Rádio comunitária piloto
deve valorizar a cultura quilombola em Manga no Norte de Minas
Projeto tem
investimento da Secretaria de Estado da Educação e será implantado numa escola
estadual de Manga, no Norte de Minas Gerais
O professor quilombola Isaías Nascimento coordena o projeto: resgate de uma identidade importante na formação cultural e social do país. Foto: Arquivo Pessoal via Agência MG. |
Com Agência Minas/ Adaptações FN Café NEWS
BELO HORIZONTE (MG) – Uma rádio comunitária piloto terá programação
voltada para divulgação da cultura quilombola. O projeto, que recebeu
investimento da Secretaria de
Estado da Educação (SEE), está sendo implantado na Escola Estadual Ministro
Petrônio Portela, em Manga, no Norte de Minas Gerais.
A iniciativa faz parte das ações do Governo do Estado no sentido de
implantar diretrizes específicas para a educação escolar quilombola.
O coordenador e idealizador do projeto é o professor quilombola Isaias
Nascimento, que integra o corpo de docentes da Escola Ministro Petrônio
Portela, que atende cerca de 100 alunos da comunidade quilombola Espinho, na
zona rural de Manga.
Segundo Isaias, a rádio, que deve entrar no ar no próximo mês de
novembro, terá 25 watts de potência, cobrindo as áreas urbana e rural de Manga,
onde existem outras nove comunidades quilombolas.
Resgate da
identidade
A programação da rádio incluirá debates sobre a preservação da cultura
quilombola, divulgação de hábitos alimentares, valorização da beleza negra,
contação de causos, cantorias, danças, folia de reis, além de prestar serviços
para a comunidade local.
A ideia principal é transmitir os conhecimentos adquiridos em sala de
aula, falar da cultura e das necessidades das comunidades quilombolas e
escolar”, resume o professor.
O investimento da SEE na instalação da rádio foi de cerca de R$20 mil
para a compra de aparelho de transmissão, mesa de som, microfones, caixas de
retorno, computador e adaptação do estúdio.
O projeto já estava estruturado na escola e foi contemplado por seguir
critérios pedagógicos previstos no plano de educação quilombola que está sendo
implantado em Minas Gerais. Segundo a SEE, iniciativas de outras escolas
quilombolas também estão sendo analisadas pela secretaria.
O professor Isaias Nascimento faz parte o Grupo de Trabalho criado pelo
Governo de Minas Gerais para implantar as Diretrizes Curriculares da Educação
Escolar Quilombola e levantar as demandas das comunidades. Para ele, essa
adequação servirá para resgatar a identidade dos quilombolas que tiveram e têm
uma contribuição importante na formação social e cultural do país.
Consciência
das raízes
De acordo com o Censo Escolar 2014, Minas Gerais possui 15.160 alunos
matriculados em 191 unidades de ensino quilombolas das redes estadual e
municipais. Essas unidades estão localizadas em 80 municípios mineiros.
Luca Assis é um dos quilombolas que estudam na E. E. Ministro Petrônio
Portela. Consciente de suas raízes, o aluno do segundo ano do ensino médio não
tem dúvidas de que inclusão da história, dos valores e das práticas culturais
quilombolas no currículo escolar vai mudar a atitude dos jovens e crianças das
comunidades.
“A partir desse resgate, eles vão compreender o seu valor e a riqueza da
nossa cultura”, afirma Lucas.
Trabalho
conjunto
Coordenado pela Secretaria de Estado da Educação, o Grupo de Trabalho
para definir diretrizes específicas para a educação escolar quilombola em Minas
é composto por representantes do poder público municipal, da sociedade civil
organizada e dos povos quilombolas.
De acordo com a superintendente de Modalidades e Temáticas Especiais de
Ensino da SEE, Iara Félix Viana, é impossível pensar na educação quilombola sem
a participação de todos esses grupos.
“É preciso envolver, por exemplo, as secretarias municipais de educação
porque em Minas Gerais temos um número muito maior de escolas quilombolas da
rede municipal. Toda proposta vinculada ao Estado também será pensada para os
municípios. A ideia é fazer um trabalho conjunto”, ressalta Iara.
Quilombolas
As comunidades
quilombolas são grupos étnicos – predominantemente constituídos pela população
negra rural ou urbana –, que se autodefinem a partir das relações com a terra,
o parentesco, o território, a ancestralidade, as tradições e práticas culturais
próprias. Estima-se que em todo o país existam mais de 3 mil comunidades
quilombolas, cerca de 450 em Minas Gerais.
Isaias R. Nascimento, via Facebook: Boa noite,Amigo José França Neto. A informação é amiga do saber!. È uma conquista para a educação Mineira, expandir do aluno mesclando conhecimento e experiências, trocando informação normativa com os conhecimentos empiricos das comunidades tradicionais. O bom e velho amigo, alongará suas ondas adentrando a simplicidade do campo.
ResponderExcluirValeu, meu caro Isaias R. Nascimento (Zaca). Somos todos irmãos nessa trajetória de valorização do 'trabalho social, vivo e concreto' no desenvolvimento humano da nossa querida Manga (MG), "de fértil chão!.." Como as Edições Amém plasmaram jovens como vc, meu Zaca, além de meu amigo José Ferreira Jose Ferreira Dutra (o nosso Zé), para fazer a diferença na sociedade com "o amor ao próximo" (Cristo). Abraço, FN.
ExcluirLuis Carlos Pontes Azevedo - Via Facebook: Valeu querido irmão, isso é inclusão social, Cristo seja glorificado.
ResponderExcluirIsaias R. Nascimento Obg, Pr.Luis Carlos Pontes Azevedo
ExcluirNeemias Rodrigues do Nascimento - Via Facebook: Parabéns !! Isaias R. Nascimento Pela coragem e bravura com a iniciativa agora com esta conquista tão honrada , agora abre- se um novo horizonte pelas conquistas na área da educação saúde e na luta de novas oportunidades para o nosso povo Quilombola garantindo assim uma verdadeira luta preservando a cultura e a valorização da nossas lutas!! Uma voz ecoou e essa voz não pode se calar!! Parabéns Isaías Nascimento pela conquista! !!
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