Além das ações de combate à seca, governo estadual adota medidas que
visam à proteção ambiental de reservas em MG
ICMS Ecológico fará parte da pauta de trabalho
da força-tarefa da água
MONTES CLAROS
(MG)* – Para o enfrentamento da seca no Estado, especificamente, no Norte de
Minas, o governo de Minas Gerais deve ir além das ações emergenciais de
convivência com a falta d’água. “É preciso também adotar medidas que visam à
proteção ambiental”. Foi assim que o secretário de Desenvolvimento e Integração
do Norte e Nordeste de Minas Gerais, Paulo Guedes, defendeu a necessidade de o
Estado buscar mecanismos de incentivo à preservação do meio ambiente para os
municípios que mais sofrem com a escassez de recursos hídricos. Uma medida
importante, segundo ele, é a revisão dos critérios de distribuição do ICMS
Ecológico no Estado.
A proposta foi
apresentada nessa segunda-feira, (9/2/15), durante a 5ª reunião da força-tarefa
criada pelo governador Fernando Pimentel com o objetivo de gerir o
abastecimento de água no estado e encontrar soluções para os problemas
ocasionados pela seca prolongada. O secretário de Planejamento, Helvécio
Miranda, que coordena a força-tarefa, considerou positiva a sugestão de inserir
o ICMS Ecológico na pauta de trabalho, já que a preservação de reservas
ambientais impacta diretamente na proteção e conservação dos mananciais.
O ICMS
Ecológico representa 1% do total da arrecadação do Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços em Minas Gerais. Esse percentual é distribuído entre os
municípios de acordo com os seguintes critérios: Rede esgoto: 45,45%; Unidade
de conservação ambiental: 45,45% e Mata Seca: 9,1%. Para o secretário da
Sedinor, é preciso haver uma distribuição mais justa desses recursos no Estado.
A revisão nos
critérios de distribuição do imposto irá beneficiar diretamente os municípios
com mata seca preservada, localizados no Norte e no Jequitinhonha. Paulo Guedes
explicou que o Norte de Minas, com 56% de cobertura vegetal, é considerado o
pulmão do Estado, mas não recebe nenhum incentivo do governo para preservar as
suas matas. “Juntos, os municípios de Januária e Bonito de Minas têm cerca de
800 mil hectares de parque, mas se comparamos com outras regiões logo
percebemos as distorções. Uma árvore do Parque do Rola Moça, em Ibirité, chega
a valer por 33.000 árvores do parque do Peruaçu, em Januária, ou da APA
Pandeiros, que é o maior berçário de reprodução do Rio São Francisco” relata.
Enquanto Belo
Horizonte, por exemplo, recebe cerca de R$ 23 mil de ICMS Ecológico, Januária,
com cerca de 300 mil Hectares de mata preservada, recebe pouco mais de R$ 5 mil
por mês. “R$ 20 mil no orçamento de Belo Horizonte é considerado um valor
irrisório, mas imagine este valor todo mês na conta de um pequeno município
como São João das Missões”, ponderou.
Ações no
Estado
Durante a
reunião também foi apresentado um levantamento detalhado de todos os projetos e
obras referentes a recursos hídricos no Estado para que não haja sobreposição
de recursos e iniciativas. O estudo será o ponto de partida para as ações do
Governo.
A
reunião contou com representantes das Secretarias de Estado de Governo
(Segov), Planejamento e Gestão (Seplag), Transporte e Obras Públicas (Setop), Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
(Semad), Desenvolvimento Regional, Política
Urbana e Gestão Metropolitana (Sedru) e Desenvolvimento
e Integração do Norte e Nordeste de Minas Gerais (Sedinor), além da Companhia de Saneamento de Minas Gerais
(Copasa), Instituto Mineiro de Gestão das
Águas (Igam), Agência de Desenvolvimento da
Região Metropolitana, Ruralminas, Defesa Civil e Fundação
HidroEX.
* Com ACS/Sedinor - Adaptações de texto, imagem e legenda FN Café NEWS
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