Dilma decreta luto oficial de três dias pelas
vítimas da tragédia em Santa Maria
Presidenta
Dilma Rousseff durante visita às famílias das vítimas da tragédia ocorrida em
Santa Maria. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
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Com informações do Blog do Planalto e Folha de S. Paulo/Adaptações FN Café NEWS
A presidenta Dilma Rousseff decretou nesse domingo
(27) luto oficial de três dias pelas vítimas do incêndio em uma boate em Santa Maria
(RS). A presidenta esteve nesta tarde em Santa Maria para prestar solidariedade
aos familiares das vítimas e também foi ao Hospital de Caridade de Santa Maria
visitar pessoas feridas no incêndio. Mais cedo, a presidenta concedeu
entrevista coletiva em que lamentou a tragédia e pediu união para superar este
momento de dor.
Presidenta Dilma visita familiares de vítimas da tragédia em Santa Maria
Presidenta Dilma visita familiares de vítimas da tragédia em Santa Maria
A presidenta Dilma Rousseff visitou neste
domingo (27) parentes das vítimas do incêndio ocorrido em Santa Maria (RS).
Assim que chegou ao município, no início desta tarde, a presidenta foi ao
Centro Desportivo Municipal, onde está ocorrendo o reconhecimento dos corpos, e
conversou com familiares das vítimas. A presidenta também esteve no Hospital de
Caridade de Santa Maria, visitando pessoas feridas no incêndio.
Segundo o ministro da Saúde, Alexandre
Padilha, que está em Santa Maria, Dilma “orientou os ministros a dar todo o
apoio para aliviar o sofrimento e salvar as vidas que puderem ser salvas”. Ele
disse que a prioridade é salvar os feridos. O ministro informou ainda que os
pacientes mais graves estão sendo transferidos para Porto Alegre e que está
sendo providenciado suporte médico e psicológico para os familiares das
vítimas.
Padilha afirmou que o Ministério da Saúde
mobilizou voluntários, deslocou a Força Nacional do SUS para a região e
intensificou ações das Unidades de Suporte Avançado do Serviço de Atendimento
Móvel de Urgência (SAMU), equipados com respiradores, em Santa Maria. De acordo
com o ministro, a maior parte dos feridos foi internada por intoxicação respiratória.
A Força Aérea Brasileira (FAB)
disponibilizou helicópteros H-60 Blackhawk do esquadrão aéreo de Santa Maria,
quatro aeronaves para cumprir missões de UTI aérea e um C-130 Hércules para
transportar medicos cirurgiões, enfermeiros e suprimentos provenientes do
Hospital de Força Aérea do Galeão para o atendimento aos feridos. De acordo com
a FAB, o Hospital de Aeronáutica de Canoas também foi colocado à disposição.
Dilma lamenta tragédia em Santa Maria
Dilma Rousseff lamentou neste domingo
(27) a tragédia ocorrida em Santa Maria (RS), onde mais de 200 pessoas morreram
em um incêndio em uma boate. Dilma, que estava em Santiago, no Chile, onde
participava da I Cúpula Celac – UE, cancelou encontros bilaterais com
Argentina, Letônia e Bolívia e antecipou seu retorno ao Brasil. Ela vai
diretamente para Santa Maria e pediu a todos os ministros que prestem apoio à
Prefeitura de Santa Maria e ao governo do estado.
“É uma tragédia para nós todos. E eu não
vou continuar na reunião por razões também muito claras, diante do que… quem
precisa de mim hoje é o povo brasileiro e é lá que eu tenho de estar. E eu pedi
a todos os meus ministros, que possam contribuir para minorar as consequências
dessa tragédia, para estarem lá em Santa Maria, e eu vou estar também (…) Eu
queria dizer também para a população do nosso país e para a população de Santa
Maria o quanto, nesse momento de tristeza, nós estamos juntos. E,
necessariamente, iremos superar, mantendo a tristeza”, disse.
Tragédia em Santa Maria
(RS) ocorreu após sucessão de erros
Correria próximo à Boate
Kiss, em Santa Maria, que pegou fogo na madrugada deste domingo 27 jan 2013 (Germano
Roratto/Agência RBS)
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Eduardo Geraque de São Paulo/Pedro Soares do Rio – Folha de S. Paulo
Erros de gerenciamento da casa de shows
foram a causa da tragédia de ontem, em Santa Maria, no interior gaúcho, segundo
especialistas ouvidos pela Folha. De acordo com eles, a lição que fica é
que é preciso cultivar uma cultura de prevenção a grandes incêndios no país.
O incêndio deixou ao menos 231 mortos (a
maioria por asfixia) e 106 hospitalizados. A boate Kiss era uma das principais
casas noturnas da cidade e era famosa por receber estudantes universitários.
Segundo o coordenador da Defesa Civil, Adelar Vargas, o fogo começou na espuma
de isolamento acústico quando um dos integrantes da banda que se apresentava
acendeu um sinalizador, que atingiu o teto.
O guitarrista da banda Gurizada
Fandangueira, Rodrigo Lemos Martins, também disse à Folha que o fogo
começou depois que o sinaleiro (chamado por ele de "sputinik") ter
sido aceso. Um segurança da casa e o vocalista da banda tentaram apagar o
incêndio, afirma o guitarrista, porém o extintor não funcionou.
Para Valdir Pignatta e Silva, professor
da Poli/USP e especialista em segurança contra incêndios, houve ali uma
sucessão "absurda" de erros. Ele cita a falta de sinalização para a
saída de emergência e o fato de haver apenas uma porta de acesso ao local.
Também afirma que o teto da boate era feito de material inflamável.
O pesquisador da Coppe/UFRJ (Coordenação
de Programas em Pós-Graduação em Engenharia) Moacir Duarte diz que as pessoas
foram vítimas de uma "desorganização primária".
"Um vistoria simples, de menos de
duas horas, feita por um bombeiro, bastaria para vetar o local para a
realização de shows", disse. "Há uma cadeia enorme de
responsabilidades."
Além das falhas na estrutura, Duarte cita
ainda o problema da falta de rádios para a equipe de segurança.
Sem saber o que acontecia, seguranças na
porta da boate pensaram inicialmente que o tumulto havia sido causado por uma
briga e barraram as pessoas para que elas não deixassem o local sem pagar a
conta. Enquanto isso, outros funcionários tentavam combater as chamas em outro
local.
CULTURA
Pignatta e Silva, da Poli, afirma que as
pessoas precisam criar um cultura de salvaguardar sua vida em situações como a
encontrada ontem no Rio Grande do Sul.
"Infelizmente, o fato de existir uma
casa com capacidade para mais de mil pessoas, em um ambiente totalmente
fechado, não deu um alerta na cabeça de ninguém. Ainda mais com objetos
pirotécnicos no palco", afirma.
Segundo ele, em outros países do mundo,
como na Inglaterra, as pessoas têm na memória incêndios que ocorreram no século
17. "Provavelmente, nem você nem eu teríamos nos preocupado com um
incêndio, se tivéssemos naquela boate", diz.
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