MEC proíbe faculdades e universidades com baixo
desempenho de realizarem vestibular
Mercadante anuncia medidas enérgicas para instituições com baixo desempenho na qualidade do ensino superior no Brasil. Foto: ACS/MEC 18 dez. 2012 |
BRASÍLIA - O ministro da Educação, Aloizio
Mercadante, anunciou nesta terça-feira, 18, as medidas de regulação e
supervisão que serão tomadas, com base nos indicadores de qualidade referentes
a 2011. O processo leva em consideração o índice geral de cursos (IGC) e o conceito
preliminar de curso (CPC). Em uma escala até 5, os conceitos 1 e 2 são
considerados insatisfatórios, e as instituições e cursos ficam sujeitos a
medidas de regulação e supervisão. Com isso, 207 instituições de ensino superior tiveram seus vestibulares suspensos pelo Ministério da Educação (MEC).
Segundo Mercadante, é papel do Ministério da
Educação fiscalizar os cursos e instituições para garantir a qualidade
necessária da educação superior e, consequentemente, a segurança dos
estudantes. No sistema público, o MEC faz a regulação somente das instituições
federais. “O Brasil tem uma imensa demanda de ensino superior, e o MEC tem
interesse em aumentar essa demanda”, disse o ministro. “As medidas adotadas vão
na direção da expansão do sistema, mas não podemos expandir sem qualidade.”
O ministro salientou que houve melhora generalizada
nos indicadores de qualidade da educação superior. “O sistema todo se moveu em
direção à melhora nos anos de 2008 e 2011”, afirmou. “No entanto, uma parte do
sistema não está acompanhando; não haverá flexibilização em nenhum cenário para
quem piorou. Nosso dever é fiscalizar esse grupo.”
O cálculo do IGC inclui a média ponderada dos
conceitos preliminares de curso e os conceitos da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão do MEC responsável
por avaliar os programas de pós-graduação das instituições.
O CPC avalia o rendimento dos alunos, a
infraestrutura e o corpo docente. Na nota do CPC, o desempenho dos estudantes
conta 55% do total, enquanto a infraestrutura representa 15% e o corpo docente,
30%. Na nota dos docentes, a quantidade de mestres pesa em 15% do total; a
dedicação integral, 7,5% e o número de doutores, também 7,5%.
Conceito preliminar de curso — Em 2011, foram avaliados 8.665 cursos — 6.083 do sistema federal de
ensino — das áreas de ciências exatas, licenciaturas e áreas afins, bem como
cursos dos eixos tecnológicos de controle e processos industriais, informação e
comunicação, infraestrutura e produção industrial.
Do total, 4.458 tiveram CPC satisfatório — 1.272
federais e 3.186 particulares. Dos cursos avaliados, 672 tiveram CPC
insatisfatório — 124 federais e 548 particulares. Outros 1.114 cursos ficaram
sem conceito — para qualificar o curso, o Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais (Inep) avalia vários itens. Entre eles, número mínimo de
matrículas e de alunos que fizeram o Exame Nacional de Desempenho dos
Estudantes (Enade).
Para os cursos com conceito inferior a 3, o MEC
estabelece medidas gerais obrigatórias, como assinatura de compromisso e plano
de melhorias detalhado, com medidas a serem tomadas a curto e a médio prazo. Em
60 dias, os cursos mal avaliados devem passar por reestruturação no corpo
docente. Ou seja, investir em dedicação integral e titulação. Em 180 dias, por
readequação da infraestrutura e do projeto pedagógico.
O plano de melhoria será acompanhado por comissão
de avaliação, que fará relatórios bimestrais sobre a evolução da correção das
deficiências apontadas pelo MEC. Caso se verifique o não cumprimento das
medidas, será instaurado processo administrativo, que pode resultar no
fechamento do curso.
Além disso, os cursos e instituições com conceito
inferior a 3 ficam automaticamente impossibilitados de oferecer o benefício do
Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
A partir deste ano, o MEC estabeleceu novos
critérios para acompanhar o processo de supervisão. Foi definida uma matriz de
risco, com base no CPC e no IGC, para detectar cursos sem a qualidade exigida.
Índice geral de cursos (IGC) — Os dados gerais de 2011 apontam que foram avaliadas 1.875
instituições de educação superior, das quais 1.772 federais. Do total, 1.221
obtiveram índice satisfatório — 1.134 particulares e 87 públicas. Outras 551
registraram IGC insatisfatório — 549 particulares e duas públicas federais.
Outras 261 ficaram sem conceito. Também para essas instituições estão previstas
medidas de aferição da qualidade.
A descrição dos cursos e instituições com
desempenho insatisfatório, além das medidas cautelares, serão publicadas no Diário
Oficial da União a partir desta quarta-feira, 19.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sinta-se à vontade para postar seu comentário.
Espaço aberto à participação [opinião] e sujeito à moderação em eventuais comentários despretensiosos de um espírito de civilidade e de democracia.
Obrigado pela sua participação.
FN Café NEWS