Maioria das cidades em Minas não abre as contas para o cidadão na Internet,
nem mesmo com a garantia oficial de gratuidade na elaboração de sites de
governos municipais
Alice Maciel/Jornal Estado de Minas -BH
Falta de transparência na maioria dos municípios mineiros. Imagem: FEE. |
O prazo para os últimos municípios publicarem as
informações sobre a execução orçamentária e financeira em tempo real venceu há
sete meses. Metade das cidades mineiras, no entanto, ainda não tem portal da
transparência – apesar de o governo do estado oferecer gratuitamente a
tecnologia para criação de seus sites de acesso à informação. Apenas 80
prefeituras aderiram ao Minas Aberta, programa lançado em maio para tirar a lei
do papel. Os municípios sem endereço na rede com os dados das contas públicas
podem sofrer sanções, como a suspensão de repasses federal e estadual.
O Estado de Minas mostrou em reportagem no dia 16
que apenas duas das 29 cidades mineiras com mais de 100 mil habitantes
regulamentaram a Lei de Acesso à Informação, que garante ao cidadão o direito
de obter dados sobre todas as áreas da administração pública. No país, 51
municípios dos 280 com mais de 100 mil habitantes editaram decreto, segundo
dados da Controladoria Geral da União (CGU).
Desinformação e falta de estrutura são apontadas
pela subcontroladora da Informação Institucional e da Transparência da
Controladoria Geral do Estado (CGE), Margareth Travessoni, como motivos para a
baixa adesão ao programa Minas Aberta, que também assessora as cidades na
regulamentação da lei. Com o site gratuito, no entanto, a prefeitura não
precisa de mais do que um funcionário que ficará responsável por responder aos
pedidos de informação e atualizar seus portais de transparência.
Os dados são os mesmos que eles têm de enviar ao
Tribunal de Contas do Estado (TCE) mensalmente, como, por exemplo, despesas,
receita, gastos com pessoal, licitações. “O correto é alimentar o sistema
diariamente, mas a cidade que não tem estrutura para isso pode alimentar
todo mês, porque são as mesmas informações enviadas ao TCE. Se não tiver uma
pessoa para incluir as informações no site, a prefeitura pode enviar os dados
para o governo que a gente inclui”, ressaltou Margareth. Ela explica que as prefeituras
que aderirem ao Minas Aberta terão uma página no portal da transparência do
governo do estado (www.transparencia.mg.gov.br) com subdomínio próprio.
De acordo com a subcontroladora, além das 80
cidades que já assinaram o termo, 120 demonstraram interesse, mas não enviaram
os documentos. Um dos municípios que deve aderir ao Minas Aberta é a capital
mineira. “Estamos fazendo uma parceria com a Associação Mineira dos Municípios
para atrair mais cidades”, afirmou Margareth. De acordo com o ouvidor do
estado, Fábio Caldeira, a ouvidoria está preparando várias atividades para
incentivar as prefeituras a criarem o portal da transparência e a ouvidoria,
“que também é uma ferramenta importante para a transparência”.
Por etapas O prazo
para a União, estados e municípios com mais de 100 mil habitantes divulgarem as
contas na internet venceu em maio de 2010; para os municípios entre 50 mil e
100 mil habitantes acabou em maio de 2011; e os com até 50 mil habitantes em
maio deste ano. O decreto que estabelece a ajuda gratuita do governo do estado
às prefeituras que se interessarem na criação de seus sites de acesso à
informação foi publicado no Minas Gerais em 16 de maio. Pleito antigo dos
prefeitos, o projeto foi elaborado no ano passado e orçado em cerca de R$ 400
mil pela Companhia de Tecnologia da Informação do Estado de Minas Gerais
(Prodemge). Outros estados, como São Paulo, Espírito Santo, Rio Grande do Sul e
Amapá, têm iniciativas semelhantes.
Lázaro De Souza Gomes, via Facebook: "França, recentemente nosso município adotou um Portal da Transparência, e aos poucos está sendo atualizado... Observando-se os bons princípios da Administração Pública, é uma medida indispensável".
ResponderExcluirFN: Sim, Lázaro. Brasílinha é um exemplo para outros municípios no NM. É preciso internalizar esse princípio da transparência, para que se combata à corrupção na Administração Pública....
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