de Brasília (UnB), a intensidade do tremor ficou entre 3,8 e 4,2 graus na
escala Richter. O professor Lucas Barros, chefe do Observatório, explicou que a
magnitude exata não pôde ser medida no momento do fenômeno, e a avaliação foi
feita com base em tremores anteriores e na descrição dos moradores da
cidade. No dia 2 de abril, o Observatório Sismológico registrou uma série
de quatro pequenos tremores de terra em Montes Claros, com magnitude máxima de
3 graus na escala Richter. O último tremor tinha ocorrido no dia 11 de
maio.
Segundo a Defesa Civil da cidade, o primeiro
tremor ocorreu às 10h47 e foi de grande impacto, sentido em toda cidade e
inclusive em cidades vizinhas. Porém, às 13h45, os moradores do bairro Santos
Reis sentiram novo tremor e, às 14h20, a mesma situação. O coordenador
municipal de Defesa Civil, Mattson Malveira explica que o tremor foi o de maior
intensidade registrado em Montes Claros nos últimos anos, pois foi notado em
toda cidade. Ele lembra que várias casas do bairro Vila Atlântica ficaram com
danos e trincadas, algumas delas inclusive tiveram que ser interditadas.
Rachaduras foram observadas em algumas casas e prédios. |
O maior problema foi registrado na área central de
Montes Claros, onde 100 mil pessoas circulam durante o dia. No Shopping Popular
o tremor provocou correria, com muitas pessoas temendo que o prédio
desmoronasse. Rachaduras surgiram nas paredes externas da edificação.
As atividades da Defesa Civil Municipal foram
concentradas na região de Grande Santos Reis, onde existem pedreiras e onde foram
registrados tremores de terras nos últimos tempos. A casa do pedreito Wedson
Gomes, na rua B2, na Vila Atlântica, teve de ser interditada, pois todas
paredes ficaram rachadas. Ele mora no local com a esposa, filho e um irmão.
Na rua Eliane Vieira Gomes foram várias casas
danificadas. A dona de casa Rosemary Ruas Veloso tinha chegado do centro da
cidade, quando entrou na sua casa e viu o tremor. O reboco da laje da cozinha
foi ao chão e por pouco a feriu. O seu armário de cozinha, que é afixado na parede,
caiu. Ela saiu com o filho para a casa da sua mãe Josiane Veloso Ferreira, onde
as paredes também ficaram trincadas. A vizinha Claudina Antunes, na mesma rua,
viu o aparelho de televisão cair no chão, enquanto na casa de sua filha Sara
umas telhas caíram.
O ditado de que um mesmo raio não cai na mesma casa
duas vezes acabou por terra: o comerciante Bento Eustáquio Antunes teve sua
casa e comércio na rua K, na Vila Atlântica, abaladas por um tremor no dia 4 de
abril, que causou pequenas trincas. Nesta terça, o novo tremor causou maiores
estragos. O local foi interditado.
No bairro Amazonas, Jaibe Alencar levou um susto: a
sua filha Mackcine e o filho Breno estavam em casa, ela acessando a internet e
ele brincando de videogame, quando ocorreu o primeiro tremor e o gesso da casa
caiu, assim como o quarto da filha trincou. Todos saíram para a rua, temendo
uma tragédia maior. O mesmo problema foi verificado na rua Francisco Muniz, que
fica ao lado, onde várias casas mostraram trincas.
Socorro
O Corpo de Bombeiros instalou em Montes Claros, no
7º Batalhão da corporação, um Posto de Comando de Operações para atendimento às
demandas decorrentes do tremor de terra. As ações terão apoio do helicóptero da
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
(Semad).
*Jornal Hoje em Dia - Belo Horizonte (MG) - 19/05/2012
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