sábado, 10 de agosto de 2013

RECUPERAÇÃO APÓS QUEDA: Dilma recupera 6 pontos de popularidade, diz Datafolha

Popularidade de Dilma sobe de 30% para 36%, aponta Datafolha
 De São Paulo/ Mario Cesar Carvalho /Folha de S. Paulo
Depois de uma queda de 35 pontos percentuais na aprovação de seu governo, a presidente Dilma Rousseff teve uma ligeira recuperação, segundo pesquisa Datafolha concluída ontem.
Dilma tem ligeira recuperação na popularidade, diz Datafolha. Foto: Blog do Planalto/ jul. 2013.

O índice dos que consideram o governo ótimo ou bom subiu de 30% no final de junho, no auge dos protestos, para 36% agora.
A aprovação a Dilma é maior entre os mais pobres. Entre os que ganham até dois salários mínimos, 41% aprovam o governo.

Entre os mais ricos, aqueles que ganham acima de dez salários mínimos, a aprovação tem o menor índice (29%), mas foi nessa faixa que Dilma teve o maior crescimento entre aqueles que consideram a sua gestão ótima/boa. O aumento foi de oito pontos percentuais.

O ápice da aprovação de Dilma ocorreu em março, quando 65% consideravam a sua gestão ótima ou boa.

Na pesquisa deste mês, o índice dos que julgam o seu governo ruim/péssimo variou de 25% para 22% e aqueles que o consideram regular oscilou de 43% para 42%.

Há menos otimismo agora dos benefícios que os protestos podem trazer tanto para o entrevistado como para os brasileiros. No fim de junho, 65% diziam que a onda traria mais benefícios pessoais do que prejuízos; agora são 49%. Em relação aos brasileiros, o índice caiu de 67% para 52%.

A avaliação do governo Dilma na área econômica também teve uma pequena recuperação. A aprovação subiu de 27% para 30%, um ponto acima da margem de erro do levantamento, de dois pontos percentuais.

O Datafolha mostra que estancou o movimento dos que acreditam que a inflação vai aumentar. Entre o final de junho e agosto, esse índice oscilou de 54% para 53%. O pessimismo com a inflação estava em crescimento desde dezembro do ano passado.

Há mais otimismo com o emprego, ainda de acordo com a pesquisa. Caiu cinco pontos percentuais o índice de brasileiros que dizem acreditar que o desemprego vai aumentar, de 44% para 39%.

Também houve uma queda no contingente daqueles que acham que o poder de compra dos salários vai diminuir (de 38% para 32%).

Os brasileiros são mais otimistas com a sua situação econômica do que com as expectativas para o país.

Subiu de 44% para 48% os que acreditam que sua situação vai melhorar. Já a opinião sobre a situação do país segue igual a junho (oscilou de 31% para 30%).
A pesquisa foi feita entre quarta-feira e ontem em 160 municípios do país, com 2.615 entrevistados. 

OPINIÃO/BLOG DO JOSIAS

Falta de alternativas conspira a favor de Dilma

Josias de Souza
O Datafolha informa que a aprovação de Dilma Rousseff oscilou para cima. Em junho, quando a besta do inconformismo saiu às ruas, a popularidade da presidente despencara de 65% para 30%. Agora, a taxa foi a 36%. Deve-se a recuperação a dois fatores: uma leve alteração de humor em relação à economia e, sobretudo, a ausência de contraponto.
O uivo da besta teve o efeito de um recomeço do espetáculo. Foi como se os atores recebessem uma folha de papel em branco. Cada um podia fazer o que quisesse com ela. Escrever um novo enredo, por exemplo. Dilma esboçou cinco pactos. Produziram mais manchetes do que resultados. Porém, a oposição ainda não decidiu o que fazer com sua folha.
Os rivais de Dilma se dividem em dois grupos. A turma que torce por Aécio Neves rabisca frases raivosas na folha. O diabo é que o público procura antídotos, não veneno. Os partidários de Eduardo Campos, ante a inação do protagonista, estão na bica dobrar o papel, fazer um aviãozinho e jogar pela janela. O pessoal de Marina Silva ainda nem subiu ao palco. Tem um partido por fazer.
Beneficiada pela visibilidade que o cargo lhe proporciona, Dilma martela duas causas de enorme apelo popular: mais médicos e participação do povo na reforma política. Sabe que médico sem estrutura é como comandante de navio sem mar. Também sabe que o TSE enterrou o plebiscito a toque de caixa. Mas mantém o lero-lero. Ocupa o noticiário e deixa mal a corporação médica e o Congresso.
Na economia, continua sobrando mês no fim do dinheiro do trabalhador. Mas a inflação soluçou menos em julho. Em parte porque o Banco Central entrou em campo. Em boa medida porque a revolta besta adiou os reajustes das tarifas de ônibus, trens e metrôs. Até quando?
Em junho, 54% dos brasileiros achavam que a inflação subiria. Hoje, a taxa é praticamente a mesma: 53%. A boa notícia é que o pessimismo com a carestia, que que subia desde dezembro de 2012, estacionou. Elevou-se de 44% para 48% a quantidade de eleitores que acreditam na perspectiva de melhoria da situação econômica.
Para recuperar a aprovação de 65% que tinha em março, Dilma terá suar o terninho. Mas as pessoas olham ao redor e perguntam aos seus botões: qual é a alternativa?


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