sábado, 21 de julho de 2012

Violência contra o professor: 'um tiro no seio da escola...'


Estudante, Amilton Caires, que matou o professor Kássio Gomes, de 39, dentro de uma universidade em BH
 BELO HORIZONTE - A Justiça determinou, na tarde desta sexta-feira (20), que o estudante Amilton Loyola Caires, de 23 anos, que matou o professor Kássio Vinícius Castro Gomes, de 39 anos, dentro do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix, volte a ser internado em um centro psiquiátrico. O universitário será levado para o Hospital Psiquiátrico e Judiciário Jorge Vaz, em Barbacena, na Região Central do Estado, onde a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) conseguiu, na quarta-feira, uma vaga para ele cumprir a pena.

O juiz Ronaldo Batista de Almeida, substituto da Vara de Execuções Criminais (VEC), acolheu o parecer do Ministério Público, que pedia a imediata apresentação do jovem no centro de internação onde a Seds conseguiu a vaga. Um mandado de internação foi expedido e encaminhado para as autoridades. Ao determinar a retomada do cumprimento da medida de segurança de internação, o magistrado não atendeu ao pedido do advogado de defesa, que havia solicitado o seu cumprimento na Região Metropolitana de Belo Horizonte, por não haver centro de internação nesta região.

O advogado Bruno Mansur Baratz, que defende o estudante, afirmou que ainda não tinha sido informado sobre a decisão e que vai estudar na semana que vem a melhor medida a ser tomada. “Injustiça eu nunca aceitei e nunca vou aceitar que seja feito com um cliente meu. Vou verificar como foi feito essa decisão para depois ver como iremos recorrer”, disse o defensor.

O estudante, considerado esquizofrênico, foi solto no dia 9, pelo juiz titular da Vara de Execuções Criminais (VEC), Guilherme de Azevedo Passos. Ele não foi condenado por causa da doença e a Justiça aplicou uma medida de segurança, que prevê a internação em unidade psiquiátrica. Nessa quinta-feira, o Ministério Público solicitou a expedição de um mandado de prisão contra Amilton.

Angustiados com a soltura do estudante, a família do professor Kássio comemora a decisão. “Isso não representa a vida do meu irmão de volta, mas fico mais aliviada, principalmente em função da própria sociedade. Pois criaria um descredito nas pessoas se ele ficasse solto. Faz a gente deixar de acreditar nas instituições. Agora, podemos confiar no estado”, afirma a irmã da vítima, Sandra Angélica Castro Gomes.

A unidade onde o jovem será internado é a única no estado especializada em atender criminosos com problemas psiquiátricos. Ela tem capacidade para 160 presos e atualmente está lotada. No hospital, os pacientes são supervisionados por sete médicos, sete psicólogos, três psiquiatras e três peritos. Normalmente, os presos ficam em celas coletivas, mas, em casos específicos, são isolados.
O universitário foi condenado a três anos de internação em julho do ano passado. A decisão do juiz Glauco Eduardo Soares Fernandes veio depois que o laudo de sanidade mental do acusado que ele é esquizofrênico.

O crime
O professor Kássio Vinícius Castro Gomes foi esfaqueado brutalmente pelo aluno o estudante Amilton Loyola Caires, na noite de terça-feira de sete de dezembro de 2010, dentro do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix, no Bairro de Lourdes, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. A motivação, segundo testemunhas, foi por causa de uma nota baixa atribuída pelo professor ao aluno, em sala de aula.
Gomes tinha 39 anos e dava aula no curso de Educação Física, no Instituto Metodista Izabela Hendrix, na região centro-sul de Belo Horizonte. O corpo foi velado às 18h de quarta-feira (8/12/2010) no Ginásio Poliesportivo Divino Braga, em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. De acordo com a administração do Cemitério Parque Cachoeira, em Betim, na Grande BH, o enterro do professor está previsto para às 14h.
Amilton Loyola Caires, de 23 anos, confessou que matou o professor, segundo a polícia e o advogado de defesa. Depois de fugir da cena do crime, ele foi preso em casa horas depois. O universitário está detido no Centro de Remanejamento de Segurança Prisional (Ceresp) Gameleira, na capital. De acordo com o delegado Breno Pardini, Amilton Loyola assumiu ter esfaqueado o professor e disse que era perseguido por ele.
O professor era casado e deixou dois filhos, de acordo com informações de amigos.

Repercussão, à época: "pessoa do bem, da paz"
“Uma pessoa do bem, da paz”, disse a irmã do professor de Educação Física assassinado, Sandra Castro Gomes, nesta quarta-feira (8). Kássio Vinícius Castro Gomes foi morto esfaqueado dentro do Instituto Metodista Isabela Hendrix, em Belo Horizonte, na noite desta terça-feira (7). O universitário Amilton Loyola confessou o crime, segunda a Polícia Civil.
A mãe do professor, Maria dos Anjos, pediu justiça. "Um pedaço de mim está saindo, eu não sei como vou sobreviver à morte do meu filho, Eu quero justiça, justiça", disse.
De acordo com Sandra, a tragédia pela qual passa sua família fala pelo país. “Quando é com a família da gente, a gente vê como a violência esta próxima de nós”. A irmã do professor contou ao G1 que ele era um educador dedicado ao trabalho, além de ser uma pessoa alegre, com muitos amigos. “Ele era escalador, participava de vários grupos de escalada. Era homenageado por onde passava”, completou.

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