terça-feira, 3 de julho de 2012

Montes Claros/MG 155 anos


 Por França Neto
Cidade de Montes Claros (MG) faz 155 anos nesta terça-feira (3/7)
Ao fazer 155 anos de emancipação político-administrativa, Montes Claros, cidade localizada na Mesorregião do Norte de Minas, distante a 422 km de Belo Horizonte (MG), com 361.971 habitantes, segundo dados do IBGE em 2010, tem muito mais a refletir sobre suas futuras decisões rumo ao desenvolvimento sustentável nos campos educacional-científico, político-econômico, sociocultural e ambiental do que a comemorar em badalações de eventos festivos, regados a shows pirotécnicos em seus parques, avenidas e praças.

Refletir neste sesquicentenário quinto aniversário é muito mais salutar e prudente, para saber: que escolhas faremos nas eleições de 2012? Qual cidade que “queremos ou teremos” nas próximas décadas? Refletir: se esta cidade será pautada pela inclusão, na educação, por meio do pleno desenvolvimento da ciência e tecnologia na idade mídia, ou, pela exclusão a qual se evidencia, cada vez mais, em seus espaços urbanos a vala e o fosso da desigualdade social, observada pela distância marcante entre ricos e pobres?

Por isso, refletir diante das diversas crises que nos assolam evoca para um grau de politicidade e nível de politização de nossa consciência crítica e cidadã, por meio de nossa efetiva participação social. Refletir, por exemplo, sobre a atual crise político-administrativa e educacional, instaurada, a partir do escândalo de corrupção na Administração Publica da cidade, por meio de fraudes na merenda escolar e esquemas de favorecimento de atores políticos e empresas em licitações para obras públicas, através de superfaturamento de preços e irregularidades da qualidade dos serviços prestados, conforme demonstrou duas operações realizadas pela Policia Federal (PF) e Ministério Publico Estadual (MPE), intituladas “Máscaras da Sanidade” e “Laranja com Pequi”.

Ao refletir sobre essas operações conjuntas da PF e do MPE, poderíamos atribuir com todas as letras críticas de nossa consciência dialética e humana de que esses escândalos na máquina pública tratam-se, na verdade, de “máscaras da insanidade”, pois, de forma covarde e demente, tiram o leite, o pão e a alimentação sagrada de crianças indefesas e inocentes matriculadas nos anos iniciais da educação básica.

Reflexões nos trazem luz diante de trevas na Administração Pública e esclarecimentos para futuras e sábias decisões de vida, ou mesmo, de rumo de civilizações que queremos ou teremos na nossa organização social.

Enfim, parabéns Montes Claros! Que essas reflexões sejam sempre dialógicas e internalizadas nas suas ruas, avenidas, praças e esquinas entre seus cidadãos, sujeitos, atores socioeducacionais e políticos, para a realização da vocação de uma cidade onde se respira e se desenvolve o verdadeiro espírito de uma consciência libertária e transformadora, por meio da autodeterminação do povo montesclarense rumo ao desenvolvimento sustentável de seus espaços públicos, de forma ética, equilibrada e transparente, com qualidade de vida. Em outras palavras, um lugar melhor para se viver, conviver, educar e morar, de forma mais justa e humana.

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