Com déficit de R$ 7,3 bilhões, orçamento estadual de 2015 é
aprovado por unanimidade na Assembleia Legislativa
Parlamentares votam a favor da proposta
apresentada pelo governo
Sede do Governo de Minas Gerais, em Belo Horizonte (MG), a Cidade Administrativa. Foto: Agência Minas. |
BELO HORIZONTE (MG)* – A Assembleia
Legislativa aprovou, no início da tarde de hoje (26/3), por unanimidade, o novo
Orçamento do Estado para 2015. Os deputados votaram favoráveis à proposição
apresentada pelo governo estadual, que revisou a proposta original enviada pela
gestão anterior no final do ano passado.
Na reestimativa da peça orçamentária
feita pela equipe do governador Fernando Pimentel e enviada ao Legislativo na
semana passada havia previsão de um déficit fiscal de R$ 6,15 bilhões. Mas, na
votação de hoje, o Orçamento de 2015 foi aprovado com déficit projetado de R$
7,3 bilhões. A diferença (R$ 1,15 bilhão) se refere à inclusão, pelo relator,
deputado Tiago Ulisses (PV), das despesas de exercícios anteriores (DEA) que
não constavam na proposição original. Com isso, o valor da despesa fiscal
(descontadas as despesas intraorçamentárias) passou de R$ 72,4 bilhões para R$
75,6 bilhões. Já as receitas, antes estimadas em R$ 72,4 bilhões, foram
revistas para 68,3 bilhões.
Para o deputado Durval Ângelo (PT), líder
do governo da Assembleia, o Executivo conseguiu convencer a própria oposição da
necessidade de mudança no Orçamento, tanto que a votação foi expressiva. “A
tese do governador Pimentel estava certa, de que o orçamento era irreal e
precisava ser modificado”, afirmou.
Sobre a afirmação do líder da minoria,
deputado Gustavo Valadares, de que o governo só ia começar a trabalhar após a
votação do orçamento, Durval Ângelo rebateu o colega dizendo que o governador
Fernando Pimentel tem trabalhado muito desde o que tomou posse. “Suceder um
governo tucano não é fácil. O atual governo encontrou a casa desarrumada e com
muitos problemas. A situação do orçamento é um bom exemplo, pois eles trataram
a lei maior do estado de forma irresponsável”, ressaltou.
ICMS
Um dos fatores que contribuíram para a
redução da receita foi a revisão da arrecadação com o ICMS, uma das principais
fontes de recursos do Estado. Originalmente, foram previstos R$ 41,6 bilhões,
mas esse valor foi reduzido para R$ 40,5 bilhões (queda de 2,66%). Também teve
significativa variação a receita patrimonial do Estado (dividendos e títulos de
juros de renda, por exemplo), que passaram de R$ 4,7 bilhões para R$ 1,1 bilhão
(redução de 76,19%).
Outra alteração importante entre a
proposta enviada pelo Executivo à Assembleia ocorreu na folha de pagamento. A
proposição original previa despesa de pessoal da ordem de R$ 28,5 bilhões, mas
o texto aprovado em plenário mudou esse valor para R$ 32,7 bilhões (aumento de
14,6%).
Nas despesas de capital, o montante de
investimentos foi reduzido de R$ 6,5 bilhões para R$ 4,3 bilhões (queda de
36,57%). O orçamento de investimento das empresas controladas pelo Estado não
foi modificado e permanece estimado em R$ 7,6 bilhões. Por outro lado, a
amortização da dívida do Estado vai consumir R$ 3,5 bilhões em 2015 (acréscimo
de 33,6% em relação aos R$ 2,6 bilhões projetados inicialmente).
Lei de Responsabilidade Fiscal
No que diz respeito ao cumprimento da Lei
de Responsabilidade Fiscal (LRF), após a reavaliação dos números do orçamento,
a despesa com pessoal do Poder Executivo em 2015 foi estimada em R$ 24,6
bilhões, valor que corresponde a 49,48% da Receita Corrente Líquida do Estado
(RCL). Portanto, os gastos com pessoal desse Poder estão acima do limite
permitido pela LRF, que é de 49% da RCL. Mas o relator lembra em seu parecer
que a apuração desse limite, e consequentemente, a aplicação das sanções previstas
em lei, só ocorrerão quando a despesa for realizada efetivamente.
Por outro lado, as despesas de pessoal
dos demais Poderes estão dentro dos limites da LRF. No caso do Poder
Legislativo (Assembleia Legislativa e Tribunal de Contas), o valor total dessa
despesa será de R$ 1 bilhão (2,15% da RCL, abaixo do limite de 3%). O Poder
Judiciário vai consumir 5,85% da RCL (R$ 2,9 bilhões), também abaixo do limite
de 6% da RCL. O Ministério Público, por sua vez, tem gastos com pessoal
estimados em R$ 915,7 milhões, valor que representa 1,84% da RCL (o limite da
LRF é 2% da RCL).
Disposições constitucionais
O Estado vai cumprir as determinações
constitucionais de gastos para as áreas de saúde e educação, que receberão, das
receitas dos impostos, R$ 5 bilhões (12,1%) e R$ 10,3 bilhões (25,05%),
respectivamente.
*Com Agência Minas/Adaptações de texto e imagem FN Café NEWS
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sinta-se à vontade para postar seu comentário.
Espaço aberto à participação [opinião] e sujeito à moderação em eventuais comentários despretensiosos de um espírito de civilidade e de democracia.
Obrigado pela sua participação.
FN Café NEWS