sexta-feira, 18 de julho de 2014

ELEIÇÕES 2014: Pesquisa de intenção de voto pós-Copa acende ‘luz amarela’ para Dilma

Dilma lidera pesquisa, mas tem empate técnico com Aécio no 2º turno

Pela primeira vez, cenário do Datafolha mostra presidente com 44% e Aécio com 40% em eventual segundo turno
Corrida Presidencial - Eleições 2014.
Daniel Bramatti/AE - Estadão
Na primeira pesquisa eleitoral feita após a derrota do Brasil na etapa final da Copa do Mundo, a taxa de intenção de votos na presidente Dilma Rousseff oscilou dois pontos porcentuais para baixo. Segundo o instituto Datafolha, ela tem 36%, contra 20% para Aécio Neves (PSDB) e 8% para Eduardo Campos (PSB).

Em um eventual segundo turno contra o tucano, a petista teria 44%, e seu adversário, 40%. Como a margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos, os dois estão empatados tecnicamente – mas no limite da margem, ou seja, é estatisticamente improvável que ambos tenham a mesma taxa. Em um confronto direto com Eduardo Campos, a presidente venceria por 45% a 38%.

Mas a pesquisa não é conclusiva em relação a um segundo turno. Os adversários de Dilma, somados, tem 36%, mesmo porcentual da petista. Para vencer já no primeiro turno, ela terá de obter mais votos que a soma dos rivais.


O levantamento mostrou piora na avaliação do governo. A parcela dos eleitores que considera a administração do País boa ou ótima caiu de 35% para 32%. Os que veem o governo como ruim ou péssimo passaram de 26% para 29%.

A pesquisa anterior do Datafolha, feita durante a Copa, havia detectado um crescimento de quatro pontos porcentuais na intenção de voto em Dilma, em comparação com o levantamento realizado um mês antes, no início de junho (de 34% para 38%).

O número de junho, porém, foi um ponto fora da curva. Na pesquisa Datafolha de maio, Dilma tinha 37%, patamar próximo ao atingido no início de julho e agora. O mau resultado da época pode ter relação com greves e manifestações ocorridas no País naquele momento. Dois levantamentos do Ibope, feitos um pouco antes e logo depois, mostraram a presidente com 39% e 38%, respectivamente – ou seja, em uma situação de estabilidade, não de oscilação.

A partir de meados de junho, o cenário político foi tomado pelo clima do futebol. Logo na abertura do evento da Fifa, Dilma foi vaiada e xingada por parte do público.

Em um primeiro momento, Aécio e Campos afirmaram que as vaias seriam consequência do que a presidente havia “plantado” ao longo do tempo. O tucano, porém, recuou horas mais tarde. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por sua vez, creditou as ofensas a Dilma à “elite” presente no estádio. O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, porém, disse que a manifestação não partiu apenas da “elite branca”.
Na final da Copa, no Maracanã, Dilma voltou a ser hostilizada pela torcida, ao entregar a taça à seleção alemã.

Datafolha pós-Copa acende luz amarela para Dilma

Jose Roberto de Toledo
Como está dentro da margem de erro da pesquisa, a oscilação negativa de Dilma Rousseff (PT) no Datafolha, de 38% para 36%, pode ser uma simples variação estatística, mas é um sinal amarelo para a campanha petista. Aliás, são vários sinais amarelos. O saldo de avaliação do governo Dilma caiu de 9 para 3 pontos em duas semanas. Tanto o ótimo/bom diminuiu 3 pontos quanto o ruim/péssimo subiu na mesma proporção.

Além disso, os adversários estreitaram a diferença em relação à candidata à reeleição nas simulações de segundo turno. Dos 7 pontos do começo de julho, Aécio Neves (PSDB) tirou 3 e está agora apenas 4 pontos atrás de Dilma. Eles estão tecnicamente empatados. Já Eduardo Campos (PSB) viu sua distância para a petista diminuir de 13 pontos para 7 em apenas duas semanas.

Durante a Copa, o governo federal e estatais como Petrobras e Caixa Econômica ocuparam grande parte dos intervalos dos jogos e dos programas esportivos com propagandas. Somava-se a isso o fato de as atenções estarem voltadas para a competição, de haver um clima de festa e de o noticiário sobre a organização do evento ser positivo – além do aumento da auto-estima dos brasileiros por causa da aprovação dos estrangeiros.

Com o fim da Copa, imediatamente as atenções se voltam para os problemas do dia-a-dia, em especial a perda de poder de compra acarretada pelo aumento continuado de preços. A desaceleração do ritmo de criação de empregos formais é outro sinal preocupante para a economia e, por tabela, para Dilma.

Nada disso deve melhorar até agosto. O período entre a Copa e o começo do horário eleitoral no rádio e na TV é crítico para Dilma Rousseff (PT). As estatais e o governo estão proibidos de anunciar enquanto os indicadores econômicos continuam piorando. A esperança da presidente é ter direito a muito mais tempo na propaganda eleitoral do que os rivais.

Os resultados cada vez mais parelhos das simulações de segundo turno são uma boa projeção de como esta campanha deve ser disputada e de como a diferença tende a ser apertada. A eleição presidencial de 2014 está muito mais para Argentina 0 x 0 Holanda do que para Alemanha 7 x 1 Brasil.

2 comentários:

  1. Normando Meira, via Facebook: "Ainda não sei em quem votar, mas em quem NÃO votar, já decidi: 'Eu não voto em Aécio' ".

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  2. Benedito Ferreira Dutra (Manga/MG), via Facebook: Caro França, em eleição ganha é com voto do povão e todos estamos com A grande DILMA. TODOS NÓS ESTAMOS ESPERANDO A HORA CERTA PRA DÁ O VOTO.

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