Número de eleitores jovens cai em 4 anos
Dados do Tribunal Superior Eleitoral
mostram que eleitorado entre 16 e 17 anos passou de 2,3 milhões, em 2010, para
1,6 milhão
Erich Decat - O Estado de S. Paulo*
BRASÍLIA (DF) –
Balanço oficial apresentado nesta terça-feira,
29, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revela queda no número de jovens
eleitores na faixa etária de 16 e 17 anos. De 2010 para cá, esse grupo caiu de
2,4 milhões de eleitores para os atuais 1,6 milhão. O levantamento também
mostra um envelhecimento geral dos eleitores brasileiros.
Na
apresentação dos números oficiais, o presidente do TSE, ministro Dias Toffoli,
ressaltou que a queda de eleitores com menos de 18 anos é parcialmente
explicada por razões metodológicas – o TSE passou a considerar a idade que o
eleitor terá no dia da eleição.
Mas
Toffoli também observou que há um fenômeno de envelhecimento do eleitorado. A
faixa etária entre 45 e 59 anos representa 23,4% dos eleitores – em 2010, eram
22,7%. O peso do eleitorado com mais de 60 anos também aumentou. Já a
participação dos que têm entre 25 e 34 anos diminuiu de 24,2% para os atuais
23,3%.
Estudante
do segundo ano do ensino médio da escola estadual Fernão Dias Paes, na zona
oeste de São Paulo. a adolescente Letícia Vieira, 17 anos, desistiu de tirar o
título de eleitor ao saber que tinha perdido a vaga de um emprego em um
shopping.
“Eu ia
trabalhar, já ia entrar com os papéis, mas, como o trabalho não vingou,
desisti”, disse ela.
“O título
de eleitor, se vale para alguma coisa, é só para trabalhar, porque não dá para
usá-lo para votar.”
Letícia
diz não acreditar nos políticos, que “são todos corruptos”. Por isso, acha
desnecessário “perder tempo” em votar. “Eles não cumprem o que prometem, então
para que votar?” Enquanto for opcional, ela não pretende tirar o título.
O TSE
também anunciou um crescimento de 5,2% no número de eleitores, que passou de
135.804.433 para 142.822.046 desde 2010. Parte desse contingente já faleceu,
mas só deixará de constar dos registros da Justiça Eleitoral quando houver
recadastramento.
As
mulheres, que já eram maioria, aumentaram levemente sua participação no
eleitorado nos últimos quatro anos, de 51,9% para 52,2%. O número de mulheres
aptas a votar passou nesse período de 70,2 milhões para os atuais 74,4 milhões.
Já os homens passaram de 65,2 milhões para 68,2 milhões.
Nesse
contingente de eleitoras estão a dona de casa Rogéria Cristiane Miranda
Caetano, 46 anos, moradora do Mandaqui, na zona Norte, e sua mãe, Alzira
Caetano, de 79 anos. Elas costumam atravessar a cidade para votar em uma escola
do bairro da Saúde, na zona Sul. “A gente faz isso em todas as eleições e vamos
fazer isso neste ano, de novo, porque achamos que o voto é importante”, disse
Rogéria. “Aprendi isso com minha mãe, que faz questão de votar em todas
eleições. O voto é importante para melhorarmos o País e é por meio dele que nos
sentimos representados.”
As
campanhas do PT, do PSDB e do PSB informaram que as mudanças na composição do
eleitorado não alteram as estratégias de seus candidatos à Presidência.
*Colaborou
Chico Siqueira, Especial para O Estado
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