Vazamento de delação é desespero para
mudar rumo da campanha, afirma ministro da presidência da República
Gilberto
Carvalho chama de 'boataria' informações de que ex-diretor da Petrobrás
vinculou aliados do PT a caso de propina
Gilberto Carvalho chama vazamento de informações à imprensa de 'boatos". Foto: Presidência da República, via AE. |
Lu Aiko Otta - O Estado
de S. Paulo
BRASÍLIA – O vazamento “parcial” dos
depoimentos do ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa à Polícia Federal e
ao Ministério Público, segundo os quais os desvios de recursos na estatal
irrigaram o caixa dos partidos da base aliada, são “um pouco de desespero para
mudar o rumo da campanha”, disse neste domingo o ministro-chefe da Secretaria
Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, após o encerramento do
desfile do Dia da Independência.
“Vazamento
sempre é condenável porque pode ter sido feito por advogado de réu para
protegê-lo”, disse. Ele acrescentou que, por enquanto, as informações são
precárias e frisou que o governo não pode agir em cima de “boataria” e
“denúncia que no momento é sem comprovação, sem fundamento.” “Ninguém tem de
ficar muito preocupado enquanto não tiver acesso ao inteiro teor dessa dita
denúncia”, minimizou.
Segundo a revista Veja desta semana, o
ex-diretor da Petrobrás teria mencionado vários nomes de supostos beneficiários
do esquema. É o caso dos governadores do Maranhão, Roseana Sarney, e do Rio de
Janeiro, Sérgio Cabral, além do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos,
morto em acidente aéreo no último dia 13. “Um está morto e não pode nem se
defender”, disse Carvalho.
Questionado sobre o fato de a denúncia
atingir em cheio a base aliada do governo no Congresso, o ministro reagiu: “Meu
irmão, eu não aceito e não posso tomar como denúncia contra a base aliada uma
boataria de um vazamento de um procedimento que eu não sei qual é.” O papel
desses partidos, acrescentou é estar “perfilada em apoio aos projetos que estão
mudando o País.”
A campanha, avaliou, não será afetada.
Ele acrescentou que, a partir de segunda-feira, entrará em férias para auxiliar
na interlocução com os movimentos sociais.
Acuado pelas novas revelações, o governo
decidiu partir para o contra-ataque. “Sem a reforma política e sem acabar com o
financiamento empresarial de campanha, não temos como acabar com a corrupção”,
decretou Carvalho. “Isso (corrupção) é com todos os partidos. Infelizmente, não
há nenhuma exceção.” No final da manhã, a presidente Dilma Rousseff recebeu um
grupo de jovens para discutir a reforma política. O site da campanha petista dá
apoio a um plebiscito popular sobre o tema.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, evitou fazer maiores comentários sobre o caso, alegando que o inquérito corre em sigilo. “Não se pode fazer nenhuma valoração a respeito”, disse. Mas ele ressaltou que “é muito importante que se faça a investigação e se esclareça.” E desconversou ao ser perguntado se haveria agilidade na investigação. “A Polícia Federal e o Ministério Público estão fazendo as apurações dentro daquilo que a lei determina.”
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, evitou fazer maiores comentários sobre o caso, alegando que o inquérito corre em sigilo. “Não se pode fazer nenhuma valoração a respeito”, disse. Mas ele ressaltou que “é muito importante que se faça a investigação e se esclareça.” E desconversou ao ser perguntado se haveria agilidade na investigação. “A Polícia Federal e o Ministério Público estão fazendo as apurações dentro daquilo que a lei determina.”
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