Mantega admite que
crescimento do PIB em 2012 ficou abaixo das expectativas
O
ministro da Fazenda, Guido Mantega, comenta baixo resultado do PIB de 2012. Foto: Elza
Fiúza/ABr 2 março de 2013
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Daniel Lima*/Repórter da Agência Brasil
BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Guido Mantega,
minimizou o baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos
os bens e serviços produzidos no país, em 2012. Ele avaliou que, embora o
resultado tenha ficado abaixo das expectativas, houve uma aceleração da
atividade econômica ao longo do ano. Hoje (1°), o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), divulgou o crescimento de 0,9% do PIB em 2012
na comparação com o ano anterior, totalizando R$ 4,4 trilhões.
“Foi um ano de PIB mais baixo, abaixo das nossas
expectativas, porém em uma trajetória positiva, uma trajetória de aceleração
que vai continuar e nos levar aos objetivos de crescimento que nós
estabelecemos para o Brasil”, disse.
O ministro lembrou que 2012 começou com baixa atividade.
O primeiro trimestre do ano registrou aumento de 0,1%; o segundo, de 0,3%; o
terceiro, 0,4%, fechando o ano com 0,6%. “Portanto, uma nítida recuperação da
economia brasileira em 2012. Foi um ano de crise, parecido com o ano de 2009,
quando o PIB foi negativo em 0,3%, mas, dessa vez, tivemos um PIB positivo”,
disse.
Variação anual do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 1994 a 2012. Gráfico: ABr março de 2012. |
Para Mantega, é possível observar uma aceleração
gradual da economia e, segundo ele, com bases em dados preliminares, em 2013, a
trajetória se manterá. Ele destacou ainda que os investimentos voltaram a
reagir no final do ano passado. “O que mostra esse baixo investimento, essa
baixa formação bruta de capital fixo [investimentos em máquinas, equipamentos e
na construção civil] é a baixa venda de caminhões em 2012. A construção civil cresceu,
mas houve a venda baixa de caminhões em 2012”, ressaltou.
Segundo o ministro, a queda nas vendas se
deve à entrada do Euro 5,
que tornou obrigatória a comercialização de caminhões menos poluentes, mas
também mais caros. A situação, explicou Mantega, só começou a se reverter no
final do ano. “Portanto, a venda de caminhões em 2013 irá contribuir para que
tenhamos uma forma bruta de capital fixo mais elevada, um investimento mais
elevado no ano que vem.”
Mantega ressaltou ainda que, embora 2012
tenha sido um ano de crise internacional, com crescimento fraco na maioria dos
países e desaceleração do crescimento econômico, para a maioria da população
brasileira foi um ano bom e bastante satisfatório. “A crise internacional não
bateu à porta da família brasileira. Nós tivemos a criação de 1,3 milhão de
postos de trabalho. A massa salarial cresceu 6% ao ano, o que não é pouca
coisa. O aumento real de renda da população chegou a 4% e houve o aumento do
financiamento para habitação, em 35%. Isso significa que população está
adquirindo mais moradia e automóveis, que cresceu 6%.”
O ministro admitiu que é preciso fazer
mais em 2013, mas lembrou que as medidas que vêm sendo adotadas para combater a
crise demoraram mais tempo para surtir efeito no ano passado em função da crise
internacional. Segundo ele, o Brasil teve mais dificuldade de exportar. Nesse
sentido, as projeções do ministro indicam um cenário internacional mais
favorável. “A crise internacional está superada do ponto de vista financeiro. A
economia mundial deverá crescer mais, com mais mercados para que a indústria
brasileira possa vender os seus produtos, que teve dificuldade de exportar
manufaturados em 2012, pois os mercados estavam fechados.”
*Colaboraram Kelly
Oliveira e Luciene Cruz//Edição: Lílian Beraldo
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