Rio São Francisco, de
águas abundantes, completa nesta sexta 512 anos
Velho Chico abre seus braços de fé na natureza para a transformação de
vidas sertanejo-barranqueiras
Com informações da Codevasf/Globo Rural
- TV Globo/ Agência CNM e do FN Café NEWS
Vapor Benjamim Guimarães navega pelas
águas do 'Velho Chico'. França Neto jan 2011
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O Rio São Francisco, conhecido como
“Velho Chico”, que completa 512 anos nesta sexta-feira (4/10), recebeu esse
nome porque foi descoberto no dia de São Francisco de Assis. A descoberta do
“Velho Chico” é atribuída ao navegador genovês Américo Vespúcio, e segue
resistente, levando vida a todos aqueles que se recostam às suas margens.
As águas do rio atravessam vários estados
e mudam a vida de muitas pessoas pelo caminho.
Pescadores do Rio São Francisco. Foto Codevasf. |
O Velho
Chico de águas verdes, frias e abundantes, tem 2,83 mil quilômetros de
extensão, passando pelos estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e
Alagoas. O Rio São Francisco muda a paisagem ao passar pelo Nordeste.
Historicamente, o semi-árido é conhecido pela escassez de água, mas pela região
o líquido parece não ter fim. Com a ajuda da tecnologia, o mar doce levou de
volta a esperança para uma parte do sertão seco. É como se o Velho Chico
abrisse os braços oferecendo oportunidades e transformando vidas.
O rio São Francisco abastece os sistemas
de irrigação que permitem o cultivo de frutas em pleno semi-árido. A
fruticultura desenvolveu a economia do Vale do São Francisco. Por ano, são
movimentados cerca de US$ 240 milhões com a exportação.
No final de setembro, uma adutora passou
a levar a água do São Francisco para a comunidade de Cacimba do Baltazar, na
zona rural de Petrolina. O sonho de muitos outros agricultores virou realidade.
Comemorações
Vapor Benjamim. Foto FN Café NEWS |
Em comemoração, alguns Municípios
realizam atividades para lembrar a importância do Velho Chico para o
desenvolvimento do país. E ocaso do Município de Penedo (AL) que em parceria
com os Municípios alagoanos de Igreja Nova e Piaçabuçu promoverá a 8ª edição
da Exposição Agropecuária e Cultural do Baixo São Francisco - Expo São
Francisco.
Realizada há sete anos, sempre no mês de
novembro, esta edição acontece nos dias 4 e 5 de outubro.
A 8ª Expo São Francisco reunirá na Praça
12 de Abril diversos estandes de expositores de vários Municípios que integram
o vale do São Francisco alagoano.
Já no Município de Juazeiro, na Bahia, as
atividades tiveram início no último sábado, 28 de setembro, e durante toda
semana foram promovidas várias palestras de conscientização e preservação do
Rio nos povoados do Município.
Nesta quarta-feira, 2 de outubro, a
prefeitura em parceria com os moradores realizaram uma ação de limpeza na Orla
de Juazeiro durante a manhã. Um mutirão de limpeza também ocorreu na Ilha do
Rodeadouro, nesta quinta-feira, 3, com a instalação de placas educativas e
plantio de mudas nativas.
Os eventos em Juazeiro seguem até esta
sexta-feira, dia 4, quando acontece, a partir das 14h, o projeto Trilha
Cultural, na Escola José de Amorim, localizada na Lagoa do Salitre.
HISTÓRICO SOBRE RIO SÃO FRANCISCO
A vista do Rio São Francisco entre os municípios norte-mineiros de Manga e Matias Cardoso (MG). Foto: Jornalista Manoel de Freitas 2013. |
O Rio São Francisco (Velho Chico,
popularmente batizado) percorre cerca de 2.800 quilômetros até desaguar no
Oceano Atlântico, passando por cinco Estados; além de Minas Gerais, o rio banha
as terras de Alagoas, Bahia, Pernambuco e Sergipe, drenando em uma área de
aproximadamente 641.000 km2, na qual leva água para uma população de 18,2 milhões
de ribeirinhos, radicados em 505 Municípios brasileiros.
Nascente do São Francisco em S. Roque (MG). Foto: Codevasf |
O Velho Chico, que nasce no Estado de Minas
Gerais, na Serra da Canastra, município de São Roque de Minas (MG), desemboca
no Oceano Atlântico entre Sergipe e Alagoas. Durante seu percurso pelo cerrado
mineiro e sertão norte-mineiro, baiano, pernambucano, o Rio São Francisco apresenta
dois estirões navegáveis, no seu médio curso entre Pirapora-MG e
Petrolina-PE/Juazeiro-BA [1.371km], e, no seu baixo curso entre Piranhas- AL
até a foz do Atlântico [208km].
O Velho Chico atravessa regiões com
condições naturais as mais diversas. As partes extremas superior e inferior, da
bacia, apresentam bons índices pluviométricos e fluviométricos, enquanto os
seus cursos médio e sub-médio, atravessam áreas de clima bastante seco e
semi-árido. Assim, cerca de 75% do deflúvio do São Francisco é gerado em Minas
Gerais, cuja área da bacia ali inserida é de apenas 37% da área total.
Comercialmente, o trecho principal são os 1.371km,
entre Pirapora-MG e Petrolina-PE/Juazeiro-BA. Este trecho corresponde a uma
distância equivalente entre Brasília (DF) e Salvador (BA) e é sem dúvida a mais
econômica forma de ligação entre o Centro Sul e o Nordeste. Com o seu extremo
sul localizado na cidade de Pirapora (MG), a Hidrovia do São Francisco é
interligada por ferrovia e estradas aos mais importantes centros econômicos do
Sudeste, além de fazer parte do Corredor de Exportação Centro-Leste. Ao Norte,
nas cidades vizinhas de Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), a Hidrovia está ligada às
principais capitais do Nordeste, dada a posição geográfica destas duas cidades.
O Velho Chico oferece condições naturais de
navegação, durante todo o ano, com variações de profundidade (calado), segundo
o regime de chuvas. Em grande parte no vale do São Francisco, as áreas mais
propícias ao aproveitamento agrícola situam-se às margens desse rio. Por esse
motivo é nas proximidades do rio que se encontra a maior parcela da população
do vale. A consolidação da Hidrovia do São Francisco fará com que se atenda a
demanda, não só da região ribeirinha, mas de todo o país.
Transposição
do Rio São Francisco e projetos de
revitalização
Imagens do Velho Chico. Arte: FN Café NEWS out. 2013 |
A transposição de águas do Rio São Francisco é um
projeto que gera muita polêmica. Constitui, basicamente, na utilização das
águas do rio para a perenização de rios e açudes da Região Nordeste durante os
períodos de estiagens. Os Estados beneficiados seriam: Paraíba, Rio Grande do
Norte e Ceará e por isso a idéia é defendida pelos políticos destes Estados, já
os políticos de Minas Gerais, Bahia, Alagoas e Sergipe não a aceitam bem,
preocupados com os efeitos em seus Estados.
Projetos prometem beneficiar mais de 200
Municípios com os sistemas de esgotamento sanitário. Segundo a Companhia de
Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) as obras
atendem a zonas urbanas de Municípios com população de até 50 mil habitantes e,
em sua maioria, com prioridade para as localidades situadas na calha do Rio São
Francisco.
O projeto de transposição das águas do rio São
Francisco consiste na transferência de águas do rio para abastecer pequenos
rios e açudes da região Nordeste que possuem um déficit hídrico durante o
período de estiagem. As obras são prioritárias para o governo no setor de
infra-estrutura no ano que vem. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse
que o projeto deve custar R$ 2 bilhões ao governo, e adiantou que o primeiro
trecho da transposição deve ser inaugurado em janeiro de 2006.
A transposição do rio São Francisco é uma discussão
antiga no governo federal. O projeto foi concebido inicialmente em 1985, ainda
no âmbito do extinto DNOS - Departamento Nacional de Obras e Saneamento. Em
1999, o projeto foi transferido para o âmbito do Ministério da Integração Nacional.
Atualmente, vários ministérios acompanham as ações do projeto, assim como o
Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco – formado pela sociedade
civil e pelas três esferas de governo.
O projeto em discussão pelo Executivo, porém, vai
além da transposição das águas do Velho Chico. A transferência de água está
incluída no Programa de Desenvolvimento Sustentável para o Semi-Árido e a Bacia
do Rio São Francisco. A prioridade, para o governo federal, é melhorar as
condições de vida da população que vive às margens do rio ou têm no São
Francisco o seu meio de sobrevivência. O Orçamento de 2005 encaminhado pelo
governo federal ao Congresso prevê recursos da ordem de R$ 1 bilhão para a
revitalização do rio no ano que vem.
Na avaliação do secretário-executivo do Comitê do
São Francisco, Luiz Carlos Fontes, o grande desafio do governo é conciliar a
revitalização do rio com a sua transposição. "Precisamos ter uma medida
justa para revitalização, um compromisso que assegure que isso não vai ficar
apenas restrito a um primeiro momento. Acredito que o governo tenha mecanismos
de nos dar um conforto que essa obra não ficará sujeita a variações anuais e
que valores serão aprovados no Orçamento da União. Entendo que o valor
apresentado nesse momento é uma sinalização, mas não é nem de longe o valor que
a gente precisa para revitalização da bacia", diz.
Pela proposta de transposição em estudo pelo
governo, o rio São Francisco doaria cerca de 60 metros cúbicos por segundo de
vazão aos açudes e pequenos rios da região. Para o presidente Lula, a água
armazenada vai permitir a interligação de açudes e manter o nível de água em
cada um deles – uma forma de garantir o sustento de famílias que vivem na
região.
Os estados mais beneficiados seriam a Paraíba, o
Rio Grande do Norte e o Ceará. O rio São Francisco possui 2,8 mil km de
extensão, nasce em Minas Gerais, na Serra da Canastra, e desemboca no Oceano
Atlântico, entre Sergipe e Alagoas.
Jornalista Fernando Abreu - Montalvânia (MG), via Facebook: "Parabéns Velho Chico..."
ResponderExcluirAngela Galvão - Belo Horizonte (MG), via Facebook: "Parabéns para o velho novo CHICO, nosso orgulho"
ResponderExcluirIsaias R. Nascimento - Manga (MG), via Facebook: "...mas quem vai transformar a vida do velho Chico?!!"
ResponderExcluirCelso De Oliveira Birigui-SP, via Face: "Que seria desta Região sem o velho Chico?????? Não existia , a benção chegou,chuva, Graças a Deus."
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