Segundo reportagem, o publicitário disse a amigos e parentes que o
ex-presidente estaria envolvido diretamente no escândalo; advogado do
empresário não comentou teor da publicação
O empresário publicitário, Marcos Valério, insinuou que o ex-presidente Lula seria 'o chefe do Mensalão'. FN Café News - adaptações. |
Mais uma bomba para a estrutura do PT
Nacional e que atinge diretamente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Neste sábado (15/09) chega às bancas a revista Veja na qual é exibida
uma matéria na qual Marcos Valério traz à baila o envolvimento direto de Lula
no esquema criminoso de corrupção armado durante seu governo. Segundo pessoas
ligadas a Marcos Valério, o publicitário estaria confessando que Lula sabia de
tudo e que inclusive “era o chefe” do mensalão.
Condenado por peculato, lavagem de dinheiro e corrupção ativa no julgamento do mensalão, o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza quebrou seu silêncio e acusou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de chefiar o esquema de desvio de recursos públicos do mensalão.
Segundo reportagem publicada pela revista "Veja", o empresário diz que o pagamento de propina a políticos da base aliada do governo movimentou R$ 350 milhões, quase cinco vezes mais que o apurado pela Polícia Federal, por meio de doações clandestinas avalizadas pelo próprio ex-presidente e seus aliados mais próximos. Lula comandaria a mobilização dos empresários com o objetivo de irrigar o sistema com dinheiro.
De acordo com a reportagem, o PT obteve desde 2005 o silêncio de Valério em troca de promessas de adiamento do julgamento ou punição mais branda no Supremo Tribunal Federal (STF). Depois da série de revezes na Corte, que podem levá-lo a uma pena alta de cadeia, o empresário Valério narrou, segundo interlocutores, que, fora os empréstimos de suas agências, outras empresas contribuíam diretamente ao PT em troca de vantagens no governo Lula - a reportagem não cita os nomes. Segundo ele, o então presidente era o "fiador" dessas negociações, operadas e registradas num livro pelo ex-tesoureiro do partido, Delúbio Soares. "Lula era o chefe", teria dito. Valério contou também que os empréstimos do Banco Rural às suas agências só foram autorizados pelo ex-presidente da instituição, José Augusto Dumont, porque Lula deu seu aval. "Você que é um banqueiro, você nega um pedido do presidente da República?", questionou, conforme a "Veja". Com ajuda do Planalto, o empresário também teria sido recebido no Banco Central para negociar a suspensão da liquidação do Banco Mercantil de Pernambuco, cuja massa falida era de interesse do Rural.
Valério relatou ter tido encontros com o ex-presidente Lula no Palácio do Planalto, acompanhado do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, acusado pela Procuradoria Geral da República (PGR) de chefiar o esquema do mensalão. "Do Zé ao Lula, era só descer a escada", disse. A Casa Civil fica no quarto andar do Planalto, um acima do gabinete da Presidência. Outro encontro teria ocorrido no Palácio da Alvorada. Valério teria sido levado à residência oficial por Delúbio, um habitué das partidas de baralho do ex-presidente.
Condenado por peculato, lavagem de dinheiro e corrupção ativa no julgamento do mensalão, o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza quebrou seu silêncio e acusou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de chefiar o esquema de desvio de recursos públicos do mensalão.
Segundo reportagem publicada pela revista "Veja", o empresário diz que o pagamento de propina a políticos da base aliada do governo movimentou R$ 350 milhões, quase cinco vezes mais que o apurado pela Polícia Federal, por meio de doações clandestinas avalizadas pelo próprio ex-presidente e seus aliados mais próximos. Lula comandaria a mobilização dos empresários com o objetivo de irrigar o sistema com dinheiro.
De acordo com a reportagem, o PT obteve desde 2005 o silêncio de Valério em troca de promessas de adiamento do julgamento ou punição mais branda no Supremo Tribunal Federal (STF). Depois da série de revezes na Corte, que podem levá-lo a uma pena alta de cadeia, o empresário Valério narrou, segundo interlocutores, que, fora os empréstimos de suas agências, outras empresas contribuíam diretamente ao PT em troca de vantagens no governo Lula - a reportagem não cita os nomes. Segundo ele, o então presidente era o "fiador" dessas negociações, operadas e registradas num livro pelo ex-tesoureiro do partido, Delúbio Soares. "Lula era o chefe", teria dito. Valério contou também que os empréstimos do Banco Rural às suas agências só foram autorizados pelo ex-presidente da instituição, José Augusto Dumont, porque Lula deu seu aval. "Você que é um banqueiro, você nega um pedido do presidente da República?", questionou, conforme a "Veja". Com ajuda do Planalto, o empresário também teria sido recebido no Banco Central para negociar a suspensão da liquidação do Banco Mercantil de Pernambuco, cuja massa falida era de interesse do Rural.
Valério relatou ter tido encontros com o ex-presidente Lula no Palácio do Planalto, acompanhado do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, acusado pela Procuradoria Geral da República (PGR) de chefiar o esquema do mensalão. "Do Zé ao Lula, era só descer a escada", disse. A Casa Civil fica no quarto andar do Planalto, um acima do gabinete da Presidência. Outro encontro teria ocorrido no Palácio da Alvorada. Valério teria sido levado à residência oficial por Delúbio, um habitué das partidas de baralho do ex-presidente.
O advogado Marcelo Leonardo, que defende
Marcos Valério, afirmou que a própria reportagem diz que "as informações
teriam origem em declarações de amigos, familiares e associados".
"Ele disse para mim que não deu nenhuma entrevista e não confirma o
conteúdo da matéria", afirmou. Mas não nega. Questionado se vai processar
a publicação por conta das declarações atribuídas ao seu cliente, Leonardo
disse: "Pelo estilo da revista, não precise ou mereça".
O advogado do ex-ministro José Dirceu, da
Casa Civil, José Luís de Oliveira Lima, disse "achar esquisito, para dizer
o mínimo", que a revista tenha publicado a reportagem às vésperas do
julgamento de seu cliente, previsto para começar nesta segunda-feira. Para
defender o réu das acusações que detalham ainda mais o esquema do mensalão e
reforçam o envolvimento de Dirceu, ele desqualifica o texto: "A Veja
apresenta uma matéria fraca, leviana, desprovida de fatos concretos, num
exemplo de péssima conduta jornalística, onde nem se sabe quem está
falando".
À revista, Valério se colocou como um
agente de menor importância, a serviço do partido do ex-presidente. "O PT
me fez de escudo, me usou como um boy de luxo. Mas eles se ferraram, porque
agora vai todo mundo para o ralo", afirmou. E sugeriu a punição do
ex-presidente: "Não podem condenar apenas os mequetrefes. Só não sobrou
para o Lula porque eu, o Delúbio e o Zé não falamos."
Ao longo dos anos, Valério diz ter tratado de seu silêncio com o Paulo Okamoto, hoje presidente do Instituto Lula, em vários encontros, um deles às vésperas de seu depoimento à CPI dos Correios. A mulher do empresário, Renilda Maria Santiago, teria procurado o petista numa das prisões do marido para exigir sua libertação. "Ele deu um safanão na minha esposa", teria dito Valério.
A reportagem diz que o empresário tem noites de sono atormentadas por crises de pânico e teme ser morto. Por conta do escândalo, seus dois filhos sofreriam humilhações e Renilda teria tentado suicídio três vezes.
Ao longo dos anos, Valério diz ter tratado de seu silêncio com o Paulo Okamoto, hoje presidente do Instituto Lula, em vários encontros, um deles às vésperas de seu depoimento à CPI dos Correios. A mulher do empresário, Renilda Maria Santiago, teria procurado o petista numa das prisões do marido para exigir sua libertação. "Ele deu um safanão na minha esposa", teria dito Valério.
A reportagem diz que o empresário tem noites de sono atormentadas por crises de pânico e teme ser morto. Por conta do escândalo, seus dois filhos sofreriam humilhações e Renilda teria tentado suicídio três vezes.
Veja: 'Lula era o chefe
do mensalão'
Reportagem diz se basear
em declarações de Marcos Valério
Dinheiro total
movimentado pelo esquema teria chegado a R$ 350 milhões
Do ponto de vista
jurídico, o efeito pode ser nulo. O processo do mensalão está em fase de
julgamento e não serão mais acrescentadas provas. Do ponto de vista político, a
reportagem da revista “Veja” desta semana pode ter grande impacto na reta final
das eleições municipais, sobretudo nas grandes cidades nas quais o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem interesse direto, junto com o PT,
em garantir vitórias para alavancar a sigla em 2014.
Entre outras, eis
algumas das informações divulgadas por “Veja”:
1) “O caixa do PT foi de
R$ 350 milhões” – o valor anotado no processo formal é de R$ 55 milhões. Mas
Marcos Valério afirmaria que esse montante seria subestimado. O caixa total do
mensalão seria bem maior: “Da SMP&B [uma de suas agências de publicidade]
vão achar só os 55 milhões, mas o caixa era muito maior. O caixa do PT foi de
350 milhões de reais, com dinheiro de outras empresas que nada tinham a ver com
a SMP&B nem com a DNA”.
2) Lula seria o chefe,
junto com José Dirceu: segundo informação que “Veja” atribui a Marcos Valério,
empresários se reuniram em várias ocasiões com o então presidente da República
para combinar contribuições não declaradas ao PT. A contabilidade informal
ficava com o então tesoureiro do partido, Delúbio Soares.
Frase em “Veja”
atribuída a Valério: “Dirceu era o braço direito do Lula, um braço que
comandava”.
3) Valério e Lula no
Palácio do Planalto: Outra frase em “Veja” atribuída a Valério: “Do Zé [Dirceu]
ao Lula era só descer a escada. Isso se faz sem marcar. Ele dizia vamos lá
embaixo, vamos”. Trata-se de referência à confirguração das salas no Palácio do
Planalto.
E mais: “Não podem
condenar apenas os mequetrefes. Só não sobrou para o Lula porque eu, o Delúbio
e o Zé não falamos”.
4) Contato era Paulo
Okamotto:
outra frase atribuída a Valério: “Eu não falo com todo mundo no PT. O meu
contato com o PT era o Paulo Okamotto”. E mais: “O papel dele era tentar me
acalmar”. Okamotto é um amigo antigo de Lula, que hoje trabalha com o
ex-presidente no Instituto Lula.
Segundo a reportagem,
quando Valério foi preso uma vez pós-mensalão, a mulher do publicitário,
Renilda Santiago, foi a São Paulo para falar com Okamotto e pedir que dessem um
jeito de soltar o marido. Okamotto teria reagido de maneira brusca, segundo
relato atribuído a Valério: “Ele deu um safanão na minha esposa. Ela foi
correndo para o banheiro, chorando.”
5) Delúbio dormia no
Palácio da Alvorada: frase atribuída por “Veja” a Valério: “O Delúbio dormia no
Alvorada. Ele e a mulher dele iam jogar baralho com Lula à noite. Alguma vez
isso ficou registrado lá dentro? Quando você quer encontrar (alguém), você
encontra, e sem registro”.
6) Dinheiro do Rural
teve aval de Lula e de Dirceu: mais Valério, segundo a revista: “O banco ia emprestar
dinheiro para uma agência quebrada?”. Segundo a reportagem, a decisão do Banco
Rural de dar dinheiro emprestado ao PT teria sido um favor direto ao governo
Lula. “Você acha que chegou lá o Marcos Valério com duas agências quebradas e
pediu: ‘Me empresta aí 30 milhões de reais pra eu dar pro PT’? O que um dono de
banco ia responder?”. Sobre José Augusto Dumont (morto em 2004), que presidiu o
Rural, “Veja” diz que Valério falou: “O Zé Augusto, que não era bobo, falou
assim: ‘Pra você eu não empresto’. Eu respondi: ‘Vai lá e conversa com o
Delúbio’ (…) Se você é um banqueiro, você nega um pedido do presidente da
República?”
Em resumo, a reportagem da revista
“Veja” fala que teve acesso a “revelações de parentes, amigos e associados”
de Marcos Valério, o empresário e publicitário que teria sido o operador do
esquema do mensalão, descoberto em 2005.
Segundo a revista, “o
publicitário começa a revelar os segredos que guardava –entre eles, o fato de
que o ex-presidente sabia do esquema de corrupção armado no coração do seu
governo”. Esse foi sempre um dos grandes pontos de interrogação do mensalão:
Lula sabia ou não sabia? Ao final, o ex-presidente acabou sendo poupado e não foi
incluído como réu na denúncia apresentada pela Procuradoria Geral da República.
Marcos Valério é um
dos réus e o que deve pegar o maior número de anos de prisão pelos delitos
cometidos. “Veja” faz uma conta e afirma que os crimes de lavagem de dinheiro, corrupção
ativa e peculato, evasão de divisas e formação de quadrilha podem dar a Valério
mais e 100 anos de reclusão.
PSDB
estuda pedir apuração sobre ação de Lula no mensalão
Segundo a revista Veja,
Marcos Valéria teria dito a interlocutores sobre o envolvimento do ex-presidente
no escândalo; PT desqualificou as declarações
BRASÍLIA - O PSDB examina pedir investigação ao Ministério
Público para apurar suposta participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva no esquema de compra de votos em troca de apoio ao seu governo, depois
das últimas revelações atribuídas ao empresário Marcos Valério Fernandes de
Souza de que Lula era o chefe do mensalão, conforme reportagem publicada pela
revista Veja. Para o PT, as declarações são infundadas.
Lideranças de partidos de oposição trataram as declarações
como a confirmação de fatos que eram tratados antes como evidências. Na
oposição, há a expectativa de que novas revelações e detalhes do esquema virão
à tona por outros réus que esperavam proteção do esquema de corrupção, mas que
estão sendo condenados no julgamento do processo em curso no Supremo Tribunal
Federal (STF). "A perspectiva de prisão vai soltar a língua de muita
gente", afirmou o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR).
"Isso é explosivo. É a primeira vez que as suspeitas se
confirmam pelo depoimento da figura central que é Marcos Valério. Essas
revelações publicadas, se confirmadas pelo depoente, amplificam os limites
sugeridos por Marcos Valério no processo do mensalão", afirmou o
presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN). Na avaliação do líder do PPS na
Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), ninguém monta um esquema de arrecadação
como o do mensalão sem uma forte garantia.
"Em um esquema criado no coração do governo é evidente
que o presidente sabia e avalizava. Nós sabíamos que José Dirceu (ministro da
Casa Civil) operava e que Delúbio (ex-tesoureiro Delúbio Soares) distribuía o
dinheiro, com a orientação do presidente", disse. "A garantia era o
presidente. Marcos Valério não ia entrar nessa sem essa garantia",
completou.
O presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), ao
analisar uma representação no Ministério Público contra Lula, argumentou que
todos os fatos devem ser esclarecidos. "Denuncia contra qualquer pessoa,
da mais importante à mais humilde, deve ser apurada sem qualquer prejulgamento.
É importante que tudo fique claro o mais breve possível, inclusive o que
envolva o ex-presidente Lula", afirmou Guerra.
PT reage
O líder do PT na Câmara, deputado Jilmar Tatto (SP),
desqualificou as declarações atribuídas por Marcos Valério na reportagem da
revista Veja. Ele disse que o povo conhece Lula. "Vão quebrar a cara
aqueles que querem tentar envolver o presidente Lula nesse processo. O
presidente Lula teve um procedimento correto. O povo brasileiro sabe quem é
Lula e o que ele fez de bom", defendeu o petista, descartando impacto
político das declarações atribuídas a Valério na proximidade das eleições.
Tatto afirmou que Marcos Valério teve várias oportunidades -
quando a denúncia foi feita ou quando prestou esclarecimentos ao Ministério
Público - para contar o que sabia. "Se ele não o fez antes, é porque agora
está mentindo", disse Tatto. "É uma fala de um réu, de uma pessoa que
está na iminência de ir para a cadeia. A credibilidade não existe. É a fala de
quem está desesperado e tenta envolver outras pessoas de bem", completou
Tatto.
Fonte: Estadão e Blog do Fernando Rodrigues/Folha de S. Paulo, com adaptações do FN Café News
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