Novos prefeitos devem
universalizar acesso à pré-escola até fim do mandato
Os
prefeitos empossados na terça-feira (1°) terão uma tarefa especial a cumprir
até o fim dos seus mandatos, em 2016. Não é promessa de campanha, é lei. É
nesta data que terminará o prazo para a universalização da pré-escola, medida
prevista em uma emenda constitucional aprovada pelo Congresso Nacional em 2009.
Amanda
Cieglinski/Do Portal EBC, em Brasília
Pré-escola é uma das etapas da Educação Infantil, que deverá ocorrer a universalização em 2016. Foto: O Globo. |
A pré-escola é a etapa anterior ao ensino
fundamental e compreende a faixa etária dos 4 aos 5 anos de idade. Antes da
mudança na Constituição, o ensino fundamental era a única fase escolar
obrigatória no Brasil. Depois da emenda, o ensino passa a ser obrigatório dos 4
aos 17 anos, incluindo a pré-escola, o ensino fundamental e o médio. É dever
dos pais matricular seus filhos a partir dos 4 anos e obrigação das redes de
ensino garantir a vaga para todos as crianças a partir da mesma idade. O prazo
de adaptação à nova regra termina em 2016, por isso os novos prefeitos deverão
ter como prioridade em seus mandatos ampliar o número de escolas e vagas na
pré-escola.
Os dados mais recentes do IBGE indicam
que 1.154.572 crianças de 4 e 5 anos ainda estavam fora da escola em
2010. Apesar do enorme contingente ainda excluído, a matrícula na
pré-escola avançou significativamente na última década. Em 2000, apenas 51,4%
tinham acesso a educação nesta faixa etária, patamar que saltou para 80,1% em
2010.
"Em qualquer lugar do mundo, ter
mais de 1 milhão de crianças fora da escola é muito. E se olharmos quem são
essas crianças, é motivo para se preocupar ainda mais. Elas são as mais pobres,
com algum tipo de deficiência e moradoras do campo. Esses são grupos que
historicamente não têm acesso à escola", explica Cleuza Repulho, presidente
da Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação) e também
secretária de educação de São Bernardo do Campo (SP).
Gastos municipais
O custo para as redes municipais
garantirem o cumprimento da lei não é baixo. Será preciso construir mais escolas
e contratar mais profissionais, além dos gastos necessários para manter as
estruturas em funcionamento. Cleuza aponta que alguns municípios avançaram mais
na cobertura da pré-escola porque se planejaram e organizaram a ampliação da
oferta. Mas boa parte deles precisarão de mais recursos para conseguir cumprir
a lei.
"Se a gente reconhece que 80% dos
municípios brasileiros não têm arrecadação própria e vivem de repasse dos
governos federal e estadual, a gente tem a clareza de que sem novos recursos
não é possível ampliar a oferta", destaca.
A creche é a etapa escolar responsável
por atender crianças com até 3 anos de idade – na sequência elas são
encaminhadas à pré-escola. Entretanto, ela não é obrigatória. Por isso, o
acesso das crianças à creche é ainda menor: apenas 23% da população nesta faixa
etária frequentava a escola em 2010.
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