Marcelo Ernesto*
O ex-ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS/Governo Lula), Patrus Ananias, foi o escolhido pela
executiva do PT para disputar as eleições para a prefeitura de Belo Horizonte.
A decisão foi tomada na tarde desta terça-feira, em uma reunião que durou mais
de duas horas entre os membros da comissão montada pelo diretório estadual, que
tem como integrantes os deputados Rogério Correia, André Quintão e Miguel
Corrêa Júnior. Também estava presente o presidente nacional da legenda, Rui
Falcão.
Depois de quase 20 anos, Patrus pode voltar a governar BH. Foto: MDS, em Brasília-DF. |
O nome do vice ainda deve ser escolhido, mas vai sair de partidos que
fazem parte da base aliada. Após a reunião, foi anunciada a criação de uma
comissão formada pelo deputado Miguel Corrêa Júnior, Roberto Carvalho - presidente
municipal da legenda, e até então, candidato do partido -, e Patrus. Essa
comissão vai discutir e, conforme Miguel Corrêa Júnior, analisar para depois
escolher um nome da base aliada que seja de consenso.
Ainda
conforme o deputado, outra atribuição da comissão será convencer Carvalho de
que a candidatura de Patrus vai trazer mais visibilidade para a chapa.
“Reconhecemos o trabalho do Carvalho. Ele foi muito importante durante todo o
processo, mas temos que optar por um nome mais competitivo”, disse.
No final
do encontro desta terça, Rui Falcão destacou que o acordo entre PT e PSB em
Belo Horizonte foi "rasgado unilateralmente" por Lacerda e que o
rompimento de acordo em política "é uma coisa gravíssima". Falcão
elogiou a postura de Roberto Carvalho em buscar uma candidatura própria nas
discussões internas. "Ele sempre defendeu a candidatura própria,
argumentando que o prefeito Márcio Lacerda poderia, a qualquer momento, nos
surpreender. Temos de reconhecer hoje que o Roberto Carvalho, neste aspecto,
tinha razão."
Procurado,
Roberto Carvalho afirmou que até quinta-feira vai anunciar sua decisão que,
segundo ele, estará de acordo com o que for melhor para a legenda. “Sempre fui
um homem do diálogo e vou conversar com os membros da comissão. Vou optar pelo
que for melhor para o partido”, declarou. Carvalho afirmou que está satisfeito,
já que antes se encontrava isolado em relação à necessidade de uma candidatura
própria do PT. “Todo o movimento foi vitorioso e consagrado. Antes todos diziam
que eu era louco de defender a candidatura própria do partido. A história
mostrou que eu estava certo”, comemorou.
Carvalho
disse que vai se reunir nesta quarta-feira com o presidente nacional do
partido, Rui Falcão. Na quinta-feira, prazo máximo para definição do nome da
legenda, o encontro deve ser com a presidente Dilma Rousseff. Sobre a
possibilidade de ser vice, o petista desconversou e afirmou que isso não é o
mais importante. “Eu nunca pleiteei nada. Mas, se for de vontade do partido, eu
aceito ser vice, sim. O importante é que o PT volte a ganhar as eleições e Belo
Horizonte volte a ser feliz”, concluiu.
Oficialmente,
o candidato do PT em Belo Horizonte é o atual vice-prefeito Roberto Carvalho,
que nesta segunda fez o registro no TRE para garantir uma candidatura petista.
Com o acerto desta terça, ele deverá abrir mão de sua candidatura em favor de
Patrus.
Em
entrevista na Capital mineira, Patrus já adiantou que aceitava a
cargo, desde que contasse com a unidade do partido. “Uma candidatura como a minha
só tem sentido se for na perspectiva de unidade, de consenso ou ampla maioria”,
afirmou. Ele ainda fez questão de dizer que não pretende romper com Carvalho,
com quem tem uma amizade de mais de 40 anos, anterior à criação do PT.
Desde que deixou o MDS, no final do governo Lula
(2010), Patrus reassumiu a sua carreira acadêmica, de professor de Direito da
PUC Minas, e, ainda, de pesquisador concursado da Assembleia Legislativa do
Estado de Minas Gerais. Além disso, Patrus tem sido muito solicitado para
palestras, cursos e conferências.
Adaptações do FN Café News de publicações dos jornais EM e Agência Estado, em 03/07/2012.
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Rui Falcão, presidente nacional do PT. Foto: arquivo do Partido. |
BH* - Faltam
três dias para o fim do prazo de registro de candidaturas na Justiça Eleitoral
e o PT ainda não tem um rumo em Belo Horizonte. Ontem, a executiva estadual do
partido decidiu acatar a decisão da direção municipal de romper com o prefeito
Marcio Lacerda (PSB) e apoiar a candidatura própria.
No
entanto, dois nomes pleiteiam a vaga: o vice-prefeito Roberto Carvalho - que,
ontem, registrou sua candidatura no Tribunal Regional Eleitoral de Minas
(TRE-MG) -, e o ex-prefeito e ex-ministro Patrus Ananias, considerado o único
capaz de unificar a sigla.
Hoje,
a executiva nacional petista, liderada pelo presidente nacional Rui Falcão, vai
deliberar sobre o imbróglio que envolve a sucessão na capital. A reunião dos
líderes nacionais abre espaço para mudanças.
A
direção tem autonomia, inclusive, para reverter a decisão de lançar um nome
petista e, como em 2008, intervir para que o PT participe da aliança com
Lacerda. Outro caminho seria uma disputa na Justiça pela candidatura. Nenhum
representante nacional da legenda foi encontrado para comentar a briga ontem.
Além
de confirmar o rompimento com os socialistas, o presidente estadual do partido,
deputado Reginaldo Lopes, informou, ainda ontem, que todos os petistas que
integram a administração municipal deixarão os cargos. "Entendemos que o
prefeito escolheu pelo projeto falido do PSDB e pelo ‘príncipe’ Aécio Neves.
Ele rompeu conosco um combinado, então, vamos com força para a disputa",
garantiu.
Jurídico. O vice-prefeito registrou no TRE, juntamente com a
ata da convenção de sábado, a chapa encabeçada por ele ao Executivo. O vice
definido é o secretário geral da sigla em BH, Geraldo Arcoverde.
O
ato foi feito à revelia da executiva estadual do PT e representa uma tentativa
de Carvalho de se resguardar. O petista lembra que a convenção aprovou seu nome
por unanimidade. "Não vou retirar minha candidatura", diz. Carvalho
teme ser "excluído" das negociações, e a maior possibilidade de ele
mudar de posição seria compor a chapa sendo vice de Patrus - vaga pleiteada por
Corrêa.
O
PT estadual assegura que cabe apenas à direção nacional homologar candidaturas
em cidades com mais de 200 mil eleitores. Portanto, o registro de Carvalho
poderia ser revertido.
Porém,
o TRE informou que, para haver a mudança, é preciso que haja renúncia dos
registrados ou indeferimento da candidatura. Outra possibilidade é de que se
registre uma chapa alternativa e um juiz defina, até 5 de agosto, qual delas é
válida.
*Adaptações FN Café News /Publicação jornal O Tempo, BH.
*Adaptações FN Café News /Publicação jornal O Tempo, BH.
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