Grupo formado por fundos de
pensão e OAS leva BR-040 com deságio recorde de 61%
Renée Pereira - O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - Sem arrematar nenhum trecho de rodovia em 2013, a Invepar, empresa formada por fundos de pensão (Previ, Funcef e Petros) e a construtora OAS, chegou com forte apetite no último leilão do ano, desbancou as concorrentes e fez a alegria do governo federal. O grupo arrematou a BR-040, entre Brasília e Juiz de Fora, com deságio de 61% - recorde entre os trechos já licitados do Programa de Investimentos em Logística (PIL).
SÃO PAULO - Sem arrematar nenhum trecho de rodovia em 2013, a Invepar, empresa formada por fundos de pensão (Previ, Funcef e Petros) e a construtora OAS, chegou com forte apetite no último leilão do ano, desbancou as concorrentes e fez a alegria do governo federal. O grupo arrematou a BR-040, entre Brasília e Juiz de Fora, com deságio de 61% - recorde entre os trechos já licitados do Programa de Investimentos em Logística (PIL).
A tarifa por praça de pedágio caiu de R$
8,30 para R$ 3,22. O valor ficou abaixo da primeira proposta do governo
federal, de R$ 3,34 no início do ano. A BR-040 estava prevista para ser
leiloada em janeiro, mas a licitação foi adiada a pedido dos investidores. Após
uma série de reavaliações, um novo edital foi publicado em novembro, elevando a
tarifa teto de R$ 3,34 para R$ 8,30.
"O governo sempre buscou a
modicidade tarifária e conseguiu graças à concorrência. Se houver atratividade,
haverá competição. Os resultados estão aí", comemorou o ministro dos
Transportes, César Borges. A rodovia foi disputada por oito grupos (e
consórcios), como EcoRodovias, CCR, Queiroz Galvão, Contern e TPI - considerada
a favorita da disputa, mas que apresentou uma proposta conservadora, com
deságio de 9,98%.
A primeira proposta aberta na BM&F Bovespa
foi da EcoRodovias. A empresa apresentou o segundo maior deságio, de 44%, e
manteve a liderança até a quinta rodada, quando o envelope da Invepar foi
aberto. "Sabemos dos desafios que a rodovia exigirá, mas estamos estudando
esse trecho há três anos. De todos os lotes leiloados até agora, esse era nosso
principal foco", disse o presidente da Invepar, Gustavo Rocha. No total,
oito grupos estavam na disputa.
Nos 30 anos de concessão, o grupo terá de
investir R$ 7,92 bilhões nos 936,8 km da rodovia. Desse total, 714,5 km terão
de ser duplicados nos primeiros cinco anos de concessão. Além disso, lembra o
ministro, pelas regras do edital, a empresa só poderá cobrar pedágio após
duplicar 10% do previsto. "A companhia está tranquila com a proposta feita
e no sucesso das obras previstas", disse Rocha.
Ele afirma que um dos pontos positivos da
rodovia é o fato de o tráfego ser diversificado, entre turismo, trabalho (nas
regiões metropolitanas) e carga geral. Rocha calcula que 60% da movimentação da
estrada é carga - bem diferente das outras rodovias leiloadas, como a BR-163,
dependentes do agronegócio.
Balanço. Com o leilão da BR-040, o governo
transfere para a iniciativa privada 4,248 km de rodovias, e a maioria será duplicada.
Segundo o ministro dos Transportes, o deságio médio ficou em 53% e a tarifa
média de pedágio, em R$ 3,63. "Foi um processo de muitas tentativas e
erros, com esforço da Casa Civil e do Ministério da Fazenda para melhorar as
condições de financiamento e do Ibama. A presidente Dilma também mergulhou no
assunto, em reuniões que começavam às 15 horas e terminavam às 19 horas."
Para 2014, o ministro afirmou que até
fevereiro deverá lançar a licitação da BR-153. Por causa do alto volume de
investimento e para tornar o leilão atrativo, o governo resolveu reformular o
processo e reduzir o trecho de concessão para 600 km, entre Anápolis (GO) e
Gurupi (TO). De Gurupi a Palmas (TO), os investimentos serão feitos com
recursos do governo. "Conversamos com algumas empresas e elas demonstraram
interesse em participar da disputa."
Em relação a novas concessões, Borges
afirmou que o governo está amadurecendo o modelo, trabalhando com a
possibilidade de Parceria Público Privada (PPP) ou obra pública. "Mas
vamos tentar encontrar fórmulas para oferecer trechos para o setor privado. Não
fazemos nada sem antes consultar a iniciativa privada. O que não quero é ter um
leilão vazio. Podemos até dividir trechos e fazer leilões menores."
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