Governo Pimentel trabalha com
déficit de R$ 6 bi no orçamento do Estado para este ano
Contingenciamentos no orçamento
estadual ‘não vão afetar áreas como saúde, educação e segurança’, diz governo de
MG
BELO HORIZONTE
(MG)* - O governador de Minas
Gerais, Fernando Pimentel, apresentou na quinta-feira última (12/3), no Palácio Tiradentes, em Belo
Horizonte, estudo elaborado por sua equipe sobre o orçamento do Estado para
2015. O material irá subsidiar a Assembleia Legislativa na votação do Projeto
de Lei Orçamentária Anual (PLOA) que estima as receitas e prevê as despesas
para este ano, sugerindo alterações na proposição encaminhada em setembro pela
gestão passada.
Durante a apresentação, Pimentel destacou
a situação financeira do Estado e a existência de um déficit de R$ 6 bilhões no
Orçamento deste ano. O Orçamento apresentado pela gestão anterior havia
suprimido artificialmente o déficit ao superestimar receitas e subestimar
despesas. “Queria alertar para o fato de que a situação financeira do Estado é
grave”, declarou.
De acordo com o estudo feito pelo
governo, a receita antes estimada em R$ 72,4 bilhões será, na verdade, de R$
68,3 bilhões, devido a uma superestimação de cerca de R$ 4 bilhões dos valores
apresentada pelo governo anterior. Já as despesas, antes calculadas em R$ 72,4
bilhões, serão R$ 1,9 bilhão maiores, chegando a R$ 74,4 bilhões. Dentro do
déficit geral de R$ 6 bilhões, R$ 1,1 bilhão é referente a despesas de
exercícios anteriores, ou seja, gastos assumidos pelo antigo governo sem a
correspondente cobertura orçamentária.
Uma das principais fontes de arrecadação
do Estado, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), também
estava superestimado. No estudo enviado à Assembleia Legislativa, a perspectiva
é de uma receita de R$ 40,5 bilhões com o imposto, R$ 1,1 bilhão menor do que a
previsão inicial.
O governador garantiu que, apesar das
dificuldades, o governo vai manter os direitos dos servidores e a qualidade dos
serviços nas áreas da saúde, educação e segurança. “Agora, estamos entregando
uma peça realista e factível. Vamos trabalhar para equilibrar as contas. Não
vamos ferir neste trabalho nenhum direito dos servidores. Todos os aumentos que
estão consignados em lei estão assegurados”, disse. “Quero assegurar à
população que vamos prestar os melhores serviços possíveis em todas as áreas,
apesar de os números não serem favoráveis”, completou.
O governador estava acompanhado dos
secretários de Estado de Planejamento e Gestão, Helvécio Magalhães, de Fazenda,
José Afonso Bicalho, e de Governo, Odair Cunha, e do presidente da Comissão de
Fiscalização Financeira e Orçamentária da Assembleia, deputado Tiago Ulisses. O
deputado e o secretário Odair Cunha foram encarregados de levar ao presidente
da Assembleia Legislativa, Adalclever Lopes, os estudos realizados pelo
Executivo mineiro
Readequação
O secretário Helvécio Magalhães afirmou
que a situação herdada pela nova gestão “é constrangedora do ponto de vista
orçamentário”. “Foi importante apresentarmos os dados históricos que mostram
que o Estado vem acumulando nos últimos anos, das últimas gestões, déficits
progressivos”, disse durante entrevista.
Ainda segundo o secretário, a
determinação do governador é a de trabalhar para readequar as contas e gerir
melhor os recursos. “Nossa obrigação é trabalhar para reduzir ou otimizar as
despesas e ampliar as receitas dentro do que for possível, articulando
investimentos das estatais, do próprio governo, das operações de crédito e
dando melhor uso a cada centavo”, salientou.
Já o secretário José Afonso Bicalho negou que a atividade econômica do país tenha influenciado na realidade financeira encontrada pela nova gestão. “O orçamento que estamos reduzindo não tem nada a ver com a atividade econômica. Tem a ver com a expectativa que foi imposta no orçamento e é irrealizável”, declarou.
Já o secretário José Afonso Bicalho negou que a atividade econômica do país tenha influenciado na realidade financeira encontrada pela nova gestão. “O orçamento que estamos reduzindo não tem nada a ver com a atividade econômica. Tem a ver com a expectativa que foi imposta no orçamento e é irrealizável”, declarou.
*Com Agência Minas/Adaptações de texto e imagem FN Café NEWS
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