PF deflagra operação de
combate a desvio de recursos públicos e prende dois ex-prefeitos no Norte de MG
Primeiras informações: dois ex-prefeitos presos. Foto: G1. |
Do G1 Grande Minas/Michelly Oda
A Polícia Federal (PF) em conjunto com o Ministério
Público Federal (MPF), Controladoria Geral da União e Receita Federal deflagrou, na
manhã desta segunda-feira (9), a operação "Esopo", de combate ao
desvio de recursos públicos a partir de processos licitatórios. Segundo a PF, o
esquema criminoso atuava por meio de uma Organização da Sociedade Civil de
Interesse Público (Oscip), constituída por empresas, pessoas físicas, agentes
públicos, prefeituras, Governos Estaduais e ministérios do Governo
Federal. Em cinco anos, o prejuízo seria de R$ 400 milhões, em 10 estados
e no Distrito Federal.
Em Minas Gerais, os focos são as prefeituras de Araçuaí,
no Vale do Jequitinhonha, Coração de Jesus, Januária, São Francisco, São João da
Ponte e Taiobeiras, no Norte de Minas, e Três Corações, Sul de Minas. São alvos
também um Instituto do Governo de Minas Gerais, um ministério do Governo
Federal e a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Estão
sendo cumpridos mandados de busca e apreensão e de prisão. Primeiras
informações são de que os ex-prefeitos de Januária e São João da Ponte, Maurílio Arruda e Fábio
Madeira, já estariam detidos na sede da PF.
A operação consiste no cumprimento de 101 mandados
judiciais, sendo 44 de busca e apreensão, 20 de sequestro de valores, bens
móveis e imóveis, 25 de prisão temporária e 12 mandados de condução coercitiva.
De acordo com a investigação, a organização
criminosa fraudava licitações e direcionava a contratação dos serviços à Oscip.
A PF aponta que, após firmado o contrato, os serviços eram superfaturados ou
não eram executados. O dinheiro da fraude era repassado às empresas que
participavam do esquema, com retorno desses valores para os agentes públicos
envolvidos.
Os envolvidos podem responder por formação de quadrilha,
falsidade ideológica, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro, entre
outros crimes. As penas máximas podem chegar a 30 anos.
Expressão Esopo
A expressão "Esopo" se refere a um autor
grego que escreveu a fábula "Lobo em Pele de Cordeiro". De acordo com
a PF, a Oscip investigada, "deveria pautar sua atuação no interesse social
e tem legalmente vedada a possibilidade de auferir lucros", nesse caso a
organização não respeitava essas condições e atuava como "lobo em pele de
cordeiro".
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