Dilma lidera pesquisa, mas tem empate
técnico com Aécio no 2º turno
Pela primeira vez, cenário do Datafolha mostra
presidente com 44% e Aécio com 40% em eventual segundo turno
Corrida Presidencial - Eleições 2014. |
Daniel Bramatti/AE
- Estadão
Na primeira pesquisa eleitoral feita após
a derrota do Brasil na etapa final da Copa do Mundo, a taxa de intenção de
votos na presidente Dilma Rousseff oscilou dois pontos porcentuais para baixo.
Segundo o instituto Datafolha, ela tem 36%, contra 20% para Aécio Neves (PSDB)
e 8% para Eduardo Campos (PSB).
Em um eventual segundo turno contra o
tucano, a petista teria 44%, e seu adversário, 40%. Como a margem de erro é de
dois pontos porcentuais para mais ou para menos, os dois estão empatados
tecnicamente – mas no limite da margem, ou seja, é estatisticamente improvável
que ambos tenham a mesma taxa. Em um confronto direto com Eduardo Campos, a
presidente venceria por 45% a 38%.
Mas a pesquisa não é conclusiva em
relação a um segundo turno. Os adversários de Dilma, somados, tem 36%, mesmo
porcentual da petista. Para vencer já no primeiro turno, ela terá de obter mais
votos que a soma dos rivais.
O levantamento mostrou piora na avaliação
do governo. A parcela dos eleitores que considera a administração do País boa
ou ótima caiu de 35% para 32%. Os que veem o governo como ruim ou péssimo
passaram de 26% para 29%.
A pesquisa anterior do Datafolha, feita
durante a Copa, havia detectado um crescimento de quatro pontos porcentuais na
intenção de voto em Dilma, em comparação com o levantamento realizado um mês
antes, no início de junho (de 34% para 38%).
O número de junho, porém, foi um ponto
fora da curva. Na pesquisa Datafolha de maio, Dilma tinha 37%, patamar próximo
ao atingido no início de julho e agora. O mau resultado da época pode ter
relação com greves e manifestações ocorridas no País naquele momento. Dois
levantamentos do Ibope, feitos um pouco antes e logo depois, mostraram a
presidente com 39% e 38%, respectivamente – ou seja, em uma situação de
estabilidade, não de oscilação.
A partir de meados de junho, o cenário
político foi tomado pelo clima do futebol. Logo na abertura do evento da Fifa,
Dilma foi vaiada e xingada por parte do público.
Em um primeiro momento, Aécio e Campos
afirmaram que as vaias seriam consequência do que a presidente havia “plantado”
ao longo do tempo. O tucano, porém, recuou horas mais tarde. O ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, por sua vez, creditou as ofensas a Dilma à “elite”
presente no estádio. O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da
República, Gilberto Carvalho, porém, disse que a manifestação não partiu apenas
da “elite branca”.
Na final da Copa, no Maracanã, Dilma
voltou a ser hostilizada pela torcida, ao entregar a taça à seleção alemã.
Datafolha pós-Copa
acende luz amarela para Dilma
Jose Roberto de Toledo
Como está dentro da margem de erro da
pesquisa, a oscilação negativa de Dilma Rousseff (PT) no Datafolha, de 38% para
36%, pode ser uma simples variação estatística, mas é um sinal amarelo para a
campanha petista. Aliás, são vários sinais amarelos. O saldo de avaliação do
governo Dilma caiu de 9 para 3 pontos em duas semanas. Tanto o ótimo/bom
diminuiu 3 pontos quanto o ruim/péssimo subiu na mesma proporção.
Além disso, os adversários estreitaram a
diferença em relação à candidata à reeleição nas simulações de segundo turno.
Dos 7 pontos do começo de julho, Aécio Neves (PSDB) tirou 3 e está agora apenas
4 pontos atrás de Dilma. Eles estão tecnicamente empatados. Já Eduardo Campos
(PSB) viu sua distância para a petista diminuir de 13 pontos para 7 em apenas
duas semanas.
Durante a Copa, o governo federal e
estatais como Petrobras e Caixa Econômica ocuparam grande parte dos intervalos
dos jogos e dos programas esportivos com propagandas. Somava-se a isso o fato
de as atenções estarem voltadas para a competição, de haver um clima de festa e
de o noticiário sobre a organização do evento ser positivo – além do aumento da
auto-estima dos brasileiros por causa da aprovação dos estrangeiros.
Com o fim da Copa, imediatamente as
atenções se voltam para os problemas do dia-a-dia, em especial a perda de poder
de compra acarretada pelo aumento continuado de preços. A desaceleração do
ritmo de criação de empregos formais é outro sinal preocupante para a economia
e, por tabela, para Dilma.
Nada disso deve melhorar até agosto. O
período entre a Copa e o começo do horário eleitoral no rádio e na TV é crítico
para Dilma Rousseff (PT). As estatais e o governo estão proibidos de anunciar
enquanto os indicadores econômicos continuam piorando. A esperança da
presidente é ter direito a muito mais tempo na propaganda eleitoral do que os
rivais.
Os resultados cada vez mais parelhos das
simulações de segundo turno são uma boa projeção de como esta campanha deve ser
disputada e de como a diferença tende a ser apertada. A eleição presidencial de
2014 está muito mais para Argentina 0 x 0 Holanda do que para Alemanha 7 x 1
Brasil.
Normando Meira, via Facebook: "Ainda não sei em quem votar, mas em quem NÃO votar, já decidi: 'Eu não voto em Aécio' ".
ResponderExcluirBenedito Ferreira Dutra (Manga/MG), via Facebook: Caro França, em eleição ganha é com voto do povão e todos estamos com A grande DILMA. TODOS NÓS ESTAMOS ESPERANDO A HORA CERTA PRA DÁ O VOTO.
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