Popularidade
de Dilma sobe de 30% para 36%, aponta Datafolha
De São Paulo/ Mario Cesar
Carvalho /Folha de S. Paulo
Depois de uma queda de 35 pontos percentuais na
aprovação de seu governo, a presidente Dilma Rousseff teve uma ligeira
recuperação, segundo pesquisa Datafolha concluída ontem.
Dilma tem ligeira recuperação na popularidade, diz Datafolha. Foto: Blog do Planalto/ jul. 2013. |
O índice dos que consideram o governo ótimo ou bom
subiu de 30% no final de junho, no auge dos protestos, para 36% agora.
A aprovação a Dilma é maior entre os mais pobres.
Entre os que ganham até dois salários mínimos, 41% aprovam o governo.
Entre os mais ricos, aqueles que ganham acima de
dez salários mínimos, a aprovação tem o menor índice (29%), mas foi nessa faixa
que Dilma teve o maior crescimento entre aqueles que consideram a sua gestão
ótima/boa. O aumento foi de oito pontos percentuais.
O ápice da aprovação de Dilma ocorreu em março,
quando 65% consideravam a sua gestão ótima ou boa.
Na pesquisa deste mês, o índice dos que julgam o
seu governo ruim/péssimo variou de 25% para 22% e aqueles que o consideram
regular oscilou de 43% para 42%.
Há menos otimismo agora dos benefícios que os
protestos podem trazer tanto para o entrevistado como para os brasileiros. No
fim de junho, 65% diziam que a onda traria mais benefícios pessoais do que
prejuízos; agora são 49%. Em relação aos brasileiros, o índice caiu de 67% para
52%.
A avaliação do governo Dilma na área econômica
também teve uma pequena recuperação. A aprovação subiu de 27% para 30%, um
ponto acima da margem de erro do levantamento, de dois pontos percentuais.
O Datafolha mostra que estancou o movimento dos que
acreditam que a inflação vai aumentar. Entre o final de junho e agosto, esse
índice oscilou de 54% para 53%. O pessimismo com a inflação estava em
crescimento desde dezembro do ano passado.
Há mais otimismo com o emprego, ainda de acordo com
a pesquisa. Caiu cinco pontos percentuais o índice de brasileiros que dizem
acreditar que o desemprego vai aumentar, de 44% para 39%.
Também houve uma queda no contingente daqueles que
acham que o poder de compra dos salários vai diminuir (de 38% para 32%).
Os brasileiros são mais otimistas com a sua
situação econômica do que com as expectativas para o país.
Subiu de 44% para 48% os que acreditam que sua situação
vai melhorar. Já a opinião sobre a situação do país segue igual a junho
(oscilou de 31% para 30%).
A pesquisa foi feita entre quarta-feira e ontem em 160 municípios do país, com 2.615 entrevistados.
A pesquisa foi feita entre quarta-feira e ontem em 160 municípios do país, com 2.615 entrevistados.
OPINIÃO/BLOG DO JOSIAS
Falta de alternativas conspira a favor de Dilma
Josias
de Souza
O
Datafolha informa que a aprovação de Dilma Rousseff oscilou para cima. Em
junho, quando a besta do inconformismo saiu às ruas, a popularidade da
presidente despencara de 65% para 30%. Agora, a taxa foi a 36%. Deve-se a
recuperação a dois fatores: uma leve alteração de humor em relação à economia
e, sobretudo, a ausência de contraponto.
O uivo da besta teve o efeito de um
recomeço do espetáculo. Foi como se os atores recebessem uma folha de papel em
branco. Cada um podia fazer o que quisesse com ela. Escrever um novo enredo,
por exemplo. Dilma esboçou cinco pactos. Produziram mais manchetes do que
resultados. Porém, a oposição ainda não decidiu o que fazer com sua folha.
Os rivais de Dilma se dividem em dois
grupos. A turma que torce por Aécio Neves rabisca frases raivosas na folha. O
diabo é que o público procura antídotos, não veneno. Os partidários de Eduardo
Campos, ante a inação do protagonista, estão na bica dobrar o papel, fazer um
aviãozinho e jogar pela janela. O pessoal de Marina Silva ainda nem subiu ao
palco. Tem um partido por fazer.
Beneficiada pela visibilidade que o cargo
lhe proporciona, Dilma martela duas causas de enorme apelo popular: mais
médicos e participação do povo na reforma política. Sabe que médico sem
estrutura é como comandante de navio sem mar. Também sabe que o TSE enterrou o
plebiscito a toque de caixa. Mas mantém o lero-lero. Ocupa o noticiário e deixa
mal a corporação médica e o Congresso.
Na economia, continua sobrando mês no fim
do dinheiro do trabalhador. Mas a inflação soluçou menos em julho. Em parte
porque o Banco Central entrou em campo. Em boa medida porque a revolta besta
adiou os reajustes das tarifas de ônibus, trens e metrôs. Até quando?
Em junho, 54% dos brasileiros achavam que
a inflação subiria. Hoje, a taxa é praticamente a mesma: 53%. A boa notícia é
que o pessimismo com a carestia, que que subia desde dezembro de 2012,
estacionou. Elevou-se de 44% para 48% a quantidade de eleitores que acreditam
na perspectiva de melhoria da situação econômica.
Para recuperar a aprovação de 65% que
tinha em março, Dilma terá suar o terninho. Mas as pessoas olham ao redor e
perguntam aos seus botões: qual é a alternativa?
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