Qual é o busílis da questão de transparência e
superfaturamento com dinheiro público?
O comerciante Herbert Parente limpa, de
forma voluntária, a estátua de Drummond pichada na noite de Natal, no Rio. Foto:Maíra
Coelho / Agência O Dia.
Por França Neto |
FN Café NEWS - O que afinal é superfaturar com o
dinheiro público? Não se sabe bem ao certo qual é o teor dessa prática, ou
mesmo, qual o tamanho de cifras superfaturadas dos cofres públicos em obras,
por exemplo, de restauração do seu patrimônio dilapidado por atos de vandalismo.
Algum controle interno tem sido exercido na
administração pública, como é o caso da Controladoria-Geral da União (CGU) que
desenvolve o Programa Olho Vivo no Dinheiro Público para incentivar o controle
social. Seu objetivo, além combater à corrupção por meio da transparência na
gestão pública, é fazer com que os cidadãos, nos diversos municípios
brasileiros, atuem para a melhor aplicação dos recursos públicos. Além disso, o
Tribunal de Contas de Minas Gerais (TCE-MG) criou um sistema on-line (Big Brother) para vigiar municípios
mineiros, fiscalizando as ações de prefeitos numa espécie de ‘malha fina’ no
Estado, onde as compras feitas pelas suas 853 prefeituras e respectivas câmaras
municipais, além dos órgãos do governo do Estado, serão, em tempo real e
instantâneo, fiscalizadas suas licitações e contratos feitos com dinheiro
público.
Só que há
uma distância enorme entre o fato real de uma eventual transparência na
administração pública e sua perspectiva ideal/legal no cotidiano, uma vez que boa
parte de seus gestores públicos age, de forma nebulosa e escabrosa, no trato
com o dinheiro público.
Um
exemplo disso, foi a pichação à estátua de Carlos Drummond de Andrade, um dos principais atrativos
turísticos
do Rio de Janeiro (RJ), que fica na orla de Copacabana, zona sul carioca.
A imagem amanheceu
pichada com uma tinta branca, na noite de Natal (25/12/2013). De acordo com o que foi
noticiado nesse período, “a Prefeitura do Rio disse que custaria R$ 25
mil reais e 20 dias” para restaurar a estátua de Drummond, pichada pelo
jovem empresário Pablo Lucas Faria, da cidade de Uberaba (MG), que foi
identificado por meio de monitoramento de câmera da polícia militar.
Enquanto
a Prefeitura
do Rio levaria 20 dias para recuperar a estátua, com um custo elevadíssimo, o comerciante Herbert Parente, 64 anos, foi lá e restaurou de
graça, em menos de uma hora, o monumento drummondiano. Ao ouvir no rádio a notícia sobre a pichação da estátua de Drummond, Parente não pensou duas vezes. Pegou thinner
— espécie de solvente —, estopa, flanela e pincel e caminhou pelas ruas de
Copacabana em direção ao monumento, na zona Sul da cidade. O comerciante, que é dono de uma loja de material de
construção, limpou,
de maneira voluntária e eficiente, a estátua pichada do poeta.
Diante
desse episódio, cabe, enfim, uma reflexão por meio de algumas indagações:
quanto se superfatura com o dinheiro
público em obras? Por que tanta morosidade na restauração do patrimônio
público? Será se diante dessas questões não está o busílis da questão na
administração pública: a corrupção nua e crua, além da falta de transparência e da ineficiência com
o dinheiro público? O certo é que o eleitor deve ficar atento para essas eventuais
práticas na máquina estatal. Em
outras palavras, ‘de olho no dinheiro
público...’ .
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