Temer afirma que PMDB será
oposição 'em primeiro momento' em caso de vitória da ex-senadora Marina Silva
Vice-presidente Michel Temer (PMDB) admite que em caso de derrota da presidente Dilma Rousseff seu partido vai preliminarmente para oposição. Foto: AE. |
Valmar
Hupsel Filho, Mateus Coutinho e Carla Araújo - O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO (SP) - O vice-presidente Michel Temer (PMDB),
candidato à reeleição na chapa da presidente Dilma Rousseff (PT), disse ontem
que "a primeira ideia" da legenda seria ir para a oposição em caso de
derrota nas eleições. O peemedebista, que reassumiu neste ano a presidência da
sigla, lembrou que o PMDB é "o partido da governabilidade". "Não
se governa sem o PMDB", afirmou Temer.
"Se essa hipótese (de derrota) se
verificar, é claro que o PMDB será procurado (pelo novo governo)", disse o
vice-presidente, ao participar da série Entrevistas Estadão. Essa situação só
seria incerta, afirmou, se a vitoriosa for Marina Silva (PSB). "Penso que
(o PMDB) será procurado, a não ser que seja a candidata Marina, porque, ao que
parece, ela não vai utilizar os partidos, vai utilizar as pessoas", disse.
"Aí talvez, nenhum partido participe do governo."
Para Temer, a "nova política"
pregada por Marina é um "descrédito absoluto das instituições".
"Quem não governa com os partidos, quem não governa com o Congresso
Nacional, não consegue governar."
Na entrevista, Temer frisou que ele e a
maior parte do PMDB trabalham pela reeleição da chapa da qual faz parte. Em
discurso alinhado ao de Dilma, o vice-presidente defendeu a condução da
economia, um dos principais temas de críticas ao atual governo. Temer elogiou a
atuação do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que Dilma confirmou em
entrevista ao Estado, na segunda-feira, que não continuará no governo em caso
de reeleição. "O que a equipe econômica fez deu certo", disse.
Temer também concordou com a ideia de
"governo novo, equipe nova" anunciada por Dilma. "Mudanças serão
necessárias, mas não em todos os ministérios", disse, esquivando-se de
dizer onde deveriam ocorrer as alterações.
O vice-presidente criticou a proposta de
Marina de dar autonomia formal do Banco Central. "É preciso ter um certo
controle." Segundo Temer, as propagandas do PT, com fortes críticas a
Marina, não são ataques pessoais à candidata, mas sim "embate"
político.
Para o peemedebista, a autonomia formal
do BC oferece o "risco de um determinado grupo da sociedade brasileira
tomar conta daquele setor sem nenhum controle e pode prejudicar as políticas
sociais". Temer defendeu a manutenção da fórmula adotada pelo governo,
chamada de "independência operacional". "Sou a favor de manter a
fórmula atual porque é uma independência operacional que tem dado
resultado."
Petrobrás. Questionado sobre qual a
responsabilidade do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão - que é do PMDB,
foi citado na delação feita pelo ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa e
nega irregularidades - sobre os recentes escândalos na estatal, Temer disse o
titular da pasta não tem "controle geral" do setor.
"Formalmente ele é o responsável,
mas na realidade ele não tem o controle geral", argumentou. Para Temer, a
responsabilidade sobre os "problemas" na Petrobrás deve ser
"compartilhada". "O partido enquanto instituição não tem nada a
ver com a história."
Temer disse acreditar que o próximo
Congresso terá de promover uma reforma política e deu apoio à proposta de Dilma
de convocar um plebiscito para tanto.
O vice-presidente reiterou a defesa de candidatura própria à Presidência na próxima disputa. "Impossível a essa altura o PMDB não indicar candidato em 2018."
O vice-presidente reiterou a defesa de candidatura própria à Presidência na próxima disputa. "Impossível a essa altura o PMDB não indicar candidato em 2018."
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sinta-se à vontade para postar seu comentário.
Espaço aberto à participação [opinião] e sujeito à moderação em eventuais comentários despretensiosos de um espírito de civilidade e de democracia.
Obrigado pela sua participação.
FN Café NEWS