Em Belém, Dilma enfrenta protesto contra a Copa
Discurso da presidente durante cerimônia do PAC 2 foi interrompido três
vezes por manifestantes contrários à realização do Mundial no País
Fernando Gallo, enviado especial a Belém - O Estado
de S. Paulo
Durante discurso da presidente Dilma, manifestantes protestam contra Copa. |
BELÉM (PA) - (atualizado às 22h04) A presidente
Dilma Rousseff enfrentou nesta sexta-feira, 25, um protesto contra a Copa do
Mundo em uma cerimônia na qual entregou máquinas financiadas pelo PAC 2 a
prefeitos paraenses em Belém (PA). Seu discurso foi interrompido por três vezes
por gritos como "não vai ter Copa" e ainda "da Copa, da Copa, da
Copa eu abro mão / eu quero é dinheiro para saúde e educação". Outra parte
da plateia, no entanto, rebateu as críticas com frases de apoio à presidente.
O evento era patrocinado pelo próprio
Palácio do Planalto. Em cerimônias como essa, a plateia é toda composta por
convidados do governo federal. Eram cerca de 20 manifestantes que gritavam
contra a Copa, e incluíam servidores públicos da Universidade Federal do Pará,
do Incra e do Judiciário.
Os gritos começaram assim que Dilma
chegou ao evento. Tão logo foi anunciada sua presença, ela foi saudada por
parte da plateia pelo grito de "olê, olê, olê, olá, Dilma, Dilma!".
Quando o grito cessou, vieram os protestos contra a Copa, reforçados por faixas
com os dizeres "técnicos grevistas", de um sindicato do Judiciário em
greve, e "SOS. Incra".
VEJA O VÍDEO COM O DISCURSO DA PRESIDENTE E AS MANIFESTAÇÕES:
Os protestos foram rebatidos por outros
presentes, que repetiram a saudação inicial à presidente. Quando o ministro do
Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, começou a falar, o grito contra a
Copa voltou - e a resposta também.
A fala da presidente durou 20 minutos. Na
segunda das três vezes em que foi interrompida, ela fez referências a uma
faixa, na plateia, que denunciava condições precárias de um pronto-socorro de
Belém. Anunciou, então, que havia acertado com o governador Simão Jatene (PSDB)
a liberação de verbas para um hospital atualmente fechado. Mas não disse uma
palavra sobre a Copa do Mundo.
Na terceira interrupção, Dilma deu sinais
de impaciência: "Gente, eu já estou terminando. É da democracia. Eles têm
o direito de falar o que quiserem. Vocês também. Agora, eu queria pedir. A
gente pode se manifestar desde que a gente não prejudique a maioria".
Manifestantes. O coordenador-geral do Sindicato dos
Trabalhadores do Serviço Público Federal do Pará, Cedício de Vasconcelos, que
ajudou a organizar o protesto, disse que alguns dos manifestantes eram filiados
a partidos políticos e outras não. "Os maiores investidores da campanha da
Dilma foram as empreiteiras, que doaram até mais do que os bancos. Por que há
30 bilhões para a Copa, mas não há dinheiro para o serviço público, para a
saúde, a segurança, o transporte?", perguntou. Segundo ele, Dilma
"está garantindo a lucratividade dos doadores de campanha dela".
"É natural, faz parte. Ela está bem
avaliada no Pará", disse Helder Barbalho, filho do senador Jader Barbalho
e candidato ao governo do Pará pelo PMDB, com apoio dos petistas.
Antes desse evento, a presidente foi no
final da manhã a Barcarena, cidade a duas horas de distância de Belém,
inaugurar um complexo portuário que permitirá a exportação de grãos da região
Norte.
Úrsula Lélis, via Facebook - M. Claros (MG): "TARDE DEMAIS!..."
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