quinta-feira, 19 de julho de 2012

Efeito da seca assola produções de lavoura e leite no NM




A seca castiga o extremo Norte de Minas Gerais. 114 municípios já decretaram estado de emergência por causa da estiagem, que perdura na região a mais de quatro meses.

Coordenador da Emater, Ricardo Demichele. TV Globo Minas  19  jul. 2012.
Desde o início deste ano, o ‘cenário é desolador: rios com leitos secos; poços tubulares com racionamento de água e falta água para a população; produtores rurais, tanto o simples agricultor familiar quanto os grandes agricultores, sofrem perdas no cultivo de suas lavouras: as perdas já acumulam prejuízos de 70% da produção de grãos da região’. Essa constatação foi discorrida pelo coordenador regional da Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais), em Montes Claros, Ricardo Demichele, durante entrevista ao Bom Dia Minas/TV Globo, nesta quinta-feira (19/7). 

A longa estiagem no Norte de Minas está causando sérios problemas. Desde janeiro tem chovido muito pouco no local, antecipando o quadro de seca na região. Cento e quatorze municípios já decretaram situação de emergência, segundo o Cedec (Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de Minas Gerais). Na produção de grãos, o  prejuízo estimado deve ser de 160 milhões de reais. De acordo com o  gerente regional da Emater-Minas , Demichele, 'o quadro é preocupante'.




O pasto seco e  a falta de água têm sido a causa frequente para inúmeras perdas do gado na região.
Na região, o município de Mamonas é o mais atingido, com a maioria de seu rebanho bovino sendo dizimada 'por falta de água e pasto, comprometendo, assim, a produção de leite e carne’. 
A gravidade da situação em Minas e nos nove estados do Nordeste levou o governo federal a anunciar um pacote emergencial de R$ 2,7 bilhões para ações de combate aos efeitos da seca. A estimativa do governo federal é de que mais de 1,1 mil municípios sejam afetados, com 12 milhões de pessoas atingidas. Atualmente, mais de 500 municípios estão com situação de emergência reconhecida pela Defesa Civil Nacional.

Uma medida provisória publicada no dia 25/4 (4ª feira), no Diário Oficial da União, abriu crédito extraordinário no valor de 706 milhões reais em favor dos ministérios do Desenvolvimento Agrário e da Integração Nacional. Os recursos vão financiar ações de defesa civil e produção de agricultores familiares. Desse total, 281 milhões reais devem ser destinados para o Fundo Garantia-Safra, destinado a agricultores familiares vitimados pela estiagem na região Nordeste, no norte do Espírito Santo e no Semiárido do Estado de Minas que são as regiões Norte e Vale do Jequitinhonha. Os 424 milhões de reais restantes devem ser aplicados  nos programas de resposta aos desastres e auxílio emergencial às populações de municípios em estado de calamidade pública ou situação de emergência.

O anúncio do plano foi feito durante reunião realizada, no mês de abril deste ano, em Aracaju (SE) entre a presidente Dilma Rousseff e os governadores do Nordeste com o objetivo de discutir as medidas.

Por outro lado, medidas necessárias para o Estado enfrentar a estiagem vêm sendo discutidas em constantes reuniões realizadas no Comitê Permanente para a Convivência com a Seca, que foi recém-criado pelo governo de Minas Gerais. O governador Antonio Anastasia (PSDB) determinou também ao secretário de Estado do Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri e do Norte de Minas, Gil Pereira, e à Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) que acompanhem e avaliem o quadro de estiagem no Norte de Minas, para que medidas e recursos sejam planejados, de forma articulada com o governo federal, no combate à seca.

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