Campanha em Minas para eleger
deputado pode custar até R$ 10 milhões
Juliana Cipriani – Jornal Estado
de Minas/BH
BELO
HORIZONTE (MG) - Conquistar uma das 77 cadeiras de deputado estadual ou das 53
de deputado federal em disputa em Minas Gerais pode custar de R$ 20 mil a R$ 10
milhões. Pelo menos esses foram os limites fixados pelos partidos e coligações
para cada candidato gastar na campanha eleitoral. O trabalho em busca do voto
do eleitor será feito por 1.098 concorrentes que pretendem chegar à Assembleia,
uma média de 14,2 candidatos por vaga, e 635 aspirantes a deputado federal, ou
11,9 por cadeira.
Nove coligações foram registradas para a
disputa por vagas na Câmara dos Deputados – apenas os nanicos PCO e PCB vão
sair sozinhos. Já para a disputa pela Assembleia, além de PCB e PCO, só o PR
optou por não se coligar. As chapas que registraram os maiores tetos para a
campanha foram as formadas por partidos da coligação do candidato a governador
Pimenta da Veiga (PSDB). No blocão que disputa a eleição a deputado federal, A
vez de Minas, formado por PSDB, DEM, PP, PR, PSD e Solidariedade, o limite foi
fixado em R$ 7 milhões e R$ 10 milhões (para o PR).
Na sequência, entre as maiores previsões,
vem o “Minas pra você”, dos partidos aliados na disputa ao governo pelo ex-ministro
Fernando Pimentel – PT, PMDB, PCdoB, PROS e PRB –, que fixaram uma previsão de
R$ 5 milhões por candidato. Já na corrida por uma vaga à Assembleia, PSDB, PP,
PPS, DEM e PSD registraram uma conta de até R$ 4 milhões por cabeça, enquanto
PT, PROS, PMDB e PRB pretendem alcançar R$ 3 milhões.
Apesar dos valores colocados, a
estimativa de custo para campanhas legislativas costuma ser um pouco menor: uma
média de R$ 5 milhões para buscar votos de deputado federal e a metade para a
corrida à Assembleia. O secretário-geral do PSDB, deputado estadual Carlos
Mosconi, considerou o valor colocado pela coligação tucana “exorbitante”.
Segundo ele, os candidatos devem fazer um esforço para não chegar perto da
estimativa. “Dá para fazer uma campanha para deputado estadual com até R$ 2
milhões e no máximo R$ 3 milhões a R$ 4 milhões para federal, acima disso, acho
um custo tão elevado que é preciso questionar se vale a pena”, afirmou. Já o
presidente do PT, deputado federal Odair Cunha, afirmou que a previsão de gastos
foi feita ouvindo os candidatos, mas que o valor real “vai depender da
capacidade de arrecadação de cada um”.
Algumas legendas e coligações registraram
uma previsão zerada no Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE), mas
ainda devem completar os dados. De acordo com o TRE, os partidos podem alterar
os limites de gastos no decorrer da campanha, desde que apresentem uma
justificativa para isso.
Futurologia
Se as estimativas de gastos são altas, a
expectativa de sucesso dos blocos de candidatos aliados aos principais
concorrentes ao Palácio da Liberdade também são. Com a coligação formada para a
disputa pela Câmara, os aliados de Pimenta esperam eleger cerca de 30 deputados
estaduais e 22 federais. Segundo Mosconi, os cálculos internos do partido
apontam para uma linha de corte de 100 mil votos para se fazer um deputado
federal e de 40 mil a 50 mil para conquistar uma cadeira em Brasília. Do lado
do PT, Odair Cunha disse que seria muita futurologia estimar o número de
eleitos, mas, entre os deputados estaduais, por exemplo, a expectativa é
conseguir de 28 a 30 cadeiras. Segundo Cunha, se for levada em conta a média de
2010, a votação necessária para se eleger pode girar em torno de 90 mil para
deputado federal e 35 mil para estadual.
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