Comissão reúne
para garantir o
direito à livre manifestação e à liberdade de expressão durante a Copa do Mundo
Comissão pretende utilizar uma pedagogia de prevenção à violência, por meio do diálogo. Foto Ascom/MPMG maio 2014. |
A Comissão de Prevenção à Violência em
Manifestações Populares, instituída em junho de 2013, se reuniu pela primeira
vez este ano, nessa quarta-feira, 14. O objetivo da comissão, tendo em vista
principalmente a aproximação da Copa do Mundo, é garantir o direito à livre
manifestação e à liberdade de expressão a partir do diálogo entre movimentos
sociais, entidades de defesa dos direitos humanos e forças de segurança do
estado.
Na abertura dos trabalhos, o coordenador da
comissão, procurador de Justiça José Antônio Baêta, apresentou, juntamente com
os delegados presentes, uma definição, alcançada em tratativas com a Polícia
Civil, que atende a solicitações feitas desde o ano passado, durante a Copa das
Confederações, referentes ao encaminhamento das pessoas detidas durante os
protestos.
Nos dias de jogos da Seleção Brasileira e naqueles
em que forem realizadas partidas em Belo Horizonte, todos os detidos em
manifestações serão conduzidos pela Polícia Militar até a Delegacia Regional
Noroeste, no bairro Alípio de Melo. Realizadas as averiguações pelas
autoridades, será dado o encaminhamento adequado. Crimes de menor potencial ofensivo
serão tratados serão tratados pelo Juizado Especial Criminal, que montará
plantões em um espaço específico nas dependências própria delegacia.
A concentração dos detidos em local único visa
assegurar seu direito de defesa, na medida em que facilita o trabalho de
advogados e defensores públicos, que terão um lugar na delegacia para
atendimento dos assistidos.
Baêta informou, ainda, que as denúncias de excessos
por parte de policiais deverão ser feitas na Casa dos Direitos Humanos,
entidade ligada à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese). A
intenção é que seja montada na casa uma unidade do Instituto Médico Legal (IML)
para realização de exames de corpo de delito.
Outro acordo foi firmado entre o Ministério Público
de Minas Gerais (MPMG) e a prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria
de Administração Regional Pampulha, para a instalação, a partir da próxima
segunda-feira, de um guarda-corpo no viaduto José Alencar, que fica no encontro
entre as avenidas Antônio Carlos e Abrahão Caram, próximo ao estádio Mineirão.
Isso porque, em junho de 2013, duas mortes foram causadas pela queda, de
manifestantes que estavam sobre o elevado.
Participaram da reunião, por parte do MPMG, o
coordenador de Inclusão e Mobilização Sociais, promotor de Justiça Paulo César
de Lima; a coordenadora do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de
Justiça de Defesa dos Direitos Humanos e Apoio Comunitário (CAO-DH), promotora
de Justiça Nívia Mônica da Silva, e o coordenador do Centro de Apoio Operacional
das Promotorias de Justiça Criminais de Execução Penal, do Tribunal do Júri e
da Auditoria Militar (Caocrim), promotor de Justiça Marcelo Mattar.
Estiveram presentes também o subsecretário de
Integração do Sistema de Defesa Social, Daniel Malard; o comandante de
Policiamento Especializado da Polícia Militar de Minas Gerais, Coronel Antônio
Carvalho; a comandante do policiamento de Belo Horizonte, coronel Cláudia
Romualdo; delegados da Polícia Civil; representantes da Comissão de Segurança
Pública da Assembleia Legislativa e da Comissão de Direito Humanos da Câmara
Municipal e integrantes de movimentos sociais e de entidades de direitos
humanos.
Para Baêta, o diálogo entre esses atores é
fundamental para que se minimize a ocorrência de atos violentos durante as
manifestações programadas para acontecer antes e durante a Copa do Mundo.
“Esperamos que as manifestações aconteçam de forma
pacífica, sem depredação ou violência, mas estamos retomando esse canal de
comunicação único no país para que as partes envolvidas exponham suas
preocupações e possamos chegar a acordos que tragam o melhor para todos”,
afirmou ele.
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