MEC estuda oferecer na internet vídeos com aulas de universidades para professores da educação básica
O uso de mídias e tablets vão ser cada vez mais frequentes nas escolas públicas da educação básica, diz MEC. Foto: Agência Brasil 2013. |
Yara Aquino – Repórter da Agência Brasil
Brasília – O Ministério da Educação (MEC)
estuda disponibilizar na internet vídeos com palestras e aulas de universidades
públicas federais. O projeto, chamado Universidade Livre, visa distribuir o
conteúdo ao público em geral. A expectativa é que comece a funcionar ainda no
primeiro semestre deste ano, de acordo com ministro da Educação, Aloizio
Mercadante.
“Desta forma, você poderá assistir a aula
de qualquer professor em qualquer universidade do Brasil. Se quer um tema
específico, entra lá e assiste a palestra. Serve para complementar o curso que
está fazendo e isso vai multiplicar a capacidade pedagógica de aprendizagem. A
iniciativa não substitui a universidade, não substitui a certificação que é o
diploma, mas ajuda a reforçar o processo de aprendizagem”, explicou o ministro.
Mercadante explicou que as universidades
terão autonomia para decidir se querem participar do projeto. O assunto,
segundo ele, já foi discutido com reitores e foi recebido com “simpatia”.
O ministério promoveu hoje seminário
sobre educação digital, que teve a participação do professor norte-americano
Salman Khan, autor de mais de 3,8 mil videoaulas na internet, com 200 milhões
de acessos. No evento, Khan defendeu o uso da educação digital como forma de
democratizar o acesso ao ensino de qualidade. “O conteúdo ao qual o filho dos
mais ricos tem acesso pode ser dado aos menos servidos de educação. Queremos
tornar a educação, não em algo escasso, mas em um direito humano que todas as
pessoas possam ter”, disse.
Graduado pelo renomado Instituto de
Tecnologia de Massachusets (MIT, sigla em inglês) e com MBA pela Universidade
de Harvard, Khan trabalhou no mercado financeiro antes de se tornar conhecido
no mundo virtual por postar aulas sobre matemática, física, biologia, química e
outras disciplinas, o que o levou a criar uma organização acadêmica. Na
avaliação de Khan, ferramentas tecnológicas otimizam o tempo dos professores e
contribuem para ampliar o contato entre aluno e professor e estimulam o
aprendizado individualizado.
Cerca de 400 aulas do professor foram
traduzidas para o português pela Fundação Lemann, organização sem fins
lucrativos. O material deverá integrar o conteúdo dos tablets a serem distribuídos,
este ano, pelo Ministério da Educação (MEC) aos professores do ensino médio,
informou Mercadante. As aulas podem ser acessadas gratuitamente na internet.
“É mais uma opção que o professor tem
para ver boas aulas, práticas didáticas exitosas e isso vai enriquecer o
repertório dele. Se o professor e a rede municipal ou estadual tiverem
interesse de utilizar de uma forma mais intensa, o MEC está disposto a apoiar,
não só essa plataforma, mas outras similares”, explicou o ministro.
Edição: Carolina Pimentel
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