Ex-prefeito de Montes Claros está
na lista de procurados pela Interpol
Luiz Tadeu é acusado pela Polícia
Federal de participar de quadrilha que desviou recursos de licitações. De
acordo com advogado do ex-prefeito, ele está nos Estados Unidos
Iracema
Amaral e com informações de Luiz Ribeiro*
|
O
ex-prefeito de Montes Claros Luiz Tadeu Leite (PMDB) foi incluído na lista de
procurados da International Criminal Police Organization (Interpol). Na manhã
dessa terça-feira, a Polícia Federal desencadeou uma operação para prender
envolvidos na formação de uma quadrilha que desviou recursos de licitações em
mais de 100 cidades de 11 estados brasileiros. O ex-prefeito é acusado de
participar do esquema e, conforme o advogado Sânzio Baioneta Nogueira, Leite se
encontra nos Estados Unidos para tratamento de saúde.
Saiba
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O
advogado informou, por meio de nota, que o ex-prefeito prefeito está em
tratamento médico e que sua viagem ao exterior foi comunicada às autoridades
brasileiras. O delegado Marcelo Eduardo Freitas, chefe da Delegacia da Policia
Federal em Montes Claros, que comandou a operação, disse, porém, que Leite é
considerado foragido.
No fim da tarde dessa terça-feira, Freitas anunciou que a PF localizou o
ex-prefeito em um flat em Miami e que negociava com a polícia americana a
prisão e imediata transferência dele para o Brasil. O delegado disse ainda que
não havia informações de quem é o flat e em que condição Tadeu Leite estaria no
imóvel – se ele seria dono ou teria alugado.
Entenda o caso
O esquema teria causado danos aos cofres públicos de mais de R$ 70 milhões em
Minas Gerais e mais 10 estados (SP, RJ, ES, BA, PE, SE, PB, MA, PA e SC). Foram
presas na Operação Violência Invisível sete pessoas, das nove que tiveram a
prisão decretada, entre elas o empresário Mateus Roberte Carias, do Espírito
Santo, apontado como mentor do esquema e os ex-prefeitos de Pirapora, Warmillon
Fonseca Braga (DEM), e de Janaúba, José Benedito Nunes (PT).
De acordo com a PF, Mateus Roberte Carias montou a empresa Digicorp Consutoria e Sistemas Ltda., que oferecia às prefeituras títulos de crédito com o governo federal, para serem usados na compensação tributária de débitos com a União. Os papéis eram oferecidos com desconto de 30% e adquiridos por licitações, que seriam direcionadas para a empresa capixaba. “Só que os títulos eram falsos e a legislação proíbe a compensação tributária pelos municípios com o uso de créditos de terceiros”, informou o delegado Marcelo Freitas.
Mateus Carias já havia sido preso na Operação Camaro, deflagrada pela Policia Federal em abril de 2012, por prática semelhante. Na época, ele fechou contratos com cerca de 180 prefeituras, por meio da empresa Urbis Instituto de Gestão Pública, para compensar créditos tributários usando informações falsas e decisões liminares. Em depoimento à PF em dezembro, ele alegou que negociou com as prefeituras créditos de precatórios judiciais apresentados pela empresa Merizio & Giuberti Louzada Advogados Associados, com sede em Vitória (ES), investigada na mesma operação.
De acordo com a PF, Mateus Roberte Carias montou a empresa Digicorp Consutoria e Sistemas Ltda., que oferecia às prefeituras títulos de crédito com o governo federal, para serem usados na compensação tributária de débitos com a União. Os papéis eram oferecidos com desconto de 30% e adquiridos por licitações, que seriam direcionadas para a empresa capixaba. “Só que os títulos eram falsos e a legislação proíbe a compensação tributária pelos municípios com o uso de créditos de terceiros”, informou o delegado Marcelo Freitas.
Mateus Carias já havia sido preso na Operação Camaro, deflagrada pela Policia Federal em abril de 2012, por prática semelhante. Na época, ele fechou contratos com cerca de 180 prefeituras, por meio da empresa Urbis Instituto de Gestão Pública, para compensar créditos tributários usando informações falsas e decisões liminares. Em depoimento à PF em dezembro, ele alegou que negociou com as prefeituras créditos de precatórios judiciais apresentados pela empresa Merizio & Giuberti Louzada Advogados Associados, com sede em Vitória (ES), investigada na mesma operação.
Na representação criminal encaminhada à Justiça de Pirapora, a Polícia Federal afirma que “o então procurador do Município de Montes Claros funcionou como um agente executivo da organização criminosa. Teve atuação relevante no certame licitatório, sendo o responsável pelo contato com representantes da empresa Digicorp”. Ontem à noite, o advogado Erick Rodrigues, que defende Sebastião Vieira, disse que a acusação não procede. “A acusação não passa de devaneio com o objetivo único e exclusivo de macular a imagem de um profissional que sempre pautou a sua vida pela ética e pela conduta ilibada”, disse Rodrigues.
* Jornal
Estado de Minas/BH
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