Número de formandos no ensino superior
cai pela 1ª vez em 10 anos
Redução de 5,6% aconteceu especialmente
entre alunos de instituições privadas e em cursos a distância
Evasão na educação superior preocupa MEC, com um quadro de crescimento de cursos sem qualidade nas instituições de ensino. Foto: Ascom/MEC. |
O número de estudantes que concluem o
ensino superior no Brasil caiu 5,6% em 2013, a primeira queda em dez anos.
Hoje, há um formando para cada três ingressantes (era quase 1 para 2 em 2009).
Os dados do Censo do Ensino Superior são vistos pelo Ministério da Educação (MEC) como acomodação em um quadro de crescimento forte. Para especialistas, o modelo
de expansão do sistema no País pode ter chegado ao limite.
De acordo com dados do censo, 991.010
pessoas se graduaram, 59,4 mil a menos do que em 2012. A proporção de
concluintes também caiu. Em 2013, os formandos representaram 36% dos estudantes
que entraram no ensino superior no mesmo ano. Em 2010, eram 45%.
Segundo o presidente do Instituto
Nacional de Estatísticas e Pesquisas Educacionais (Inep), Francisco Soares,
essa queda na proporção se explica pelo aumento considerável no número de vagas
abertas. “É natural que, hoje, tenha mais alunos entrando do que saindo”,
explicou ele. Para especialistas, como Leandro Tessler, da Unicamp, a queda
pode indicar dificuldades econômicas durante o processo - e seria preciso
investigar as desistências.
Os números divulgados mostram ainda que o
ritmo de expansão do ensino superior brasileiro diminuiu. Depois de alcançar um
pico de crescimento de 10% a mais de vagas criadas entre 2007 e 2008, esse
índice vem caindo consistentemente, alcançando um avanço de apenas 3,7% entre
2012 e 2013. No mesmo período, o número de estudantes que iniciaram um curso em
instituições públicas de ensino caiu quase 3%, e subiu apenas 0,5% no ensino
privado.
A queda no número de ingressantes
aconteceu em maior proporção nas instituições públicas. O ministro da Educação,
Henrique Paim, atribuiu o fato aos cursos a distância. Da mesma forma, essa
seria a explicação para parte da redução no número de formandos entre 2012 e
2013, concentrada nos cursos a distância e nas instituições privadas. “Foram
turmas específicas, criadas para uma determinada formação. Quando o curso
acabou, elas não foram renovadas”, disse. Já no caso da queda nas privadas,
Paim admite que são necessários mais estudos para descobrir as causas.
PNE. O censo indica o quanto o Brasil ainda
precisaria crescer para alcançar as metas de inclusão determinadas pelo novo
Plano Nacional de Educação. O PNE determina que, em 10 anos, a taxa de pessoas
no ensino superior seja o equivalente a 50% dos jovens de 18 a 24 anos. Hoje, o
porcentual é de 28,7%
Apesar do crescimento de 12 pontos desde
2003, o ritmo de inclusão deveria ser acelerado ainda mais para cobrir aumento
de mais de 20 pontos até 2023.
*Colaborou Victor Vieira
*Colaborou Victor Vieira
Ministro Paim reconhece
que recursos para educação são baixos no Brasil
Ministro
diz que país tem 'perspectivas para melhorar'; recursos do PIB, royalties de
petróleo e pré-sal devem financiar mudanças
O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - O ministro da Educação,
Henrique Paim, reconhece que os recursos investidos pelo Brasil em educação,
apesar de terem crescido, ainda são baixos, mas afirma que há boas perspectivas
de melhora.
"É pouco, mas temos perspectivas de
melhorar. Nós temos um PNE aprovado que define que nos próximos 10 anos temos
que chegar a 10% do Produto Interno Bruto e também temos uma fonte de
financiamento definida por lei onde temos 75% dos recursos dos royalties do
petróleo para educação e 50% dos recursos do pré-sal para educação",
afirmou.
Paim destacou, ainda que os números do
estudo da OCDE demonstram que o Brasil tem evoluído bastante, saindo de um investimento
de 4,8% do PIB para 6,4%. "É uma evolução grande, que já está dando
resultado e inclusive é destacado no relatório", disse. "Agora, a
proporção do valor por aluno em relação aos países desenvolvidos é de um terço.
Porque nós demoramos muito para ter prioridade no desenvolvimento educação.
Esse esforço está sendo feito nos últimos 10 anos", afirmou o ministro.
De acordo com dados do MEC, o valor por
aluno investido no país cresceu 181% nos últimos 10 anos. Nas séries iniciais,
198,6%, do 5º ao 9º ano, 173,9% e no ensino médio, 197%.
Fernando Abreu , via Facebook:”Todos os índices neste governo tiveram queda.... menos a inflação, que só sobe... fora Dilma! Xô PT!”
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