Dilma participa de cerimônia de anúncio de redução do custo de energia. Foto: NBR/TV - 11 set. 2012. |
BRASÍLIA-DF - A presidente Dilma Rousseff
disse nesta terça-feira (11) que os cortes no preço da energia para
consumidores residenciais e industriais pode ser maior do que o percentual
anunciado na última semana.
Durante evento que marca assinatura da
medida provisória que vai permitir a prorrogação das concessões do setor de
energia, a presidente explicou que a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica)
ainda terá de concluir, um a um, os estudos de cada empresa, até o mês de
março.
Só então a agência irá concluir quão
maior será esse corte, sobre os valores hoje estimados.
O governo sustenta, desde a última
semana, que a renovação nas áreas de geração, transmissão e distribuição será
possível contanto que as companhias garantam redução na tarifa e melhoria da
qualidade.
A partir de 2013, consumidores
residenciais pagarão 16,2% a menos em suas faturas, enquanto as indústrias
terão abatimento de 19 a 28%.
"Não pode faltar luz em nenhum dos
365 dias do ano e em nenhuma das 24 horas do dia", disse a presidente.
A presidente reforçou que vai aumentar a
fiscalização e que punirá de maneira "bastante clara" as empresas que
administrarem mal suas empresas.
"O respeito ao direito do consumidor
e bom atendimento são essenciais e demonstra maturidade do sistema econômico do
país", disse Dilma.
DESENVOLVIMENTO
A presidente destacou ainda que a
sociedade brasileira já pagou pela eletricidade e "chegou a hora de
devolver a ela esse investimento na forma de tarifas mais baixas, mais justas,
mais módicas".
Ela acredita que o ganho será
generalizado para consumidores, empresas e governo. "É uma etapa
importante do nosso desenvolvimento", destacou.
O Ministro de Minas e Energia, Edison
Lobão, também fez um pronunciamento sobre o assunto.
Ele destacou que o próprio governo fará
um aporte no setor, no valor de R$ 3,3 bilhões, para compensar o corte de
encargos, que atualmente financiam programas que serão mantidos pelo governo,
como o "Luz para Todos".
Dos encargos, serão retirados
completamente a CCC (Conta de Consumo de Combustíveis) e a RGR (Reserva Global
de Reversão). A CDE (Conta de Desenvolvimento Energético) será reduzida em 25%
do seu valor atual.
Do total das concessões de energia que
estão vencendo, entre 2015 e 2017, estão incluídos 67,6% das linhas de
transmissão - o equivalente a 69 mil quilômetros dos 102km existentes no
país.
Redução na conta de luz será de 20,2%, afirma ministro; índice é maior do que dissera Dilma
A redução média da conta de luz do brasileiro será
de 20,2% no início de 2013, disse o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão,
em evento sobre política de energia em Brasília, nesta terça-feira (11). O
percentual é maior do que havia sido anunciado na quinta-feira da semana
passada (6) pela presidente Dilma Rousseff.
Na ocasião, ela havia dito que a conta de luz
ficasse 16,2% mais barata, em média, no início de 2013. As indústrias também
vão pagar menos: uma redução de até 28%.
Após o discurso de Lobão, a presidente reafirmou a
projeção de reduzir a conta de luz em 16,2%, mas disse que os cortes poderão
ser ainda maiores após a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) concluir
estudos sobre custos, o que está previsto para acontecer em março do próximo
ano.
O objetivo do corte na conta de luz é ajudar a
economia a ser mais competitiva. "Isso significa baixar custos de produção
e preços de produtos para gerar renda e emprego."
Um dos fatores que permitirão a redução do preço da
luz será o fim da cobrança de alguns encargos adicionais. Esses encargos eram
uma taxa a mais que o consumidor pagava, mas que não se referia ao seu gasto de
energia. Servia para financiar o sistema.
Foram eliminadas a Conta de Consumo de
Combustíveis (CCC) e a Reserva Global de Reversão (RGR). A Conta de
Desenvolvimento Energético (CDE) continuará sendo cobrada, mas ficará reduzida
a 25% do valor atual, segundo Lobão.
Da conta de energia, estamos eliminando Reserva
Global de Reversão (RGR)???
CDE ficará reduzida a 25% do valor atual.
Presidente diz que Brasil vai dar um
"salto" na economia
Segundo o pronunciamento de Dilma na semana
passada, a redução dos gastos com energia apoiará o crescimento. "São
bases concretas para sermos um dos países com melhor infraestrutura e menor
custo."
Para Dilma, o "Brasil criou modelo de
desenvolvimento inédito. Nem mesmo a maior crise financeira da história
conseguiu nos abalar fortemente."
A presidente afirmou que a economia brasileira teve
uma queda "temporária", mas vai melhorar, "Tivemos uma redução
temporária no índice de crescimentos, mas temos condições objetivos para novo
salto."
A presidente disse que o país está bem e vai
melhorar mais. "O Brasil, depois de tirar 40 milhões da pobreza e se
transformar na sexta maior economia do mundo, prepara-se para dar novo salto,
num momento em que o mundo se debate num mar de incertezas."
Eliminação de taxas ajuda a reduzir conta de luz
Além da eliminação ou redução de encargos,
contribuirá ainda para uma redução maior dos preços, principalmente da
indústria, a renovação das concessões de usinas e linhas e transmissão, cujos
contratos vencem a partir de 2015.
O governo vai mudar a lei atual para permitir a
renovação das concessões, desde que as empresas aceitem retirar das tarifas o
repasse dos investimentos já amortizados.
A ideia seria antecipar os efeitos da renovação
para 2013, em vez de esperar os contratos vencerem em 2015 para que o benefício
seja sentido pelos consumidores.
A redução do custo da energia é um dos principais
pedidos do setor industrial brasileiro para a melhora da competitividade do
país. O setor está sofrendo com a crise internacional, e vem sendo foco de
preocupação tanto do governo quanto do mercado, sendo apontado como o principal
empecilho para uma retomada mais forte da economia.
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