Fim da polarização PT-PSDB marcará disputa deste ano, diz especialista
Corrida presidencial deste ano deve ser marcada pelo fim do embate entre PT e PSDB, segundo cientista político. Adaptações Imagens FN Café NEWS/Folha de S. Paulo/Veja jan. 2014. |
Elizabeth Lopes - Agência Estado
Neste ano de eleições gerais, onde está em jogo a
corrida pelo mais alto cargo público do País, a Presidência da República, o
cenário político já começa a se delinear de uma maneira atípica em comparação
aos outros de eleições gerais, como os de 2006 e 2010. A tradicional
polarização PT e PSDB, por exemplo, deve ser quebrada com o anúncio, esperado
para breve, da ex-senadora Marina Silva como vice na chapa encabeçada pelo
governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos.
O anúncio deve alavancar a candidatura do
socialista e acender o sinal amarelo para o candidato do PSDB, o senador
mineiro Aécio Neves, seu provável adversário na disputa pelo segundo lugar no
primeiro turno. A avaliação é do cientista político e professor de
administração pública da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo, Marco Antonio
Carvalho Teixeira.
Além disso, continua Carvalho Teixeira, uma das
mais tradicionais bandeiras de campanha da oposição, a da moralidade, já foi
explorada exaustivamente no julgamento do mensalão e mesmo que o tema continue
em pauta neste ano eleitoral, o impacto não deverá ser tão forte porque os
principais personagens do escândalo já estão atrás da grades e a própria
oposição terá de lidar com temas como o chamado mensalão mineiro e o cartel de
trens em São Paulo.
"Com isso, surge a necessidade de se criar uma
nova agenda de debate, o que infelizmente não está ocorrendo. Seria bom que as
discussões de campanha levassem em conta a criação de uma agenda, com propostas
concretas para o desenvolvimento do País, mas isso infelizmente não está
ocorrendo", reitera o professor.
Na sua avaliação, mesmo num cenário atípico,
continua o favoritismo da presidente Dilma Rousseff (PT), que tenta a
reeleição, a despeito da percepção negativa de alguns agentes econômicos.
"Só vamos ter uma noção exata do cenário econômico e os reflexos na
campanha, sobretudo na da presidente Dilma, depois da Copa do Mundo de Futebol
no País, que começa em junho", destaca Carvalho Teixeira, lembrando que a
economia só reflete negativamente em um pleito se mexer na renda da população.
Segundo ele, se o governo garantir "dinheiro no bolso e comida na
mesa" da população, sobretudo a mais pobre, é um indício de que isso
poderá ser traduzido em voto nas urnas.
Fraqueza
A respeito do favoritismo da presidente Dilma na
corrida presidencial, o cientista político afirma que isso é fruto mais da
fraqueza de seus adversários do que pelos próprios méritos dela. Isso, segundo
ele, está baseado na incapacidade de se apresentar projetos novos, de fazer
melhor ou de avançar.
Úrsula Lélis, via Facebook: "Concordo em parte..."
ResponderExcluir