Apenas o PT, o PCdoB e o PDT ainda apostam no
plebiscito em 2013
Ivan Richard/Repórter da Agência Brasil
BRASÍLIA – A proposta da presidenta Dilma Rousseff
de realização de um plebiscito este ano para debater a reforma política foi
substituída hoje (9), em decisão tomada pela maioria dos líderes partidários na
Câmara, pela proposta de criação de um grupo de trabalho para debater o tema,
com a possibilidade de ser promovido posteriormente um referendo.
Apenas o PT, o PCdoB e o PDT ainda apostam no
plebiscito. Para tanto, os três partidos irão em busca das 171 assinaturas
necessárias para propor um projeto de decreto legislativo. Contudo, mesmo que a
proposta obtenha número suficiente de assinaturas para ser apresentada,
dificilmente terá o apoio necessário para aprovação.
“A questão do plebiscito é de ordem prática: com o
prazo de 70 dias exigido pelo TSE [Tribunal Superior Eleitoral] para realizar o
plebiscito, até que se isso venha acontecer verdadeiramente, dentro do prazo
que a anualidade constitucional exige, não haveria como fazer para [as regras]
valerem para a eleição de 2014. Isso é uma constatação de todos”, argumentou o
presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).
Alves informou que, eventualmente, a Câmara poderá
examinar uma proposta de plebiscito, mas ressaltou que as regras só valeriam
para 2016. Segundo ele, será criado ainda hoje o grupo de trabalho para debater
a reforma política em “improrrogáveis” 90 dias“.
Para o líder do PT, José Guimarães (CE), é
equivocada a decisão tomada pela maioria dos líderes. “Esse negócio de tempo
hábil, quando se quer, tem, quando se quer, se faz. Podemos discutir o
plebiscito a ser realizado em outubro. O problema dos efeitos, podemos discutir
se é para 2014 ou para 2016. O Congresso está errado em não querer discutir o
plebiscito agora. Então, o PT vai à luta, junto com o PCdoB e o PDT, para
colher as assinaturas.”
A ideia do plebiscito já foi “enterrada”, disse o
líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ). “A posição do PMDB é muito clara: não
votaremos plebiscito que não seja junto com as eleições de 2014. Entendemos que
podemos ter esse custo junto com a eleição de 2014”, ressaltou Cunha.
Ele destacou que um plebiscito que não tivesse
aplicabilidade para as eleições de 2014 frustraria a população. “Além de criar
essa frustração, vai se mobilizar um número muito menor [de eleitores] do que a
eleição mobiliza, porque não se pode acreditar que haverá uma presença maciça
para tema que não desperta a atenção da população. Isso desperta a atenção de
políticos”, afirmou.
“Essa é uma questão superada. A grande maioria [na
Câmara] reconhece que não tem como realizar [o plebiscito]”, reforçou o líder
do DEM, deputado Ronaldo Caiado (GO).
Edição: Nádia Franco
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