Jogo do Brasil reduzirá horário de órgão público
Governo
decretou que, em jogos da seleção brasileira na Copa, funcionários públicos
terão meio expediente; indefinição vinha afetando os juros futuros
Murilo Rodrigues Alves e Adriana Fernandes - O Estado
de S. Paulo
BRASÍLIA - A pouco mais de dois meses
para o início da Copa do Mundo, somente nessa
quinta-feira (3/4) o governo descartou de vez a possibilidade de decretar
feriado nacional nos dias de jogos da seleção brasileira. A incerteza do
calendário de recesso durante o período de 12 de junho a 13 de julho mexeu com
o mercado de juros, que utiliza a quantidade de dias úteis para o cálculo da
taxa interfinanceira (CDI), referência para os contratos de juros negociados na
BMF&Bovespa.
O governo permanecia indefinido sobre
como seria o calendário de trabalho durante os jogos da seleção brasileira até
esta quinta-feira, quando o estadao.com.br
divulgou que a incerteza vinha causando ruídos no mercado financeiro. No fim da
tarde, o Ministério do Planejamento informou que os servidores da administração
pública federal terão jornada reduzida nos dias em que o time de Felipão entrar
em campo. Eles serão liberados do trabalho às 12h30.
Nos dias de jogo sem a participação da
seleção brasileira, haverá expediente normal. Segundo o ministério, haverá
compensação das horas não trabalhadas. Na primeira fase do torneio, o Brasil
jogará nos dias 12, 17 e 23 de junho. Os jogos da Copa começam às 13h ou às
17h.
Não poderão deixar seus postos os
servidores que trabalham com serviços essenciais, como saúde, segurança e
limpeza pública, por exemplo. O Ministério do Planejamento é responsável por
publicar todo início de ano o calendário oficial de feriados para os órgãos e
entidades da administração pública federal. A portaria de 2014 não suspendeu os
expedientes nos dias dos jogos da Copa.
A discussão se o governo federal seguiria
o exemplo de outras esferas municipais e estaduais que decretaram feriado para
desafogar o trânsito levou investidores a fazer ajustes nas taxas. Os contratos
de curto prazo são os que mais sofreram uma nova precificação. A divulgação da
informação no estadao.com.br
causou mal-estar no governo, segundo relatos de fontes à reportagem. Como não
foi decretado feriado, mesmo que os funcionários do BC também sejam liberados
mais cedo, a medida não deve afetar a precificação do DI.
Dúvida. A grande questão é que, se fosse
decretado feriado, a indecisão para o cálculo da taxa ficaria atrelada ao
desempenho da seleção de Felipão no decorrer da competição. A dúvida da
quantidade de feriados só seria sanada em pouco espaço de tempo, à medida que o
time brasileiro avançasse para as oitavas, quartas, semifinal e final.
O impasse fez com que grandes
investidores se antecipassem à decisão e promovessem ajustes das taxas nos
últimos dias. O movimento chegou a distorcer a referência do mercado para a
taxa Selic.
Não é a primeira vez que a indefinição em
relação à decretação de um feriado provoca ruídos no mercado financeiro. Isso
aconteceu também em 2007, quando o governo cogitou decretar recesso em
homenagem a Frei Galvão, o primeiro santo brasileiro. A folga seria concedida
no dia 11 de maio, mas o feriado também não foi confirmado pelo governo.
Úrsula Lélis comentou, via Facebook: "Afffffffffff..."
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