Governo
vai triplicar número de leitos para transplante de medula óssea
Transplantes de medula óssea: investimentos vão triplicar o número de leitos até 2016, garante o MS. Foto: Blog do Planalto. |
O ministério vai investir R$
240 mil em cada novo leito ou na ampliação dos já existentes, destinados a
transplantes entre doadores e receptores sem ligação familiar. O recurso
garante ainda a melhoria da qualificação da equipe de atendimento, a aquisição de
equipamentos e materiais, além de permitir a reforma e construção dos Centros
de Transplantes, que hoje somam 27 unidades. Em 2003, eram apenas quatro.
Para receber os recursos, os
hospitais precisam apresentar um projeto ao Ministério da Saúde, se comprometer
a habilitar cinco leitos e a realizar, no mínimo, dez transplantes de medula
óssea não aparentado por ano.
O transplante de medula óssea
é um procedimento de alta complexidade. O paciente transplantado praticamente
zera toda a sua capacidade de resposta imunológica, e, por isso, requer
infraestrutura hospitalar que atenda requisitos de segurança, como isolamento,
e uma equipe multidisciplinar qualificada para garantir o sucesso do
procedimento.
De acordo com o ministro da
Saúde, Arthur Chioro, o Brasil ampliou o número de potenciais doadores de
medula óssea nos últimos anos. Em 2003, eram 300 mil. Hoje, são mais de 3,5
milhões de pessoas inscritas no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea
(Redome). “Agora, um dos desafios a ser superado na área é garantir, aos
pacientes que encontraram um doador compatível, acesso a leitos para se
submeterem ao transplante. Por isso, estamos investindo na ampliação do
serviço, estimulando, com recursos financeiros, hospitais públicos e
filantrópicos a integrarem a rede de instituições credenciadas para realização
deste tipo de procedimento. Esperamos passar de 88 leitos para 250 nos próximos
dois anos”, ressaltou o ministro.
Outra novidade é a
possibilidade de expansão da rede de atendimento. Antes restrito a hospitais de
ensino, agora, a criação de novos centros também poderá ser solicitada por
hospitais de gestão municipal, estadual e por entidades filantrópicas. Após
aprovação e envio do recurso, o gestor local (Secretarias de Saúde Estadual e
Municipal) terá 18 meses para executá-lo. Todas essas medidas estão detalhadas
na Portaria 2.758, de 11 de dezembro de 2014.
Referência mundial no campo
dos transplantes, o Brasil
realiza 95% dos procedimentos no Sistema
Único de Saúde (SUS). Trata-se do maior sistema público de transplantes do
mundo. Em 2013, foram realizados 23.457 transplantes pelo SUS, sendo 2.113
de medula óssea, dos quais 1.059 foram autólogos e 672 alogênicos, sendo
que 270 foram não aparentados. As leucemias agudas são as principais causas de
transplantes no Brasil e no mundo.
Redome
Nos últimos dez anos, o
Brasil se esforçou para construir o Registro Nacional de Doadores de Medula
Óssea (Redome), que é hoje o terceiro maior do mundo, com mais 3,5 milhões de
registros. O banco reúne as informações genéticas e dados cadastrais dos
doadores voluntários de medula óssea. Duas vezes ao dia, um sistema
informatizado realiza o cruzamento das informações genéticas dos pacientes que
estão necessitando de um transplante de medula com as disponíveis no Redome.
No Brasil, 78 hospitais
oferecem transplante de medula do tipo autólogo (quando o paciente é seu
próprio doador), e 27 unidades são credenciadas para transplantes alogênicos,
entre pessoas que não são parentes. Entre 2003 e 2013, o Ministério da
Saúde investiu em 29 pesquisas nessa área, totalizando um investimento de R$
4,4 milhões.
Como ser doador
O candidato a doador de
medula óssea, com idade entre 18 e 55 anos, deve procurar o hemocentro mais
próximo de sua casa, onde será agendada entrevista para esclarecer dúvidas a
respeito das doações. Em seguida, será feita a coleta de uma amostra de sangue (10
ml) para identificar a tipagem de HLA (características genéticas importantes
para a seleção de um doador).
Os dados do doador são
inseridos no cadastro do Redome. Se o doador for compatível com algum paciente,
outros exames de sangue serão necessários. Uma vez confirmada, o doador será
consultado para decidir quanto à doação. O transplante de medula óssea é um
procedimento seguro. Os doadores retornam às suas atividades habituais, em
geral, dois dias após a doação, e a medula óssea do doador se recompõe em
apenas 15 dias.
*ACS/Ministério da Saúde – Adaptações de texto,
imagem e legenda FN Café NEWS
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