BRASÍLIA-DF – Após uma semana da prisão de José Roberto Arruda, que era então o eventual ocupante do Palácio do Buriti (sede oficial do governo de Brasília), o Distrito Federal vive, hoje (quinta-feira -18/02), a expectativa sobre a renúncia do seu governador em exercício, Paulo Octávio (DEM). A formalização deve sair mesmo nas próximas horas, segundo informou o blog “Nos Bastidores do Poder” – Josias de Souza.
Mais perdido que cachorro quando cai de caminhão de mudança, Octávio, abandonado pelo próprio partido – Democratas; recusado pelo presidente Lula, pela classe política e população (sem governabilidade, envolvido no esquema de corrupção do Mensalão do DF ), não vê outra alternativa: renunciar ao cargo de governador do DF.
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Paulo Octávio diz a líderes do DEM que vai renunciar
O governador em exercício do Distrito Federal, Paulo Octávio (DEM), informou a lideranças do seu partido que decidiu renunciar ao cargo.
Até aqui, Paulo Octávio mencionava a renúncia apenas de modo hipotético. Nos novos diálogos tratou do tema, pela primeira vez, em timbre peremptório.
Numa das conversas, Paulo Octávio chegou mesmo a informar que vai formalizar sua saída do GDF antes do final de semana, provavelmente nesta quinta (18).
Alega que não obteve apoio para restaurar a “governabilidade” da administração da Capital. Isolado, disse ter optado por bater em retirada.
Planejara reformar o secretariado, cercando-se de auxiliares notáveis. Os convites que formulou foram refugados.
Esperava obter o apoio de Lula para se contrapor ao pedido de intevenção federal no DF. O presidente nem o recebeu.
De resto, Paulo Octávio tentara convencer o DEM a não levar à Executiva o pedido de expulsão dele dos quadros do partido.
Os autores da proposta, Demóstenes Torres e Ronaldo Caiado, não recuaram.
Se Paulo Octávio fizer valer o que disse em privado, o cargo de governador ficará vago pela segunda vez em uma semana.
Preso na quinta-feira (10) da semana passada, o titular da cadeira, José Roberto Arruda, foi afastado das funções pelo STJ por tempo indeterminado.
Confirmando-se a renúncia do vice, o cargo de governador cairá no colo do presidente da Câmara Legislativa do DF.
Chama-se Wilson Lima, um deputado do PR. É um personagem controverso. Integra o bloco que, até a semana passada, apoiava cegamente o governo local.
Seu currículo anota: “Vendeu picolés, foi frentista, mecânico, lanterneiro, pintor, balconista e cobrador de ônibus...”
“...Empresário, foi sócio da rede de supermercados Organizações Lima”. Tem apenas o “ensino médio completo”.
Reza a Lei Orgânica do Distrito Federal que, em caso de vacância do cargo de governador no último ano, o substituto completará o mandato.
Vêm depois de Wilson Lima na linha sucessória do DF o vice-presidente da Câmara, Cabo Patrício (PT) e o presidente do Tribunal de Justiça, Níveo Geraldo Gonçalves.
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