CMO aprova orçamento de 2015; votação final fica para fevereiro
Orçamento foi aprovado depois de negociações e acordo entre integrantes
da CMO. Foto: Laycer Tomaz/Câmara dos Deputados.
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Com Agência Câmara
Notícias*
BRASÍLIA (DF) – A Comissão Mista de
Orçamento (CMO) aprovou nesta segunda-feira (22), último
dia dos trabalhos legislativos do ano, a proposta orçamentária para 2015.
Deputados e senadores acolheram o substitutivo apresentado pelo relator-geral,
senador Romero Jucá (PMDB-RR), que negociou a redação do texto com os
integrantes do colegiado, sendo aprovado por unanimidade. Antes do relatório
final, a comissão havia aprovado, em menos de três horas, dez relatórios
setoriais praticamente sem discussão.
O texto final não foi disponibilizado, o
que só deve acontecer nas próximas horas. Consultores de orçamento da Câmara
dos Deputados e do Senado estão preparando o parecer final com todos os ajustes
negociados por Jucá. Somente os parlamentares que participaram da reunião com o
relator tiveram acesso aos dados do parecer final.
A proposta será colocada em votação no
Plenário do Congresso Nacional a partir de fevereiro do próximo ano, após a
posse dos novos congressistas.
Segundo Jucá, o parecer inclui salário
mínimo de R$ 790 a partir de 1º de janeiro. Hoje é de R$ 724. O aumento nominal
(sem descontar a inflação) é de 9,1%. Ele também destinou cerca de R$ 900
milhões para garantir o reajuste concedido para ministros do Supremo Tribunal
Federal (STF), procurador-geral da República, deputados e senadores, que representa
o novo teto do funcionalismo público (R$ 33,7 mil). Os reajustes foram
aprovados na semana passada.
O texto também destina R$ 3,9 bilhões
como incentivo às exportações e compensação aos estados que não podem cobrar ICMS na
exportação de produtos primários (Lei Kandir).
A votação contou com o apoio da oposição.
“Para atender o interesse nacional, estamos relevando alguns princípios
regimentais, alguns prazos e, principalmente, os destaques. No que depender da oposição, não
faremos obstrução ou
oposição ao País”, disse o deputado Domingos Sávio (PSDB-MG).
Ajuste fiscal
O orçamento aprovado terá que suportar o
ajuste fiscal que o governo pretende fazer nas despesas públicas em 2015.
Qualquer medida anunciada pelo Executivo nas próximas semanas terá que ser amparada
pela proposta ainda tramitando no Congresso. Isso obrigará o senador Romero
Jucá a fazer ajustes no texto antes de submetê-lo à votação final no Plenário.
Jucá garante que o projeto que sai da CMO
é “factível”. “Os dados macroeconômicos são realistas. O governo saiu daquele
sonho e caiu na real”, disse o senador. Em conversas com o Executivo, ele
cobrou mudanças nos parâmetros econômicos que lastreiam a proposta
orçamentária. Assim, a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) caiu de 3%, número que constava no
projeto encaminhado pelo governo em agosto, para 0,8%.
Emendas
O texto aprovado incorpora R$ 9,7 bilhões
em emendas individuais de deputados e senadores, que terão execução obrigatória
em 2015, como determina o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) aprovado pelo Congresso e pendente de
sanção.
Apesar da obrigatoriedade, a execução das
emendas também será submetida ao ajuste fiscal. Isso pode significar um forte contingenciamento durante a maior parte do ano dos
recursos destinados por deputados e senadores a obras e serviços em seus
redutos eleitorais.
Além disso, as emendas que destinaram
recursos para investimentos só poderão ser empenhadas após a sanção da lei
orçamentária. A LDO proíbe execução de investimentos sem lei orçamentária em
vigor.
*Reportagem – Janary Júnior/Edição – Pierre Triboli
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