Procurador-geral diz que Arruda é
ficha-suja e defende cassação
Rodrigo
Janot afirma que Ministério Público vai tentar barrar candidatura ou eventual
diplomação de ex-governador do DF
Ex-governador do DF,
José Roberto Arruda (PR), teve sua candidatura impugnada pelo MPE do Distrito
Federal no dia 16 de julho deste ano. Foto: Agência Estado (AE).
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Erich Decat - Agência Estado
BRASÍLIA (DF) - O procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, defendeu nesta sexta-feira, 18, que o ex-governador
José Roberto Arruda (PR) não dispute a eleição para governador do Distrito
Federal. Arruda, que renunciou ao cargo em 2009, meses antes da aprovação da
Lei da Ficha Limpa, foi condenado neste mês em órgão colegiado do Judiciário
por envolvimento no chamado mensalão do DEM, partido ao qual era filiado na
época do escândalo.
O Ministério Público Eleitoral já pediu a
impugnação de Arruda com base na Ficha Limpa. Se a candidatura for mantida e o
ex-governador vencer a disputa de outubro, Janot afirmou que a Procuradoria vai
recorrer para tentar impedir a diplomação.
“Na minha opinião é causa de impugnação,
sim. Tem ampliação da Lei da Ficha Limpa agora. E, se por acaso, essa tese
jurídica não for vitoriosa na Justiça Eleitoral, o que eu confio que será,
vamos para a segunda etapa”, afirmou Janot.
Ao entrar com a impugnação de Arruda, o
procurador regional eleitoral do Distrito Federal, Elton Ghersel, argumentou
que o ex-governador deve ser considerado inelegível por ter sido condenado pelo
Tribunal de Justiça em decisão colegiada. A decisão da corte ocorreu no dia 9,
quatro dias após o prazo para políticos registrarem suas candidaturas.
De acordo com a Justiça Eleitoral, as
condenações por improbidade administrativa e enriquecimento ilícito são as
causas de inelegibilidade do candidato.
Como a condenação veio após o registro da
candidatura, Arruda se diz “ficha-limpa” e alega preencher os requisitos legais
para concorrer a um novo mandato como governador do Distrito Federal.
Operação Lava Jato. Durante um café da manhã com os
jornalistas, Janot afirmou que o esquema de lavagem de dinheiro investigado
pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, envolve vários “destinos e
destinatários”, e teria movimentado uma quantia de recursos que ele nunca viu
na vida.
A operação prendeu o doleiro Alberto
Youssef e o ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa, além de levar o
deputado paranaense André Vargas, ex-vice-presidente da Câmara, a ser forçado a
deixar o posto e o PT, partido ao qual era filiado.
“O que eu posso dizer é que é um esquema
enorme de lavagem de dinheiro. E esse dinheiro era utilizado em mais de uma
utilidade. Então tem campanha, corrupção, enfim. São vários os destinatários e
destinos dessas importâncias”, afirmou o procurador-geral.
Questionado se o montante ultrapassaria
as primeiras estimativas da PF, de desvios da ordem de R$ 10 bilhões, Janot
afirmou: “Está difícil fazer uma estimativa ainda, mas é muito dinheiro. Nunca
vi tanto dinheiro na minha vida”
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